Johann Heinrich Alsted

Johann Heinrich Alsted (1588-1638)foi um teólogo e educador reformado alemão.

Nascido em Hessen, na atual Alemanha, Alsted mostrou grande potencial intelectual desde tenra idade. Estudou na Universidade de Marburg, onde se especializou em teologia, filosofia e matemática. Produziu sua Enciclopédia, uma obra monumental que visava compilar o conhecimento de várias disciplinas em um sistema abrangente. Cobria assuntos como filosofia, teologia, história e ciências naturais, refletindo a abordagem multidisciplinar de Alsted para a educação.

Em termos de teologia, Alsted foi influenciado pelas obras de teólogos como João Calvino e Pedro Ramus. Seus escritos teológicos se concentravam em áreas como dogmática, ética e hermenêutica, demonstrando sua dedicação em compreender e explicar a doutrina cristã. A abordagem de Alsted enfatizou a importância do pensamento claro e lógico no estudo teológico.

Assíndeto

Assíndeto ou asyndeton, grego para “desconectado, solto”, é uma figura retórica caracterizada pela ausência de conjunção coordenativa. A maioria das orações gregas são ligadas por uma partícula de conexão. Assim, quando aparece um assíndeto, indica um efeito retórico (como Atos 20:17-35) ou um semitismo (como em João 5:3).

Avivamento

Avivamento ou reavivamento refere-se a dois tipos de movimentos de renovação espiritual

A primeira é a renovação coletiva, como as reformas de Josias 2 Reis 22-23; 2 Crônicas 34-35, quando boa parte da população volta-se para Deus, obedece seus madamentos, cresce a propagação da mensagem de Deus, pratica-se a justiça.

São exemplos históricos o Primeiro Grande Despertar nos Estados Unidos, o aviamento pentecostal, o avivamento dos anos 1950 no Brasil.

Já avivamento também é o nome dado aos cultos em busca de renovação espiritual. É o que chamamos de culto de busca de donsm culto de avivamento ou outros. Um exemplo é o culto de avivamento de Kentucky Asbury University, nos EUA,em 2023, que levou vários dias.

Ascensão

O conceito de Ascensão refere-se especificamente à subida de Jesus Cristo aos céus após a ressurreição (At 1:2, 9-12).

Jesus, após sua ressurreição, ascendeu corporalmente aos céus, assentando-se próximo ao Pai. O acontecimento é presenciado por seus discípulos, que foram instruídos por Jesus a propagar o Evangelho e aguardar o Espírito Santo, que os capacitaria para sua missão. É mencionada de forma direta no evangelho de Marcos e na literatura lucana, além de inferências indiretas nas epístolas.

Marcos 16:19: “Então, o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus.”

Lucas 24:51: “Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi elevado ao céu.”

Atos 1:9-11: “E, havendo dito estas coisas, enquanto eles olhavam, foi elevado, e uma nuvem o ocultou da vista deles. E enquanto eles olhavam para o céu enquanto ele subia, eis, Dois varões vestidos de branco se apresentaram ao lado deles e disseram: “Homens da Galiléia, por que vocês estão olhando para o céu? Este Jesus, que dentre vocês foi levado para o céu, virá do mesmo modo como vocês o viram subir para o céu.'”

Efésios 1:20-23: “Que ele trabalhou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo governo, autoridade, poder e domínio, e acima de todo nome que se nomeie , não só nesta era, mas também na que há de vir. E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo cumpre em todas as coisas”.

Colossenses 3:1: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus.”

Hebreus 1:3: “Ele é o esplendor da glória de Deus e a marca exata de sua natureza, e ele sustenta o universo pela palavra de seu poder. Depois de fazer a purificação dos pecados, ele se assentou à direita do Majestade nas alturas.”

Outras passagens da Bíblia descrevem ascensões ao céu por várias figuras bíblicas, como Elias em 2 Reis 2:11 e a experiência mística do apóstolo Paulo mencionada em 2 Coríntios 12:2-4. No entanto, essas instâncias não são diretamente referidas como a ascensão de Jesus.

Outros conceitos teológicos similares são assunção, arrebatamento e ser transladado estão relacionados a diferentes crenças e eventos relacionados à partida de indivíduos da Terra para um domínio espiritual diferente.

  • Ascenção: como dita, refere-se exclusivamente a Jesus Cristo.
  • Assunção: é uma doutrina defendida na Igreja Católica de que Maria, a mãe de Jesus, foi levada corporalmente ao céu no final de sua vida terrena, sem experimentar a decadência física. Entre os ortodoxos orientais há o conceito similar da Dormição da Virgem Maria.
  • Arrebatamento: o termo refere-se a quatro coisas distintas. A primeira, seria a subida de Elias aos céus em 2 Reis 2:11. A segunda, seriam, as visões e viagens aos lugares celestiais, tal como reportado por Paulo em 2 Coríntios 12:2-4 e o Apocalipse de João. A terceira seria o encontro da Igreja com Cristo quando de seu retorno (1 Ts 4:17). Por fim, a última é uma interpretação desenvolvidas em círculos dispensacionalista de que essa última passagem de encontrar-se com o Senhor nos ares deve ser fundida com os eventos de Mateus 24:40-42 para argumentar uma desaparição física e repentina dos crentes antes da volta de Jesus Cristo.
  • Ser transladado: aparece em Hebreus 11:5 quando diz que pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte. Uma interpretação tradicional diz o patriarca teria sido arrebatado.

Na literatura apócrifa, os livros Ascenção de Isaías e Assunção de Moisés recebem os títulos de forma inconsistente. Em ambas obras, eles passaram pela morte e descrevem suas jornadas celestes. No caso, seria uma Assunção. No entanto, no pseudo-epígrafa de Isaías aparece o título Ascenção.

Apóstolos

Apóstolos, em grego “enviados”, termo que designa os testemunhas da vida e da ressurreição de Jesus Cristo (Mt 10:2-3; Mc 3:13-19; Atos 1:21-25; 9:15-16) enviados para proclamar a mensagem do evangelho ou trabalhar nele (f. At 14:14; 1 Cor 15:17).

O termo apostólico é relativo aos apostólos, sua época, seus ensinos e sua sucessão.

Há dúvidas quanto ao número dos apóstolos na Igreja primitiva e se o título denotava um cargo distinto daquele do episcopado/presbitério.

Onze apóstolos aparecem nomeados em Atos 1:13, “Pedro e João, e Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Judas Iscariotes, um dos doze discípulos originais, foi substituído por Matias (Atos 1:26). Adicionalmente Tiago, irmão do Senhor (Gálatas 1:19) e Paulo (Atos 14:14 etc) são indisputavelmente hoje contados como apóstolos.

Outras pessoas também possivelmente identificadas como apóstolos incluem Barnabé (Atos 14:14); Apolo (1 Coríntios 4:6-9); Timóteo e Silvano (1 Tessalonicenses 1:1 e 2:6); Epafrodito (Filipenses 2:25); os doisvino apóstolos não identificados (2 Coríntios 8:23); Andrônico e Júnia–Romanos 16:7

Em Hebreus 3:1 Jesus Cristo é contato como o “Apóstolo e Sumo Sacerdote”, considerando seu papel de enviado divinp.

Asseidade

Asseidade de Deus é um conceito filosófico sobre a autoexistência e autossuficiência de Deus. Afirma que Deus existe em si mesmo, independente de quaisquer fatores ou causas externas. O termo “asseidade” é derivado da frase latina “a se”, que significa “de si mesmo” ou “por si mesmo”.

Nas discussões filosóficas, o conceito de asseidade está intimamente associado ao conceito metafísico de existência e à questão de por que alguma coisa existe. Levanta a questão das origens últimas e da natureza da existência necessária. O conceito é freqüentemente explorado no contexto da filosofia da religião, especificamente em argumentos para a existência de Deus e discussões sobre atributos divinos.

A asseidade de Deus pode ser entendida como uma rejeição de qualquer dependência ou contingência na existência de Deus. De acordo com esse conceito, Deus não depende de nada externo a Si mesmo para Sua existência, nem Sua existência deriva de quaisquer fatores causais ou condições anteriores. A existência de Deus é vista como necessária e autofundada, tornando-o a explicação definitiva para a existência de todas as coisas.

Esse conceito filosófico de asseidade é frequentemente contrastado com a noção de seres dependentes ou contingentes, que requerem causas ou condições externas para explicar sua existência. Em contraste, Deus, como um ser inerentemente auto-existente, é considerado possuidor de asseidade no mais alto grau.

O conceito de asseidade está profundamente entrelaçado com outros atributos divinos, como a simplicidade divina e a eternidade. A simplicidade divina sugere que a existência e os atributos de Deus são inseparáveis, formando um todo unificado e indivisível. Eternidade, neste contexto, refere-se à existência de Deus além das limitações do tempo e da temporalidade, alinhando-se com a ideia de que a asseidade de Deus se estende por toda a existência.

A asseidade de Deus tem significado nas discussões filosóficas sobre a natureza da realidade, causalidade e o fundamento último da existência. Ele fornece uma estrutura para contemplar o conceito de um ser necessário, livre de dependências externas, e serve como pedra angular para vários argumentos e interpretações dentro da filosofia da religião.

Literatura Apocalíptica

A literatura apocalíptica é a um gênero literário que surgiu em tempos de angústia e incerteza, muitas vezes em tempos de opressão política ou religiosa. Apresenta um estilo de escrita altamente simbólico e visionário, com foco nas revelações divinas sobre o futuro, a ordem cósmica e o triunfo final do bem sobre o mal. A literatura apocalíptica visa fornecer esperança, encorajamento e um senso de intervenção divina em tempos de crise.

Embora a literatura apocalíptica compartilhe semelhanças com os escritos proféticos, existem diferenças distintas. As mensagens proféticas geralmente abordavam as preocupações imediatas de seu público e forneciam orientação para o presente, enquanto os escritos apocalípticos se concentravam em eventos escatológicos de longo prazo e no triunfo final de Deus. Os escritos proféticos abordavam principalmente a nação de Israel e seus líderes, enquanto a literatura apocalíptica geralmente tinha uma perspectiva cósmica protagonista individual que recebia revelações divinas.

Existem trechos apocalípticos, como Daniel 7. Essa passagem é uma visão de quatro bestas que representam reinos terrestres, seguido pelo surgimento do “Filho do Homem” que recebe um reino eterno de Deus. Um exemplo no Novo Testamento é Mateus 24, no qual Jesus discorre sobre os sinais do fim dos tempos, incluindo a destruição do Templo.

A literatura apocalíptica surgiu durante tempos de turbulência e perseguição, particularmente durante os períodos helenístico e romano. Esses escritos surgiram em resposta à opressão política, à dominação estrangeira, ao sincretismo religioso e ao desejo de intervenção divina. Os textos refletiam as ansiedades e esperanças do povo judeu, fornecendo uma estrutura para entender suas dificuldades atuais e vislumbrar uma futura restauração.

O auge da literatura Apocalíptica foi no Período do Segundo Templo, com vários exemplos:

  • 1 Enoque: Uma coleção de textos apocalípticos atribuídos a Enoque, descrevendo visões dos reinos celestiais, o julgamento vindouro e o destino dos justos e dos iníquos.
  • 2 Esdras (também conhecido como 4 Esdras): Uma obra apocalíptica judaica que aborda questões teológicas sobre teodicéia, o destino de Israel e a natureza do mal.
  • Apocalipse de João: O único livro apocalíptico canônico do Novo Testamento.
  • Apocalipse de Pedro: Uma obra pseudoepígrafa.