Johann Wilhelm Baier (1647-1695) foi um teólogo e escritor luterano alemão. Foi reitor em Halle, onde teve conflitos com os pietistas. Escreveu uma dogmática, Compendium theologiae positivae.
Categoria: B
Versões italianas
As versões italianas da Bíblia têm uma história longa e variada.
No início do século XIII, Giacomo da Viraggio, arcebispo de Gênova, teria feito uma das primeiras traduções da Bíblia para o italiano. Essas e outras primeiras traduções eram geralmente traduções livres de livros individuais, muitas vezes contendo notas e quase sempre anônimas. Dessa época apareceu a versão dominicano Domenico Cavalca sobre o livro de Atos. Todas elas foram baseadas na Vulgata.
A primeira Bíblia italiana impressa foi a de Nicolo di Malermi, um monge beneditino veneziano. Foi publicada em Veneza em 1º de agosto de 1471, chamada de Bibbia d’Agosto, baseado na Vulgata . No mesmo ano, outra Bíblia vernacular foi lançada, com base nos textos do século XIII da tradição toscana. Esta edição foi apelidada de Bibbia Jensoniana ou Bibbia d’Ottobre.
Em 1530 Bruccioli publicou sua tradução do Novo Testamento. Mais tarde, em 1532, veio a edição de toda a Bíblia. Mas em 1555 sua tradução foi colocada no Índice de Livros Proibidos por Papa Paulo IV. Foi julgado por heresia, condenado e forçado a se retratar, apesar de nunca ter oficialmente deixando o catolicismo.
Sua versão serviu de base para a versão Diodati. Embora reivindique ter traduzido a partir dos originais, parece que utilizou as versões latinas de Sante Pagnini para o Antigo Testamento e de Erasmo para o Novo.
Em 1536, o frade dominicano Zaccheria de Florença produziu seu Novo Testamento, que consistia apenas em um simples retoque do texto de Brucioli, ao qual aplicava variações quase exclusivamente estilísticas e formais. Em 1538, La Bibbia nuouamente tradotta dalla hebraica verità in lingua thoscana foi publicado sob a supervisão do frade dominicano Santi Marmochino, também baseada em Sante Pagnini, Brucioli, Zaccherie.
Em 1551, Il Nuouo ed Eterno Testamento di Giesu Christo foi publicado em Lyon pelo frade beneditino Massimo Theofilo Fiorentino, que traduziu diretamente do grego original. Em 1555, uma edição bilíngue em italiano e francês do Novo Testamento foi publicada sob a supervisão do valdense Giovan Luigi Pascale. Esta foi a primeira versão italiana a incluir a subdivisão em versos, além de ser a primeira declaradamente protestante.
A partir de 1559, o Papa Paulo IV mandou compilar o Index Librorum Prohibitorum, que continha proibições de impressão, leitura e posse de versões da Bíblia em línguas vernáculas sem prévia autorização pessoal e por escrito do bispo, do inquisidor ou mesmo do papa. Como consequência dessas disposições, a produção de Bíblias em italiano foi interrompida abruptamente.
No século XVII, Giovanni Diodati publicou sua versão em Genebra em 1607 em uma tradução diretamente dos textos originais grego e hebraico, embora também tenha consultado o texto de Brucioli.
Em 1757, o Papa Bento XIV incentivou a tradução da Bíblia em italiano. O abade Antonio Martini publicou primeiro o Novo Testamento em seis volumes (1769-1771) e, posteriormente, também o Antigo Testamento em dezessete volumes (1776-1781). Martini traduziu da Vulgata latina e colocou ao lado do texto italiano em uma coluna paralela. Esta tradução teve grande sucesso entre os católicos de língua italiana e até ganhou a aprovação do Papa Pio VI.
No final do século XIX, o crescimento do evangelismo italiano demandou novas publicações da Bíblia. Assim, foi revisada a Diodati em 1894. Mas em 1924, a tradução de Diodati foi atualizada quanto à língua e ao texto-base pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. O trabalho liderado pelo valdense Giovanni Luzzi.
Em 1968 a editora Mondadori publicou o Bibbia Condordata. Foi traduzida das línguas originais, com notas, produzida pela Sociedade Bíblica Italiana e em colaboração com biblistas católicos, protestantes, ortodoxos e judeus.
Em 1971, seguindo as diretrizes do Concílio Vaticano II (1965), a Conferenza Episcopale Italiana produziu a Versione CEI, o texto oficial da Igreja Católica para usos litúrgicos.
Em 1991 a editora La Buona Novella publicou o Nuova Diodati. Trata-se de uma versão do Diodati revisada apenas quanto à linguagem. Seu texto base do Novo Testamento foi o Textus Receptus. Seguiu-se uma edição revisada em 2003.
Em 1994, a Sociedade Bíblica de Genebra publicou a versão Nuova Riveduta, com a atualização linguística e textual da Luzzi e Diodati. Em 2006 foi publicada uma nova versão ligeiramente revista (a Nuova Riveduta 2006). A ADI-Media, a editora das Assemblee di Dio in Italia, lançou a Riveduta 2020, com atualizações linguísticas.
Antonio Brucioli
Antonio Brucioli (1498-1566) humanista, editor e tradutor da Bíblia ao italiano.
Participante do círculo de humanistas de Florença, foi exilado pelos Medici. Viveu em Veneza, onde foi processado pela Inquisição e forçado a viver em prisão domicilar até sua morte.
Em 1530 Bruccioli publicou sua tradução do Novo Testamento. Mais tarde, em 1532, veio a edição de toda a Bíblia. Mas em 1555 sua tradução foi colocada no Índice de Livros Proibidos por Papa Paulo IV. Foi julgado por heresia, condenado e forçado a se retratar, apesar de nunca ter oficialmente deixando o catolicismo.
Sua versão serviu de base para a versão Diodati. Embora reivindique ter traduzido a partir dos originais, parece que utilizou as versões latinas de Sante Pagnini para o Antigo Testamento e de Erasmo para o Novo.
Christopher Blumhardt
Christopher Blumhardt (1842– 1919) era filho de Johann Christoph Blumhardt e continuou o legado do ministério cristão radical de seu pai. Ele foi um líder proeminente no movimento social cristão na Alemanha e defendeu a justiça social e a reforma política. Ele também escreveu extensivamente sobre guerra espiritual e o poder da oração.
Em sua pesquisa doutoral, Frank Macchia examinou o impacto da família Blumhardt no Pietismo Alemão e no Pentecostalismo, enfatizando sua mensagem de transformação espiritual e justiça social. A ênfase dos Blumhardts no poder do Espírito Santo e na transformação social desafiou a piedade dominante de seu tempo e tem implicações importantes para a teologia pentecostal contemporânea.
A mensagem dos Blumhardts desafiava a piedade dominante da época, que enfatizava a salvação individual e negligenciava a responsabilidade social.
BIBLIOGRAFIA
Macchia, Frank D. “Spirituality and Social Liberation: The Message of the Blumhardts in the Light of Württemberg Pietism, with Implications for Pentecostal Theology.” Pneuma: The Journal of the Society for Pentecostal Studies, vol. 17, no. 1, 1995, pp. 23-44.
Johann Christoph Blumhardt
Johann Christoph Blumhardt (1805 –1880) foi um pastor luterano alemão conhecido por sua abordagem radical ao ministério cristão. Ele acreditava no poder da oração e da guerra espiritual para combater o mal e trazer transformação social. Ele também enfatizou a importância da renovação espiritual interior e da conversão pessoal.
Em sua pesquisa doutoral, Frank Macchia examinou o impacto da família Blumhardt no Pietismo Alemão e no Pentecostalismo, enfatizando sua mensagem de transformação espiritual e justiça social. A ênfase dos Blumhardts no poder do Espírito Santo e na transformação social desafiou a piedade dominante de seu tempo e tem implicações importantes para a teologia pentecostal contemporânea.
A mensagem dos Blumhardts desafiava a piedade dominante da época, que enfatizava a salvação individual e negligenciava a responsabilidade social.
BIBLIOGRAFIA
Macchia, Frank D. “Spirituality and Social Liberation: The Message of the Blumhardts in the Light of Württemberg Pietism, with Implications for Pentecostal Theology.” Pneuma: The Journal of the Society for Pentecostal Studies, vol. 17, no. 1, 1995, pp. 23-44.
Basemate
Basemate, em hebraico בַּשְׂמַת, foi o nome de várias mulheres mencionadas na Bíblia, incluindo uma filha de Ismael e terceira esposa de Esaú (Gênesis 36:3), e uma filha de Salomão e esposa de Aimaás (1 Reis 4:15). Outra Basemate foi a filha de Elon, o hitita, e uma das esposas de Esaú (Gênesis 26:34).
Bitia
Bitia, Bitiá ou Bítia, em hebraico בִּתְיָה, “filha de Deus”, não se sabe se é um nome próprio, ou uma designação honorífica dada mais tarde para salientar sua importância era maior que ser a filha do faraó
Foi a filha de Faraó que resgatou Moisés das águas do Nilo (Êxodo 2:1-10). Ela o adotou como seu filho e o criou como príncipe egípcio. Em tradições tardias, ela aparece casada com Merede, descendente de Judá (1 Crônicas 4:18), assim ligando a linhagem de Moisés à de Judá.
Lendas registradas no Talmud diz que estava em um banho de purificação contra idolatria no Nilo (comparável ao batismo e ao mikvé) (Sot. 12b). Quando suas servas se recusaram a desobedecer ao decreto real e salvar a criança israelita, seu braço alongou-se milagrosamente para que pudesse alcançar o cesto em que Moisés jazia; quando quando foi curada da lepra.
Outra lenda diz Bitia foi levada ao Paraíso durante sua vida (Midrash de Provérbios 31:15). Bitia é contada entre as 22 mulheres heroínas (Mid. Hag. to Gen. 23:1, s.v.Takom).
Bate-Seba
Bate-Seba, em hebraico בַּת־שֶׁבַע, Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu, a quem Davi planejou sua morte para casar-se com ela (2 Samuel 11, 12). Garantiu a sucessão de Salomão, seu filho (1 Reis 1, 2). É mencionada na superinscrição de Salmos 51:1.
Alida Bosshardt
Alida Bosshardt ou Majoor Bosshardt (1913-2007) foi uma oficial e missionária holandesa do Exército de Salvação.
Bosshardt dedicou mais de 60 anos a servir as comunidades pobres e marginalizadas, particularmente no distrito de prostituição de Amsterdã. Bosshardt viveu por seu compromisso com a justiça social e com esforços constantes para melhorar a vida das pessoas. Era amplamente respeitada por sua compaixão e dedicação, e recebeu inúmeros prêmios e homenagens ao longo de sua vida por seu trabalho humanitário.
O Benefício de Cristo
O Benefício de Cristo, ou seu título completo no original “Trattato Ultilissimo Del Beneficio Di Geisu Christo Crocifisso”, foi um dos livros de devoção espiritual de grande circulação na Europa do século XVI, além de umas das primeiras obras teológicas da Reforma italiana.
Uma obra anônima que refletia os anseios da Reforma italiana que, entre 1541 e 1548, teve impressas cerca de 40.000 a 80.000 cópias, das quais muito poucas restam, visto que a maioria foi queimada. Depois de alguns anos, o livro foi traduzido para o inglês, francês, croata e castelhano. Foi queimado em Nápoles em 1544, colocado no índice de livros proibidos em 1549 e finalmente proibido pelo nome no Concílio de Trento. Acreditava-se que a obra estivesse completamente perdida até que uma cópia foi redescoberta na Inglaterra no século XIX no St John’s College, Cambridge.
A autoria foi erroneamente atribuída a Aonio Paleario (1503-1570), um mártir da Reforma na Itália. Contudo, registros Inquisição abertos no final do século XIX apotam que um certo Don Benedetto, seja o provável autor.
Em 1567, ao ser torturado, o humanista Pietro Carnesecchi (1508-1567) indicou o possível autor. Carnesecchi disse que o livro foi escrito por um obscuro monge beneditino, Benedetto Fontanini, também conhecido como Benedetto da Mantova (1495-1556). Depois de escrevê-lo, Benedetto passou-o para o poeta Marcantonio Flaminio (1498-1550) para uma revisão literária. Depois de revelar esses nomes, Carnesecchi foi executado.
Benedetto viveu em mosteiros em Mântua e Veneza. Foi o responsável por um mosteiro na Sicília e outro perto de Ferrara. Teria sido influenciado pelo reformador espanhol Juan de Valdes (1498?-1541) e Peter Martyr Vermigli (1499-1562).
Em 1549, foi interrogado sob acusações de heresia, mas foi liberado. Morreu por volta de 1556.
A obra foi fortemente influenciada pelas “Institutas” de João Calvino de 1539e uma teologia agostiniana. Salienta a dependência absoluta do homem em Cristo para a salvação.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I. Do pecado original e da miséria do homem.
CAPÍTULO II. Que a lei foi dada por Deus com a intenção de que pudéssemos primeiro conhecer nosso pecado; e então, desconfiando de sermos justificados por nossas próprias obras, podemos correr para a misericórdia de Deus e a justiça da fé.
CAPÍTULO III. Que o perdão dos nossos pecados, nossa justificação e toda a nossa salvação dependem de Cristo.
CAPÍTULO IV. Dos efeitos da fé viva e da unidade ou acordo da alma com Cristo.
CAPÍTULO V. Como o homem cristão se veste ou se veste com Cristo.
CAPÍTULO VI. Certos remédios contra a incredulidade ou descrença.