Raqia

Raqia expansão, extensão ou firmamento era a abóboda celeste na cosmologia da Antiguidade. Os povos da Antiguidade imaginavam que o céu era coberto por redoma côncava que retinha as águas celestes.

Na Bíblia Hebraica aparece em Gn 1:6-8, 14-20; Sl 19:1; 150:1; Ez 1:22-26; 10:1; Dn 12:3.

Outras culturas da época possuíam semelhante cosmovisão:

  • Os antigos egípcios pensavam que o céu era um telhado sustentado por pilares.
  • Os sumérios acreditavam que o céu era uma abóboda de estanho.
  • O céu de Homero é um hemisfério de metal que cobre uma terra redonda, plana, semelhante a um disco, cercada por água. Na Odisséia e a Ilíada a abóbada celeste é mencionada alternativamente como feita de bronze ou de ferro.
  • Para Anaxímenes e Empédocles as estrelas estão encravadas em uma cúpula celeste cristalina.
  • Platão se refere à “abóbada do céu” e ao “céu acima do céu” (Fedro 247)
  • A abóboda celeste aparece nos escritos medievais de Nachmanides (Ramban), Comentário sobre a Torá, vol. 1, pp. 33, 36.

Cosmos

Cosmos ou cosmo vem do grego κόσμος, “ordem, arrajo em harmonia”. Desde Pitágoras o termo ganhou o sentido de ordem do universo em oposição ao caos. No Novo Testamento, o termo conota as coisas da Terra em oposição às coisas celestiais. A descrição do universo, seu funcionamento e destino é a cosmologia, da qual faz parte a cosmogonia, relato sobre sua origem.

Em astronomia o termo cosmovisão se refere à perspectiva sobre a estrutura do universo. Esse termo foi incorporado à filosofia e à antropologia para se referir a alguns elementos da visão de mundo compartilhada por certo grupo sociocultural ou até mesmo indivíduo. Entre alguns círculos apologéticos e polemistas o termo é empregado incorretamente como um conjunto discreto de pressupostos sobre a realidade (o que seria a ontologia) ou sobre meios de obtenção o conhecimento (cujo termo técnico seria epistemologia).