Pandita Ramabai

Pandita Ramabai (1858-1922) foi uma erudita, reformadora social e ativista indiana que defendeu os direitos das mulheres e das castas subalternas, além pioneira no pentecostalismo.

Ela estabeleceu a Missão Mukti em Pune, que fornecia educação e abrigo para viúvas e meninas órfãs. Ramabai também escreveu extensivamente sobre questões sociais e foi um crítico vocal do sistema de castas.

Regras de Fé de Irineu

Irineu de Lyon (c. 130 – 202) foi um bispo da cidade de Lyon, mas de origem grega da Ásia Menor. Em seu livro Contra as Heresias registra váras regras de fé ou credos, atestando o que era crido pelas igrejas no final do século II.

O sistema teológico de Irineu foi formado pela sua tradição joanina e pela apologética. Sua apologética voltava-se principalmente para o debate com posições marginais consideradas heréticas. Em suma, asseverava a divindade e humanidade de Cristo e centrava sua obra de salvação em um ato de recapitulação. O Criador do cosmo é o mesmo Deus Pai. Cristo concentra o universo, ou seja, em si estão os seres humanos e toda a criação. Jesus Cristo recapitulou toda a história desastrosa das imperfeições desse mundo, mas sua repetição foi vitoriosa. Assim, possibilita a união final da criação com Deus, garantido a redenção.

Essa regra ou medida de fé foi transmitida pelos apóstolos aos bispos e seria a doutrina explícita ensinada nas Escrituras, aceita publicamente pelas igrejas de diversos lugares. Em contraste, não seria as doutrinas supostamente secretas ensinadas em círculos heréticos.

“Em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu, da terra, do mar e de tudo o que neles há; e em um Cristo Jesus, o Filho de Deus, que se encarnou para nossa salvação; e no Espírito Santo, que proclamou pelos profetas as dispensações de Deus, e os adventos, e o nascimento de uma virgem, e a paixão, e a ressurreição dos mortos, e a ascensão ao céu na carne do amado Cristo Jesus, nosso Senhor, e Sua [futura] manifestação do céu na glória do Pai para reconciliar todas as coisas em uma, e para levantar novamente toda a carne de toda a raça humana, a fim de que a Cristo Jesus, nosso Senhor e Deus, Salvador e Rei, de acordo com a vontade do Pai invisível, todo joelho se dobre, das coisas nos céus, e das coisas na terra, e das coisas debaixo da terra, e que toda língua confesse a Ele, e que Ele executará um juízo justo a todos; para que Ele possa lançar as malificiências espirituais, e os anjos que transgrediram e se tornaram apóstatas, juntamente com os ímpios, injustos, maldosos e profanos entre os homens, para o fogo eterno; mas pode, no exercício de Sua graça, conferir imortalidade aos justos e santos, e àqueles que guardaram Seus mandamentos e perseveraram em Seu amor, alguns desde o início [quando receberam o evangelho] e outros desde seu arrependimento, e pode abraçá-los com glória eterna.”(Ad Haer. 1.10).

E mais adiante em seu livro:

“Ao qual concordam muitas nações daqueles bárbaros que acreditam em Cristo, tendo a salvação escrita em seus corações pelo Espírito, sem papel ou tinta, e, preservando cuidadosamente a antiga tradição, acreditando em um Deus, o Criador do céu e da terra, e todas as coisas nele, por meio de Cristo Jesus, o Filho de Deus; que, por causa de Seu amor insuperável para com Sua criação, condescendeu em nascer de uma virgem, Ele mesmo unindo o homem por Si mesmo a Deus, e tendo padecido sob Pôncio Pilatos, e ressuscitado, e tendo sido recebido em esplendor, virá em glória, o Salvador dos que são salvos, e o Juiz dos que são julgados, e enviando para o fogo eterno aqueles que transformam a verdade e desprezam Seu Pai e Seu advento. Aqueles que, na ausência de documentos escritos, acreditaram nesta fé, são bárbaros, no que diz respeito à nossa língua; mas no que diz respeito à doutrina, maneira e teor de vida, eles são, por causa da fé, muito sábios; e eles agradam a Deus, ordenando sua conversa em toda retidão, castidade e sabedoria.” (Ad Haer. 3.4).

E por fim,

“Ele também julgará aqueles que dão origem a cismas, que são destituídos do amor de Deus e que olham para sua própria vantagem especial em vez da unidade da Igreja; e que por razões insignificantes, ou qualquer tipo de razão que lhes ocorre, cortam em pedaços e dividem o grande e glorioso corpo de Cristo, e tanto quanto neles reside, [positivamente] o destroem – homens que tagarelam sobre a paz enquanto eles dão origem à guerra e, na verdade, coam um mosquito, mas engolem um camelo. Pois nenhuma reforma de tão grande importância pode ser efetuada por eles, como compensará o dano decorrente de seu cisma. Ele também julgará todos aqueles que estão fora dos limites da verdade, isto é, que estão fora da Igreja; mas ele mesmo não será julgado por ninguém. Pois para tal homem todas as coisas são consistentes: ele tem uma fé plena em um só Deus Todo-Poderoso, de quem são todas as coisas; e no Filho de Deus, Jesus Cristo nosso Senhor, por quem são todas as coisas, e nas dispensações relacionadas com Ele, por meio das quais o Filho de Deus se tornou homem; e uma firme crença no Espírito de Deus, que nos fornece o conhecimento da verdade e estabeleceu as dispensações do Pai e do Filho, em virtude das quais Ele habita com cada geração de homens, de acordo com a vontade do Pai.” (Ad Haer 4.33).

Hermann Reichenau

Hermann Reichenau (1013- 1054), também conhecido como “o Aleijado”, foi um compositor, astrônomo, matemático e monge alemão.

Ele nasceu com fenda palatina, paralisia cerebral e espinha bífida, o que o deixou fisicamente incapacitado por toda a vida. Aos sete anos, foi colocado em um mosteiro beneditino, onde foi educado e treinado como monge. Apesar de suas limitações físicas, Reichenau se destacou nas áreas de música, astronomia e matemática.

Hermann se tornou um compositor prolífico, criando belas músicas sacras que ainda hoje são celebradas. Ele também escreveu uma enciclopédia onde compilou todo o seu conhecimento, reunido em livros e em vários idiomas, incluindo alemão, grego, latim e árabe. Reichenau morreu aos 41 anos, deixando um legado duradouro nos campos da música e da ciência. Sua contribuição mais famosa à tradição cristã é a Salve Regina, poema dedicado à Virgem Maria.

Pierre Ramus

Pierre Ramus (1515-1572) foi um estudioso, filósofo e reformador educacional huguenote francês que fez contribuições significativas para os campos da lógica, retórica e pedagogia.

Ramus nasceu na aldeia de Cuts, na Picardia, na França, e estudou na Universidade de Paris, onde obteve o doutorado em teologia.

Ramus foi uma figura proeminente no movimento humanista renascentista, que enfatizou o estudo de textos clássicos e o uso da razão e do pensamento crítico. Desenvolveu um novo sistema de lógica conhecido como Ramismo, que enfatizava o uso de métodos de raciocínio simples, claros e sistemáticos. Ramus acreditava que os métodos tradicionais de ensino de lógica e retórica eram excessivamente complexos e obscuros, e ele procurou simplificar esses assuntos e torná-los mais acessíveis a um público mais amplo.

As ideias de Ramus tiveram um impacto significativo nos campos da filosofia, educação e teologia. Sua ênfase no pensamento claro e sistemático influenciou o desenvolvimento da ciência moderna, e suas reformas educacionais ajudaram a estabelecer uma abordagem mais democrática e igualitária da educação. O ramismo também estava intimamente ligado à Reforma Protestante, pois muitos de seus adeptos buscavam aplicar os princípios ramistas ao estudo da teologia e desafiar a autoridade da Igreja Católica.

No entanto, as ideias de Ramus geraram controvérsia e ele enfrentou a oposição de muitos tradicionalistas que viam suas reformas como uma ameaça à ordem estabelecida. Ele também foi um crítico vocal da filosofia aristotélica escolástica que dominava o pensamento medieval, e sua rejeição ao aristotelismo lhe rendeu a ira de muitos de seus contemporâneos.

Em 1572, Ramus estava entre os muitos huguenotes que foram alvo do massacre do Dia de São Bartolomeu, que foi um assassinato em massa de protestantes ocorrido em Paris.

Apesar desses desafios, as ideias de Ramus continuaram a influenciar o discurso filosófico, educacional e teológico por séculos após sua morte. Hoje, ele é reconhecido como uma das figuras mais importantes do movimento humanista renascentista e um pensador pioneiro no desenvolvimento da lógica e da pedagogia modernas.

Bernard Ramm

Bernard Ramm (1916-1992) foi um teólogo e apologista batista americano.

Um pioneiro de fundamentar o pensamento evangelical em bases racionais, discutiu a relação entre fé e razão. Ramm foi professor no California Baptist Theological Seminary e na Baylor University School of Theology.

A teologia de Ramm enfatizou a importância do rigor intelectual na defesa da fé cristã, e ele criticou a tendência de priorizar a experiência religiosa subjetiva sobre a argumentação racional. Seus livros incluem “Protestant Biblical Interpretation: A Textbook of Hermeneutics” (1956) e “The Christian View of Science and Scripture” (1954).

Carl Olof Rosenius

Carl Olof Rosenius (1816-1868) foi um evangelista e escritor sueco que desempenhou um papel significativo no reavivamento espiritual de meados do século XIX na Escandinávia. Ele enfatizou a importância da fé pessoal e a necessidade de arrependimento e conversão. A teologia de Rosenius enfatizou a centralidade da obra expiatória de Cristo na cruz e a necessidade de um relacionamento pessoal com Jesus. Ele via a Bíblia como a Palavra autorizada de Deus e enfatizou a importância da pregação bíblica na vida da igreja. Os escritos de Rosenius foram amplamente lidos e influentes no desenvolvimento do cristianismo evangélico na Suécia e além.

Andreas Osiander

Osiander é o sobrenome de uma família de reformadores e teólogos do século XVI.

  1. Andreas Osiander (1498-1552) foi um reformador e teólogo luterano alemão que defendeu uma doutrina justificação pela fé distinta. Segundo Osiander a justificação seria a retidão essencial da divindade de Cristo que passa habitar no pecador. Foi o responsável pela Reforma em Nuremberg e influeciou a adoção da Reforma na Prússia.

Frequentou a universidade de Ingolstadt, mas não se formou e foi ordenado padre em Nuremberg. Na cidade, tornou-se hebraísta. Em 1522, recém-nomeado pároco da igreja de St. Lorenz em Nuremberg e aderiu ao luteranismo. Durante a Primeira Dieta de Nuremberg (1522), conheceu Alberto da Prússia, Grão-Mestre dos Cavaleiros Teutônicos, e ajudou convertê-lo ao luteranismo. Liderou a adoção da Reforma pela cidade de Nuremberg em 1525, quando também se casou. Alberto da Prússia o nomeou professor da recém-fundada Universidade de Königsberg, onde viveria até sua morte.

Como biblista, produziu uma edição revista e anotada da Vulgata (1522). Era defensor de uma harmonização extrema das passagens duplicadas nas Escrituras. Para ele, por exemplo, a filha de Jairo teria sido ressuscitada duas vezes.

A publicação dos debates De Lege et Evangelio e De Justificatione (1550) resultaram na controvérsia osianderiana, a qual uma parte dos protestantes aderiram a sua perspectiva de justificação até pelas próximas duas décadas.

Com base no conhecimento filológico do hebraico e do grego, Osiander acreditava que a justificação não era simplesmente uma questão de justiça imputada, mas que o crente estava realmente unido a Cristo e feito justo nEle. Essa perspectiva foi criticada por muitos de seus contemporâneos, mas influenciaram teólogos posteriores, como John Wesley, Karl Barth e Tuomo Mannermaa.

2. Lukas Osiander (1534–1604), filho de Andreas, pastor luterano em Württemberg, editor de um comentário da Bíblia de Lutero (a “Bíblia Osiander”), publicou um dos mais influentes hinários luteranos.

3. Andreas Osiander, o Jovem (1562–1617)

4. Lukas Osiander, o Jovem (1571–1638)

J. Deotis Roberts

J. Deotis Roberts (1935-2015) foi um teólogo que enfatizou a importância da teologia contextual para as comunidades negras. Seu livro “The Prophethood of Black Believers: An African American Political Theology for Ministry” (1982) argumentou que os negros devem ser vistos como profetas que desafiam as estruturas sociais que perpetuam a opressão.

Mitri Raheb

Mitri Raheb (1962 – ) é um pastor e teólogo luterano palestino.

Raheb é o fundador da Dar al-Kalima University College of Arts and Culture em Belém e sua teologia se concentra na contextualização do cristianismo no Oriente Médio. Raheb escreveu vários livros, incluindo “Faith in the Face of Empire” e “The Cross in Contexts: Suffering and Redemption in Palestine”.