C. I. Scofield

Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921) foi um teólogo, pastor e autor americano mais conhecido por seu trabalho sobre teologia dispensacional e pela edição da Bíblia de Referência Scofield.

Nascido no Condado de Lenawee, Michigan, Scofield teve um início de vida tumultuado, marcado por lutas pessoais e problemas com a lei. Foi veterano da Guerra Civil, atuou como jurista e político.

Apesar de seu começo difícil, a vida de Scofield mudou quando passou por uma conversão religiosa no início da idade adulta. Buscou estudos teológicos e acabou se tornando um ministro congregacionalista, servindo congregações em vários locais. Foi influenciado pelo ministério de D. L. Moody. O empenho de Scofield pela interpretação e ensino bíblico o levou a desenvolver uma abordagem dispensacionalista para entender as Escrituras.

A contribuição mais notável de Scofield foi a publicação da Scofield Reference Bible em 1909 pela Oxford University Press. Esta Bíblia de estudo incluía anotações, referências cruzadas e notas explicativas ao lado do texto bíblico, fornecendo aos leitores um guia abrangente para entender a Bíblia de uma perspectiva dispensacionalista. Sendo uma das primeiras bíblias de estudos modernas, a Bíblia de Referência Scofield tornou-se imensamente popular e influente, moldando a compreensão da profecia bíblica e escatologia entre muitos cristãos.

Além de seu trabalho na Bíblia de Referência, Scofield esteve envolvido em várias atividades teológicas e evangélicas. Revisou sua bíblia anotada em 1917 e, sendo um sucesso de vendas, teve um rendimento pelo resto da vida. Serviu como pastor, conduziu conferências bíblicas e contribuiu com artigos para publicações cristãs. Os ensinamentos e escritos de Scofield desempenharam um papel significativo na disseminação da teologia dispensacional, especialmente nos círculos evangélicos e fundamentalistas.

TEOLOGIA

Scofield defendia a teoria da lacuna na criação, isto é, que o período de criação de seis anos, conforme descrito em Gênesis 1, envolveu seis dias literais de 24 horas, mas houve um intervalo de tempo entre os dias que duram muito tempo.

Também expunha um sionismo cristão e uma teologia de aliança dual, na qual Israel continuaria tendo uma aliança com Deus até a dispensação do Reino.

Foi uma das principais obras para difundir o dispensacionalismo. O esquema das dispensações para Scofield é a seguinte:
(1) Inocência (da Criação à Queda);
(2) Consciência (da Queda ao Dilúvio);
(3) Governo Humano (do Dilúvio a Abraão);
(4) Promessa (de Abraão à Lei no Sinai);
(5) Lei (do Sinai à cruz e ressurreição de Cristo);
(6) Igreja (da cruz ao Arrebatamento da igreja);
(7) Reino (definido como o “Milênio” após o retorno de Cristo)

BIBLIOGRAFIA

Canfield, Joseph M. The incredible Scofield and his book. Joseph M. Canfield, 1984.

Lutzweiler, David. The Praise of Folly: The Enigmatic Life & Theology of C. I. Scofield. Draper, Virginia, Apologetics Group, 2009.

Mangum, R. Todd, and Mark S. Sweetnam. The Scofield Bible: Its History and Impact on the Evangelical Church. InterVarsity Press, 2009.

Trumbull, Charles G. The life story of CI Scofield. Wipf and Stock Publishers, 2007.

Vier, William Albert Be. A biographical sketch of CI Scofield. Diss. Southern Methodist University, 1960.

Johannes Piscator

Johannes Piscator (1546-1625) foi um teólogo e biblista reformado alemão.

Nascido em Estrasburgo, Piscator demonstrou desde cedo uma excepcional aptidão para as línguas e a teologia. Estudou na Universidade de Estrasburgo, onde se aprofundou nos estudos bíblicos e na língua hebraica.

A contribuição significativa de Piscator para a teologia está em sua experiência em exegese hebraica. Piscator defendeu uma literária e histórica dos textos bíblicos, rejeitando interpretações alegóricas ou metafóricas.

Além de sua erudição bíblica, Piscator se envolveu em controvérsias teológicas de seu tempo. Participou ativamente de debates sobre predestinação, a natureza dos sacramentos e o papel da graça na salvação. As visões teológicas de Piscator se alinharam com o protestantismo reformado e foram influenciadas pelas obras de João Calvino e Teodoro Beza.

A influência de Piscator se estendeu além de suas atividades acadêmicas. Ele atuou como professor de teologia em várias universidades, incluindo a Universidade de Heidelberg e a Universidade de Herborn, onde influenciou a educação e o treinamento de futuros teólogos.

Johann Heinrich Alsted

Johann Heinrich Alsted (1588-1638)foi um teólogo e educador reformado alemão.

Nascido em Hessen, na atual Alemanha, Alsted mostrou grande potencial intelectual desde tenra idade. Estudou na Universidade de Marburg, onde se especializou em teologia, filosofia e matemática. Produziu sua Enciclopédia, uma obra monumental que visava compilar o conhecimento de várias disciplinas em um sistema abrangente. Cobria assuntos como filosofia, teologia, história e ciências naturais, refletindo a abordagem multidisciplinar de Alsted para a educação.

Em termos de teologia, Alsted foi influenciado pelas obras de teólogos como João Calvino e Pedro Ramus. Seus escritos teológicos se concentravam em áreas como dogmática, ética e hermenêutica, demonstrando sua dedicação em compreender e explicar a doutrina cristã. A abordagem de Alsted enfatizou a importância do pensamento claro e lógico no estudo teológico.

Pedro Damião

Pedro Damião (1007-1072) foi um teólogo e reformador monástico católico italiano.

Nascido em uma família modesta em Ravena, Itália, desde tenra idade, Damian demonstrou habilidades intelectuais excepcionais e uma sede de conhecimento. Estudou teologia, direito canônico e literatura clássica.

Como monge beneditino, Pedro Damião tornou-se conhecido por seu estilo de vida ascético e práticas austeras. Abraçou a vida solitária de um eremita, buscando a iluminação espiritual por meio da solidão e da autodisciplina.

Combinou (ainda que com um conflito pessoal a respeito) uma vida ativa com uma vida contemplativa. Sua estrita adesão aos princípios católicos e integridade moral dentro do clero, levou-o a denunciar ferozmente a simonia (a compra ou venda de privilégios eclesiásticos) e a corrupção entre o clero, e fez campanha vigorosa pela reforma e restauração da pureza dentro da Igreja Católica.

Fez várias missões como legado papal e foi nomeado cardeal-bispo de Óstia.

Seria um antecessor de Francisco de Assis e visto em alta estima por Dante.

Kazoh Kitamori

Kazoh Kitamori (1916-1998) foi um teólogo japonês.

Foi professor no Tokyo Union Theological Seminary e ministro da
Kyodan Church (Igreja Unida de Cristo no Japão).

Kitamori discorreu sobre o conceito de “teologia da ferida”, enfatizando a importância do sofrimento de Cristo na compreensão da redenção. Seu livro “Theology of the pain of God” encontrou audiências mesmo entre não cristãos e fora do Japão.

No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, Kazoh Kitamori, explorou o conceito de sofrimento divino. Kitamori enfatiza o conflito interno de Deus, dividido entre a natureza divina da justiça e da compaixão. Enquanto a justiça de Deus exige ira contra os pecadores, a compaixão de Deus anseia por sua redenção. A vontade eterna de Deus é criar e amar a humanidade, mesmo diante de seus pecados. No entanto, o santo amor de Deus também requer justiça e ira contra o pecado. Isso cria um conflito interno dentro de Deus entre justiça e amor, ira e graça. Por fim, o amor triunfa e Deus se sacrifica na cruz para estender a graça aos pecadores. Kitamori argumenta que a superação da ira e do amor por Deus envolve também a superação do sofrimento humano. Ao carregar os fardos dos outros e compartilhar a mensagem do amor divino, participamos da dor de Deus.

Este conceito é prefigurado no Antigo Testamento e plenamente realizado no sacrifício de Cristo na cruz, onde Deus vence a ira com amor. A ênfase está na vitória do amor em vez de satisfazer a ira. A cruz abre caminho para nossa reconciliação com Deus e a restauração da vida divina.

BIBLIOGRAFIA

Kitamori, Kazoh. Theology of the Pain of God. Eugene, OR: Wipf and Stock, 2005.

Alister McGrath

Alister McGrath (1953-presente) é um teólogo britânico e ministro anglicano conhecido por seu trabalho sobre a relação entre ciência e religião, enfatizando a compatibilidade entre fé e razão.

McGrath possui três doutorados pela Universidade de Oxford doutorado em biofísica molecular, doutorado em teologia e doutorado em história intelectual. É professor e pesquisador da Universidade de Oxford.

McGrath é autor de vários livros didáticos sobre teologia, devocionais, justificação, ciência e cristianismo, apologética, dentre outros.

Máximo, o Confessor

Máximo, o Confessor (580-662), monge cristão e teólogo grego.

De origem grega, teria nascido em Constantinopla ou na Palestina, mas esteve em diversos centros do cristianismo da época, como Constantinopla, na Anatólia, em Cartago, Roma, Trácia e Cáucaso, onde morreu.

Compôs vários escritos sobre a natureza de Cristo e a relação entre as vontades humana e divina. Desenvolveu o conceito de “teose” ou “divinização” tal como é atualmente entendida na teologia ortodoxa oriental.

Pseudo-Dionísio Aeropagita

Pseudo-Dionísio Aeropagita (século V-VI) foi um teólogo cristão cujos escritos foram influentes no desenvolvimento da mística cristã medieval, além da teologia apofática.

Este autor desconhecido escreveu sob um pseudônimo e afirmou ser Dionísio, o Areopagita, uma figura mencionada em Atos 17:34. Suas obras, incluindo Os Nomes Divinos e A Teologia Mística, enfatizam a importância da vida contemplativa e a unidade de Deus.

Cornelius Jansen

Cornelius Jansen (1585-1638) foi um importante teólogo holandês e influenciador do movimento teológico conhecido como jansenismo.

Nascido na Holanda, Jansen começou sua educação na Universidade de Leuven, onde estudou filosofia e teologia. Mais tarde, tornou-se professor da mesma universidade.

O trabalho mais notável de Jansen é “Augustinus”, um livro publicado postumamente que apresentou suas visões teológicas. Baseando-se fortemente nos escritos de Santo Agostinho e nos debates contemporâneos entre os Reformados holandeses, Jansen enfatizou o conceito de depravação humana e a ideia de que a salvação depende inteiramente da graça de Deus. Como os gomaristas, Jansen fundamentava seu pensamento na predestinação, afirmando que Deus predestinou certos indivíduos para a salvação eterna, enquanto outros foram destinados à condenação.

Os ensinamentos de Jansen e a ênfase na graça divina geraram controvérsia dentro da Igreja Católica. Alguns viram suas ideias como excessivamente pessimistas e desafiadoras da compreensão tradicional do livre-arbítrio. Seu trabalho chamou atenção especial na França, onde seus seguidores formaram um movimento conhecido como jansenismo.

O jansenismo envolveu-se em vários conflitos com a Igreja Católica. Em 1653, a bula papal “Cum ocasionae” condenou cinco proposições derivadas das obras de Jansen. Essas proposições foram vistas como heréticas e foram explicitamente rejeitadas pela Igreja. O jansenismo enfrentou mais perseguições nos anos seguintes, com medidas tomadas para suprimir sua influência.

Apesar da oposição que enfrentou, o jansenismo deixou um impacto duradouro na teologia católica. Sua ênfase na graça divina, na depravação humana e na predestinação influenciou os desenvolvimentos teológicos subsequentes, particularmente no contexto do catolicismo. O jansenismo também teve uma influência significativa na literatura e na cultura francesa durante os séculos XVII e XVIII.