Abordagem de interpretação bíblica judia desenvolvida na Idade Média, mas com raízes no período do Segundo Templo. Pressupõe que a cada passagem bíblica seja possível que haja quatro níveis interpretativos.
Os princípios ou abordagens do pardes são:
- Peshat (esparramado) a denotação mais simples, óbvia e literal. Apesar de literal, leva em consideração as figuras de linguagem e pensamento facilmente reconhecíveis pelo leitor. Há preocupações filológicas, como a etimologia e gramática.
- Remez (sugestão ou alusão) interpretações tipológicas ou alegóricas enfocando desde uma só letra, palavra ou perícope (trecho).
- Derash (investigação) inferências de acordo com os middot, ou regras hermenêuticas, tais como as Sete regras de Hillel, as Treze regras do rabino Ismael ben Elias e as 32 regras do rabino Eliezer ben José ha-Galili.
- Sod (oculto) a interpretação mística.
Das letras iniciais desses princípios surgiu o acrônimo PaRDeS, que coincide com o termo persa e hebraico paraíso.
BIBLIOGRAFIA
Alves, Leonardo M. “Pardes: os níveis da exegese judaica” Ensaios e Notas, 14 de maio de 2020.