Um dos eunucos que o rei Assuero mandou para trazer a rainha Vasti (Ester 1:10). Seu significado é incerto.
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Zaqueu
Em grego Ζακχαῖος, Zakchaios, seu nome deriva-se do hebraico זַכַּי (zakkay), que significa “puro” ou “inocente”. Rico coletor de impostos publicano que hospedou Jesus e foi um modelo de arrependimento. Depois que Jesus visita sua casa, Zaqueu se oferece para dar metade de tudo o que tem aos pobres e retribuir a todos que tenha defraudado.
Aparece apenas em uma passagem em Lucas 19: 1-10.
Calebe
Em hebraico “cachorro”, nome de dois personagens bíblicos.
1.Calebe, filho de Jefoné (Números 13: 6), um dos doze espias enviados a colher informações sobre Canaã. Somente Calebe e Josué deram um relato positivo.
Jefoné era um quenizeu (Números 32:12, Josué 14: 6,14). Os quenizeus aparecem como um dos povos em Canaã na época de Abraão (Gênesis 15:19) e como um clã edomita (Gênesis 36:40-43). No entanto, em 1 Crônicas 4:15 e Números 13: 6, a família de Calebe aparece assimilada na tribo de Judá.
Na partição da terra, Josué dá Hebrom à família de Calebe (Josué 14). Calebe prometeu sua filha Acsa em casamento a quem conquistasse a terra de Debir dos gigantes, realizada por Otniel filho de Quenaz, sobrinho de Calebe (Juízes 1:13), que também se tornou genro de Calebe (Josué 15: 16,17).
Em 1 Samuel 25:3 refere-se a Nabal, marido de Abigail antes de Davi, como “um calebita”.
2. Calebe, bisneto de Judá por meio de Tamar (1 Crônicas 2:3-9) filho de Hezrom, cuja esposa era Azuba (1 Crônicas 2: 18,19).
Terá
Terá, hebraico: תֶּרַח, é filho de Naor, pai do patriarca Abraão e avó de Ló.
Teria nascido em Ur dos Caldeus (Cassidim) e se mudado a Harã.
Uma dificuldade bíblica é a idade que viveu. No Texto Massorético e na Septuaginta Terá tinha 70 anos quando seu filho Abrão nasceu (Gn 11:26-27) e 205 anos quando morreu, o que faria Abrão ter 135 anos na época (Gn 11:32). No entanto, em Gn 12:4 (cf. At 7:4) Abrão tinha 75 anos quando deixou Harã e foi depois da morte de Terá. Segundo o Pentateuco Samaritano Terá morreu com 135 anos.
Em Josué 24:2 é registrado uma tradição alternativa de que Terá adorava outros deuses. Uma tradição árabe posterior atribui a Terá o ofício de fabricador ou comerciante de ídolos.
Outras menções aparecem em 1 Crônicas 1:17-27 e Lucas 3:34-36.
Maria
Maria, forma grega de Miriam.
Sete mulheres no Novo Testamentos aparecem com esse nome, a menos que duas ou mais sejam idênticas.
1. Maria, a mãe de Jesus e esposa de José
Nos Evangelhos sinópticos e em Atos é chamada de “Maria”. No Evangelho de João ela aparece como a mãe de Jesus sem citar seu nome nas bodas de Caná (Jo 2:1-12) e sob a cruz (Jo 10:25-27), quando Jesus a põe sob cuidados do “discípulo amado”. É aludida sem mencionar seu nome por Paulo (Gl 4:4). Aparece com maior detalhe nas narrativas da infância em Mateus e em Lucas.
Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-56; 2:1-38 registram a concepção virginal, anunciada a José em um sonho (Mateus 1:18, Mateus 1: 25) e a Maria pelo anjo Gabriel (Lucas 1: 26-38). Maria viaja de Nazaré à Judeia, para sua parenta grávida, Isabel, que a aclama como “bendita entre as mulheres” e “a mãe de meu Senhor” (Lucas 1: 39-45). Maria responde com um hino (Lucas 1:46-55; o Magnificat). Mais tarde, Simeão diz a Maria que “uma espada também atravessará a sua alma” (Lucas 2:35).
A única instância em que Maria é retratada um tanto negativamente ocorre no perícope que ela e os irmãos de Jesus tentam deter Jesus (Marcos 3:21-30).
Lucas inclui Maria entre as discípulas que oravam no cenáculo com os Doze (Atos 1:14) e também como aquela que recebeu o Espírito Santo no Pentecostes (Atos 2:1-4).
2 Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro (Lucas 10: 38-39; João 11: 1), aparece em (Lucas 10:38-42), sentada aos pés de Jesus e ouvindo seus ensinamentos. Marta reclama que a deixou para servir sozinha, mas Jesus elogia a escolha de Maria. No Evangelho de João, Maria de Betânia unge os pés e os enxuga com seus cabelos (João 12:1-3). Esteve presente com Marta na morte e ressurreição de Lázaro (João 11:19-20, 11:28-32).
3 Maria Madalena ou “de Magdala”, mencionada em primeiro lugar em cada lista das discípulas (Mt 27: 55-56; Mt 27:61; Mt 28: 1; Mc 15: 40-41; Mc 15:47; 16: 1; Lc 8:2-3; 24:10) que apoiavam o ministério de Jesus por seus próprios meios (Lucas 8: 1-3). É uma das únicas mulheres registradas nos quatro evangelhos. Descrita como “de quem haviam saído sete demônios” (Lucas 8:2), testemunha da morte de Jesus (Mt 27:55-56, 61; Mc 15:40-41, 47; Lc 23:49, 55-56, Jo 19: 25) e do túmulo vazio (Mt 28:1, 6; Mc 16:1-6; Lc 24:1-3, 10; Jo 20:1-2). Foi comissionada para anunciar a notícia da ressurreição de Cristo aos discípulos (Mt 28: 5-9; Mc 16: 6-7; Lc 24: 4-10).
A tradição não histórica de que Maria Madalena tinha sido uma prostituta derivou-se da confusão com a mulher não identificada em (Lc 7:36-50), identificação atribuída a Gregório Magno.
4 Maria, a mãe de Tiago, ou de Tiago e José, ou José, ou “a outra Maria”, entre as discípulas na cruz (Mt 27: 55-56; Marcos 15:40), com Maria Madalena no sepultamento, tumba vazia (Mt 27:61; Mt 28: 1; Mc 15:47; Mc 16: 1) e primeira aparição do Cristo ressuscitado (Mt 28: 9).
5 Maria, a esposa de Clopas, uma das mulheres na cruz em (Jo 19:25), talvez a mesma que Maria, a mãe de Tiago e José.
6 Maria de Jerusalém, cuja casa os seguidores de Jesus congregaram após sua morte. Pedro chegou à casa dela após sua fuga da prisão (Atos 12: 11-17). João, filho de Maria, também conhecido como Marcos, acompanhou Barnabé e Paulo em algumas de suas viagens missionárias (Atos 12:25; 13: 5; 13:13; 15: 37-39).
7 Maria de Roma, uma mulher saudada por Paulo em (Rm 16:1-16) e descrita como tendo “trabalhado muito entre vós” (Rm 16:6).
Satanás
Sstanás, ou Satã, é a forma grega do termo hebraico satan (שָׂטָן), um substantivo genérico que significa “acusar” ou “adversário”.
Nas Escrituras o mal aparece como pessoal, ou seja, agente (com capacidade de ação) e personificado (com identidade), sendo representado por diversas formas. Depois do exílio babilônico os diversos nomes e alusões pessoais ao mal fundiram-se na figura do Inimigo, Satanás (forma grega do hebraico satan, adversário, cf. 1 Sam 29:4, Sal 109:6; Nm 22:22), ou Diabo (grego para “caluniador”, cf. Jó 1:9-11, Zc 3:1-5, Apo 12:10).
No Antigo Testamento, a figura de Satanás aparece apenas três vezes. Em Jó 1-2 e Zacarias 3:1-2 Satanás é um membro da corte divina que acusa os humanos diante de Deus. Em 1Cr 21:1, aparece como incitador do erro. No entanto, no Antigo Testamento não aparece como um inimigo de Deus ou como o líder das forças demoníacas do mal.
No NT, o Mal é personificado e aparece com frequência, especialmente nos Evangelhos. Recebe outras designações além de Satanás, entre as quais “diabo” (Mt 4:1), “tentador” (Mt 4:3), “acusador” (Ap 12:10), “governante dos demônios” (Lucas 11:15), “governante deste mundo” (João 12:31), “Belzebu” (Mt 10:25) e “o maligno” (Mt 5:37; Ef 6:13).
Na concepção judaica a figura do ha-satan (“o satanás”) é entendida de forma diversa, porém mais comumente como um promotor celestial, subordinado a Yahweh, que acusa a nação ou algum israelita na corte celestial.
Interpretações populares na Idade Média elaboraram um mito de origem de Satanás como originalmente o maior dos anjos que se rebelou contra Deus e foi lançando à Terra para enganar e combater a Verdade. Mais tarde, textos como Isaías 14:11-23 e Ezequiel 28:11-19, referentes aos reis de Babilônia e de Tiro, passaram a ser interpretados para dar suporte a essa narrativa. A batalha do céu de Ap 12:7-12 não relata a origem do Diabo, nem diz quando ocorre a origem do mal.
Tanto nos escritos judaicos quanto nos cristãos, prevê a derrota de Satanás pelo poder de Deus (Ap 20:1-15).
BIBLIOGRAFIA
Beck, Richard. Reviving old Scratch: Demons and the Devil for Doubters and the Disenchanted. Fortress Press, 2016.
Heber
Nome de nove personagens e um lugar bíblicos escritos com duas ortografias e sentidos distintos que se perdem em português.
Com a grafia עֵבֶר, Eber.
1. O bisneto de Sem, pai de Pelegue e Joctã (Gn 10: 24-25; Gn 11: 14-17; 1Cr 1: 18-19; 1Cr 1:25), ancestral de Abrão (Gn 11: 17-26 ) e Jesus (Lucas 3:35). Provável ancestral epônimo dos hebreus ou habiru.
2 Região ao lado da Assíria em (Nm 24:24), provavelmente a região e a população “além do rio” (Eufrates).
3 O cabeça da família sacerdotal de Amoque na geração seguinte àquela daqueles que retornaram a Jerusalém com Josué e Zorobabel (Ne 12:20).
4 Um gadita (1Cr 5:13).
5 Um benjamim, filho de Elpaal (1Cr 8:12).
6 Um benjamita, filho de sasaque (1Cr 8:22).
Com a grafia חבר existem quatro pessoas com o nome Heber:
1 Patriarca epônimo de uma linhagem da tribo de Aser (Gn 46:17; Nm 26:45; 1Cr 7: 31-32).
2 Pai ou fundador de Soco em Judá (1Cr 4:18).
3 família em Benjamin (1Cr 8:17).
4 O marido queneu (“ferreiro”) de Jael que matou Sísera em sua tenda (Juízes 4:21; Juízes 5:24). Heber havia migrado para o território de Naftali, que tinha uma fronteira comum com Aser, e se estabeleceu em paz com Jabim, rei de Canaã, em Hazor (Jz 4:11; Jz 4:17).
Edom
Refere-se a (1) Esaú, irmão de Jacó (Gn 25:3o) e (2) a região do sul do Levante onde seus descendentes habitavam. Mais tarde seria chamados em grego de Idumeia.
Além da Bíblia, são mencionados em documentos egípcios. Aparecem em um lista do faraó egípcio Seti I de c. 1215 aC; na crônica de campanha de Ramsés III (r. 1186–1155 aC). A arqueologia demonstra que na região cresceu as vilas agrícolas e pastoreio seminômade entre os séculos XIII e VIII aC. A nação foi conquistada pelos babilônios no século VI aC.
Nos períodos babilônico e persa os edomitas foram empurrados para o oeste em direção ao sul de Judá por tribos nômades vindas do leste; como os nabateus noo século IV aC. Durante o século II aC, os edomitas foram convertidos à força ao judaísmo pelos asmoneus, fundindo-se com os judeus.
A sabedoria edomita era proverbial (Jr 49:7; Ob 8). No geral, os textos tentativamente identificados como edomitas na Bíblia refletem um pessimismo e resignação às circunstâncias da vida. Esses textos ou fontes incluem a hipótese edomita de Jó; Gn 26; Salmos 88; 89 6-19; Prov 30; 31 1-9, e a transmissão por vias edomitas do material egípcio contido em Sal 104 e Prov 22: 17-2.
A religião edomita era similar aos dos israelitas e outros semitas do sul do levante. Vários registros onomásticos e artefatos arqueológicos atestam os cultos a El, El-Baali e Manat/Manawat, Qos (que talvez seria a divindade nacional de Edom), Shamash, Nabu, Sin, Baal, Sidq, Shalem, Isis, Apis ou Osiris, bem como o digno de nota YWHW. O nome do deus Yaho é atestado pela onomástica e pela óstraca AL 283, a qual menciona um templo, a Casa de Yaho, entre os edomitas.
Pôncio Pilatos
Prefeito romano da Judeia, quinto governador da província que o exerceu por dez anos (c.26-36 d.C.). Durtante seu mandato ocorreram os ministérios públicos de João Batista e Jesus. Os escritos de Filo e Flávio Josefo incluem relatos de incidentes não relatados no Novo Testamento, a maioria dos quais apresenta Pilatos como insensível à religião israelita e rápido para reprimir o povo com violência(Lucas 13: 1) .
Nos Evangelhos é retrado com tons desde neutros até simpáticos no julgamento e a crucificação de Jesus (Mt 27:1-2; Mt 11-26:1; Marcos 15:1-15; Lucas 23:1-25; João 18:28-19:16; Atos 3:13; Atos 4:27; Atos 13:28; 1Tm 6:13).
Pilatos “se maravilha” com o silêncio de Jesus em face de acusações hostis, mas ele se curva à vontade da multidão ao enviar Jesus à cruz e libertar Barrabás, um assassino conhecido. Pilatos lava as mãos publicamente diante da multidão em uma tentativa de se exonerar da culpa por permitir que a morte de um inocente (Mt 27:24).
Otniel
Otniel ou Otoniel filho de Quenaz, em hebraico: עָתְנִיאֵל בֶּן קְנַז, foi o primeiro dos juízes bíblicos. A etimologia de seu nome é incerta, mas pode significar “Deus/Ele é minha força” ou “Deus me ajudou”.
É chamado de “Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe” (Josué 15:17). Quando Calebe promete a mão de sua filha Acsa a quem conquistar a terra de Debir, Otniel aceita o desafio, tornando-se genro de Calebe.
Depois da morte de Josué, os israelitas voltaram ao pecado e foram dominados por Cuchã-Risataim, rei de Aram-Naaraim (Mesopotâmia) por oito anos. Os israelitas clamaram a Deus, Otniel foi levantado para ser seu libertador. Sob Otniel, a paz durou quarenta anos. (Jz 3:7-11).
É mencionado nas genealogias de 1 Cr 4:13; 27:15. Apesar de ser o único juiz ligado à tribo de Judá, seu parentesco do Calebe leva a deduzir que seria um quenezeu, descendente de Jefoné (Js 14:6, 14; Nm 32:12).