Vasti

Vasti era a rainha da Pérsia e esposa do rei Assuero (também conhecido como Xerxes I), conforme registrado no livro de Ester 1:9, 11–12, 15–19; 2:4, 17.

Durante um banquete oferecido pelo rei Assuero, ele ordenou que Vasti viesse e mostrasse sua beleza aos convidados reunidos. No entanto, Vasti se recusou a obedecer à ordem do rei, possivelmente devido à modéstia ou ao desejo de manter sua dignidade.

Esse ato de desafio causou alvoroço entre os conselheiros do rei, que temiam que a desobediência de Vasti encorajasse outras mulheres a desobedecer a seus maridos. Como resultado, o rei decretou que Vasti fosse removida de sua posição como rainha e banida da corte.

Após o banimento de Vasti, o rei começou a procurar uma nova rainha e acabou escolhendo Ester, uma judia que se tornou uma defensora de seu povo e os salvou da destruição.

A história de Vasti costuma ser interpretada como um comentário sobre a dinâmica de poder entre homens e mulheres e a importância da agência e da autonomia feminina.

BBLIOGRAFIA

Nadar, Sarojini. “Gender, power, sexuality and suffering bodies in the book of Esther: Reading the characters of Esther and Vashti for the purpose of social transformation.” Old Testament Essays 15.1 (2002): 113-130.

Ribeiro, Lidice Meyer Pinto. “O papel das mulheres na Bíblia: protagonistas ou coadjuvantes?.” Ad Aeternum 1 (2020): 68-85.

Stone, Meredith J. “There’s more than one way: Vashti, Esther, and women in ministry.” Review & Expositor 110.1 (2013): 123-130.

Ellen José van Wolde

Ellen José van Wolde (nascida em 1954) é uma biblista holandesa.

Em sua pesquisa ela se concentra principalmente na Bíblia Hebraica, aplicando conhecimento da semiótica e linguística para interpretação intensiva de passagens seletas.

Inverstiga principalmente sobre Deus, a cosmogonia e sobre a antropologia bíblica. Associa pesquisa de linguagem e texto em estreita conexão com a cultura e cognição do Antigo Oriente Próximo.

Gisbertus Voetius

Gisbertus Voetius ou Gijsbert Voet (1589-1676) foi um teólogo reformado holandês nascido em 1589.

Voetius estudou teologia em Leiden e serviu como ministro reformado em Vlijmen e Heusden. Em 1634, ele fundou a Universidade de Utrecht, onde se tornou professor de línguas semíticas e teologia até sua morte em 1676. Voetius foi o primeiro protestante a escrever uma teologia abrangente da missão e lidou com questões de missão no sínodo nacional de Dordrecht em 1618- 1619.

Sustentava que os objetivos da missão eram a conversão de incrédulos, hereges e cismáticos, e o estabelecimento de igrejas para glorificar e manifestar a graça divina. As igrejas missionárias, argumentava, não deveriam ser subordinadas às igrejas enviadas na Europa. Seu modelo de missão eclesiástica contrastava com o modelo William Carey de missão por meio de agências paraeclesiásticas.

Também escreveu um tratado sobre liberdade religiosa em 1643. Além de seu trabalho missionário, Voetius era conhecido por seus escritos polêmicos contra os proponentes do catolicismo romano, arminianismo e cartesianismo.

BIBLIOGRAFIA

Beeke, Joel. “Gisbertus Voetius: Toward a Reformed Marriage of Knowledge and Piety.” Christianity & Society 10, no. 1 (January 2000): 117-147.

Gisbertus Voetius: Toward a Reformed Marriage of Knowledge and Piety. Grand Rapids, MI: Reformation Heritage Books, 1999.

Versões italianas

As versões italianas da Bíblia têm uma história longa e variada.

No início do século XIII, Giacomo da Viraggio, arcebispo de Gênova, teria feito uma das primeiras traduções da Bíblia para o italiano. Essas e outras primeiras traduções eram geralmente traduções livres de livros individuais, muitas vezes contendo notas e quase sempre anônimas. Dessa época apareceu a versão dominicano Domenico Cavalca sobre o livro de Atos. Todas elas foram baseadas na Vulgata.

A primeira Bíblia italiana impressa foi a de Nicolo di Malermi, um monge beneditino veneziano. Foi publicada em Veneza em 1º de agosto de 1471, chamada de Bibbia d’Agosto, baseado na Vulgata . No mesmo ano, outra Bíblia vernacular foi lançada, com base nos textos do século XIII da tradição toscana. Esta edição foi apelidada de Bibbia Jensoniana ou Bibbia d’Ottobre.

Em 1530 Bruccioli publicou sua tradução do Novo Testamento. Mais tarde, em 1532, veio a edição de toda a Bíblia. Mas em 1555 sua tradução foi colocada no Índice de Livros Proibidos por Papa Paulo IV. Foi julgado por heresia, condenado e forçado a se retratar, apesar de nunca ter oficialmente deixando o catolicismo.

Sua versão serviu de base para a versão Diodati. Embora reivindique ter traduzido a partir dos originais, parece que utilizou as versões latinas de Sante Pagnini para o Antigo Testamento e de Erasmo para o Novo.

Em 1536, o frade dominicano Zaccheria de Florença produziu seu Novo Testamento, que consistia apenas em um simples retoque do texto de Brucioli, ao qual aplicava variações quase exclusivamente estilísticas e formais. Em 1538, La Bibbia nuouamente tradotta dalla hebraica verità in lingua thoscana foi publicado sob a supervisão do frade dominicano Santi Marmochino, também baseada em Sante Pagnini, Brucioli, Zaccherie.

Em 1551, Il Nuouo ed Eterno Testamento di Giesu Christo foi publicado em Lyon pelo frade beneditino Massimo Theofilo Fiorentino, que traduziu diretamente do grego original. Em 1555, uma edição bilíngue em italiano e francês do Novo Testamento foi publicada sob a supervisão do valdense Giovan Luigi Pascale. Esta foi a primeira versão italiana a incluir a subdivisão em versos, além de ser a primeira declaradamente protestante.

A partir de 1559, o Papa Paulo IV mandou compilar o Index Librorum Prohibitorum, que continha proibições de impressão, leitura e posse de versões da Bíblia em línguas vernáculas sem prévia autorização pessoal e por escrito do bispo, do inquisidor ou mesmo do papa. Como consequência dessas disposições, a produção de Bíblias em italiano foi interrompida abruptamente.

No século XVII, Giovanni Diodati publicou sua versão em Genebra em 1607 em uma tradução diretamente dos textos originais grego e hebraico, embora também tenha consultado o texto de Brucioli.

Em 1757, o Papa Bento XIV incentivou a tradução da Bíblia em italiano. O abade Antonio Martini publicou primeiro o Novo Testamento em seis volumes (1769-1771) e, posteriormente, também o Antigo Testamento em dezessete volumes (1776-1781). Martini traduziu da Vulgata latina e colocou ao lado do texto italiano em uma coluna paralela. Esta tradução teve grande sucesso entre os católicos de língua italiana e até ganhou a aprovação do Papa Pio VI.

No final do século XIX, o crescimento do evangelismo italiano demandou novas publicações da Bíblia. Assim, foi revisada a Diodati em 1894. Mas em 1924, a tradução de Diodati foi atualizada quanto à língua e ao texto-base pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. O trabalho liderado pelo valdense Giovanni Luzzi.

Em 1968 a editora Mondadori publicou a Bibbia Condordata. Foi traduzida das línguas originais, com notas, produzida pela Sociedade Bíblica Italiana e em colaboração com biblistas católicos, protestantes, ortodoxos e judeus.

Em 1971, seguindo as diretrizes do Concílio Vaticano II (1965), a Conferenza Episcopale Italiana produziu a Versione CEI, o texto oficial da Igreja Católica para usos litúrgicos.

Em 1991 a editora La Buona Novella publicou o Nuova Diodati. Trata-se de uma versão do Diodati revisada apenas quanto à linguagem. Seu texto base do Novo Testamento foi o Textus Receptus. Seguiu-se uma edição revisada em 2003.

Em 1994, a Sociedade Bíblica de Genebra publicou a versão Nuova Riveduta, com a atualização linguística e textual da Luzzi e Diodati. Em 2006 foi publicada uma nova versão ligeiramente revista (a Nuova Riveduta 2006). A ADI-Media, a editora das Assemblee di Dio in Italia, lançou a Riveduta 2020, com atualizações linguísticas.

Justus Velsius

Justus Velsius, Haganus, ou Joost Welsens (c.1510-depois de 1581) foi um reformador e humanista holandês.

Velsius era médico, matemático e professor de artes liberais. Um tanto cosmopolita orou em Colônia, Antuérpia, Bolonha, Londres, Leuven, Estrasburgo, Frankfurt, Heidelberg, Groningen, Leiden. Foi expulso de várias cidades e universidades.

Travou relações com Damião de Góis, debateu com Calvino (com quem argumentou “ou há livre-arbítrio ou Deus é um tirano”), correspondeu com anabatistas e espirituais como Joris e Schwenckfeld, colaborou com Andreas Vesalius, impressionou Erasmo. Traduziu e editou vários autores clássicos, especialmente trabalhos ligados à medicina e às ciências naturais.

Foi feito prisioneiro várias vezes. Em uma delas, recusou-se a deixar a prisão até que uma autoridade maior o libertasse. Por uma necessidade de reforçar a construção, veio sua libertação.

Pregava como profeta e ministrava dons de cura. É, por vezes, identificado com os anabatistas (era contra o batismo infantil, mas não há registro que tenha sido rebatizado) devido suas posições radicais. Ora era identificado como luterano.

BIBLIOGRAFIA

de Waardt, Hans. “Justus Velsius Haganus: An erudite but rambling prophet.” Exile and Religious Identity, 1500–1800. Routledge, 2015. 97-109.

Sepp, Christian. Kerkhistorische Studien. Leiden, 1885.

Cornelis van der Kooi

Cornelis van der Kooi (1952- ) é um teólogo reformado holandês.

Sua carreira está associada à Vrije Universiteit Amsterdam, tendo escrito sobre pneumatologia, teologia refomacional e estudos barthianos. É autor de uma teologia dogmática, junto de Gijsbert van den Brink.

BIBLIOGRAFIA

Site pessoal

van der Kooi, C. As in a Mirror. John Calvin and Karl Barth on Knowing God. A Diptych, Leiden: Brill, 2005.

Cornelius Van Til

Kornelis ou Cornelius Van Til (1895-1987) foi um teólogo reformado, filósofo e apologista holandês-americano que ensinou no Seminário Teológico de Westminster.

Van Til mudou-se com sua família para os Estados Unidos ainda jovem. Ele frequentou o Calvin College e um ano no Calvin Theological Seminary, onde estudou com Louis Berkhof. Ele se transferiu para o Seminário Teológico de Princeton e mais tarde obteve seu PhD pela Universidade de Princeton.

Ele começou a lecionar no Seminário de Princeton, mas saiu com um grupo de professores que fundou o Seminário Teológico de Westminster. Ensinou apologética e teologia sistemática. Foi ministro da Igreja Reformada Cristã na América do Norte e da Igreja Presbiteriana Ortodoxa, nessa última desde a década de 1930 até sua morte em 1987.

Foi o proponente de uma apologética pressuposicional — uma defesa das crenças cristãs baseada em suposições mais do que na confrontação direta de um argumento. Ele se envolveu em uma controvérsia com Gordon Clark sobre a incompreensibilidade de Deus.

Influenciou vertentes fundamentalistas, a ala conservadora do evangelicalismo, o reconstrucionismo cristão e o novo calvinismo.