Congregacionalistas

Congregacionalismo é tanto (a) uma estrutura eclesiológica e política de organização denominacional que enfatiza a autonomia da igreja local, bem como (b) as denominações de origem angloamericanas que adotam tal estrutura.

A tradição denominacional congregacionalista

Originárias reuniões puritanas e separatistas na Inglaterra do século XVI, os congregacionalistas velam pela autonomia das congregações locais sob a liderança imediata de Cristo. Esta abordagem enfatiza o cuidado mútuo entre as igrejas, inicialmente expresso em associações locais e posteriormente evoluindo para uma denominação nacional.

Entre seus pioneiros estavam os puritanos Robert Browne e John Robinson. A congregação de Robinson mais tarde viriam ser os Peregrinos que migraram para Plymouth, Massachusetts.

O congregacionalismo segue tradição teológica reformada, evoluindo a partir de suas raízes calvinistas para abraçar a diversidade teológica. Ao invés do confessionalismo, adota pactos doutrinários. A Plataforma Cambridge define a igreja como um corpo reunido de crentes, com uma natureza pactual influenciando tanto a eclesiologia como os sistemas políticos.

Figuras notáveis incluem Horace Bushnell, Nathaniel Taylor e outros.
Expressões nacionais são a União das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e o Conselho Nacional das Igrejas Congregacionais na América, surgiram nos séculos XIX e XX. Fusões incluem a formação da Igreja Unida de Cristo nos EUA, a Igreja Unida do Canadá e a Igreja Reformada Unida do Reino Unido.

A International Congregational Fellowship, criada em 1974, serve como um órgão global não representativo para congregacionalistas de várias nações.

Congregacionalismo no Brasil

O congregacionalismo é a mais antiga tradição denominacional a fazer cultos em português e realizar missões entre brasileiros. O congregacionalismo brasileiro tem suas origens históricas não no congregacionalismo britânico ou norteamericano, mas no trabalho missionário indenominacional do médico-missionário escocês Robert Reid Kalley e de sua esposa Sarah Poulton Kalley.

Chegando ao Brasil em 1855, fundaram a Igreja Evangélica Fluminense no Rio de Janeiro. Igrejas semelhantes surgiram em Recife e Niterói, todas independentes de laços denominacionais no exterior.

Embora batizado na Igreja Livre da Escócia, Kalley distanciou-se da afiliação denominacional, enfatizando a unidade entre os cristãos, independentemente da denominação. Esta abordagem, divergindo do denominacionalismo estrito do presbiterianismo, introduziu uma estrutura congregacionalista onde cada igreja local era autônoma.

Os principais grupos são.

  1. União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (UIECB) – Formada em 1913, representa igrejas congregacionalistas estabelecidas através dos esforços missionários de Robert Reid Kalley e enfatiza a autonomia congregacional.
  2. Igreja Cristã Evangélica do Brasil – Originada da missão de Kalley, fundiu-se com a UIECB em 1942 e reflete sua abordagem indenominacional do Cristianismo.
  3. Igreja Evangélica Congregacional do Brasil – Influenciada pelo pietismo alemão, surgiu separada do trabalho missionário de Kalley e mantém presença principalmente no Sul do Brasil.
  4. Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil – Formada em 1967, representa igrejas congregacionalistas com ênfase na doutrina pentecostal e movimentos de renovação dentro de igrejas protestantes históricas.

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