Circuncisão, em hebraico מוּלָה e em grego περιτομή, é a remoção do prepúcio do pênis. No antigo Israel e no judaísmo, a circuncisão ocorria no oitavo dia dos bebês (Gn 17:12; Lv 12:3; Lc 1:59; Lc 2:21; Fp 3:5), embora pudesse ocorrer em idade mais tardia (Gn 17:25; 34:14-24).
Diferentes formas de procedimentos cirúrgicos no prepúcio ocorrem em várias sociedades. No Antigo Oriente Próximo, os egípcios praticavam a circuncisão, enquanto para os gregos e povos helenizados era considerada uma mutilação (Heródoto. Histórias 2.104).
A justificação desse procedimento remete à injunção divina a Abraão (Gn 17:9-27), a Josué (Js 5:2-7) e a Israel (Lv 12:1-5; Êx 12:44; Êx. 12:48). Aparece como um “sinal” da aliança de Deus com Israel (Gn 17:11).
Na passagem da estalagem (Êx 4:24-26), Zípora, esposa de Moisés, salva a vida de seu marido ao circuncidar seu filho.
A circuncisão serve para distinguir pessoas com “ouvidos incircuncisos” (Jr 6:10) ou um “coração incircunciso” (Lv 26:41; Ez 44:7; Ez 44:9), denotando teimosia. No cristianismo primitivo, os méritos de continuar o ritual da circuncisão eram debatidos, mas uma interpretação alegórica acabou predominando (At 15; Rm 2:29; Col 2:11; 1Co 7:19; Gl 6:15).
BIBLIOGRAFIA
Hoffman, A. Lawrence. The Covenant of Blood: Circumcision and Gender in Rabbinic Judaism. Chicago: University of Chicago Press, 1996.
Soggin, J. Alberto. Israel in the Biblical Period: Institutions, Festivals, Ceremonies, Rituals. Trad. John Bowden. New York: T&T Clark, 2000.