Agora e ainda não

A escatologia agora e ainda não é um termo usado para descrever a tensão entre a realidade presente do reino de Deus e a consumação futura do reino de Deus. Enfatiza que o reino de Deus já foi inaugurado por meio da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e que esse reino inaugurado agora está presente na vida dos crentes por meio da obra do Espírito Santo.

Ao mesmo tempo, porém, esta escatologia reconhece que o reino de Deus ainda não foi plenamente realizado e que há um aspecto futuro do reino que ainda está por vir. Esse aspecto futuro inclui o julgamento final, a ressurreição dos mortos, a renovação de todas as coisas e a plena realização do reinado de Deus sobre toda a criação.

O conceito decorre das Duas Eras presentes na Bíblia. Em hebraico- “ Olam hazzeh” que é “esta era” e “Olam Habah”, “a era vindoura.” O grego do Novo Testamento emprega essas mesmas duas divisões de tempo cerca de trinta vezes: “Aion ho houtos, “esta era” e “Aion ho mellon”, “a era do porvir”. A “Era vindoura” se sobrepõe a “esta Era” com a obra de Cristo em expulsar demônios e, especialmente, em sua ressurreição dentre os mortos. Enquanto a “era porvir” ainda está apenas em sua forma incipiente, pois o segundo advento virá no futuro em sua plena realização.

A escatologia “agora e ainda não” reconhece a tensão entre o já presente e os aspectos ainda não totalmente realizados do reino de Deus. Encoraja os crentes a viverem na realidade do reino de Deus agora, ao mesmo tempo em que espera seu cumprimento final no futuro.

Aristo de Pella

Aristo ou Ariston de Pella foi um apologista judaico-cristão e historiador do século II aC.

Muito pouco se sabe sobre sua vida, exceto que viveu em Pella ou Apamea da Síria. Provavelmente foi o autor de Disputa de Jasão e Papisco, uma obra apologética que sobreviveu apenas em fragmentos, mencionda na Scholia às obras de Dionísio, o Areopagita.

Ariston escreveu uma obra histórica descrevendo os eventos da destruição de Jerusalém durante a revolta de Bar Kochba, que também sobreviveu em fragmentos. O historiador armênio Movses Khorenatsi sugere que Ariston era o escriba do bispo Marcos de Jerusalém ou o escriba de Artashes I.

W. F. Albright

William Foxwell Albright (1891 – 1971) foi um biblista e arqueólogo estudioso do Antigo Testamento. 

Albright recebeu seu diploma de bacharel pela Upper Iowa University e seu PhD pela Johns Hopkins, onde atuou no corpo docente de 1930 a 1958.

Treinou uma geração de biblistas, historiadores e arqueólogos. Apesar de não considerar a Bíblia como um registro histórico com acurácia minuciosa, entendia que boa parte de seus relatos possuíam bases históricas. Assim, desenvolveu uma escola de pensamento arqueológica, a dita maximalista, para averiguar esta historicidade.

Adelardo de Bath

Adelardo de Bath ou Adelardus Bathensis (1080? – 1152?) foi um filósofo, viajante e tradutor britânico.

Viajou pelo Mediterrâneo, visitando o sul da Itália, o Norte da África e a Ásia Menor. Traduziu os Elementos de Euclides para o latim, a primeira versão extante conhecida. Foi um dos introdutores dos algarismos arábicos na Europa.

Na questão dos universais, tentou concilar Platão e Aristóteles. Considerava um perspectivismo: os particulares e ou universais existiam a partir da perspectiva do sujeito. Influenciou a filosofia natural de Roberto Grosseteste e Roger Bacon.

Adamâncio

Adamâncio ou Adamantius é um autor patrístico do qual pouco se sabe. Não se sabe muito sobre sua vida, mas se acredita que viveu no século III ou IV dC, provavelmente na Síria.

Adamâncio,, figura distinta de Orígenes, com quem é muito frequentemente confundido, é o autor da antiga obra cristã Diálogo de Adamâncio ou De recta in Deum fide (A fé ortodoxa em Deus).

O livro é uma conversa entre um filósofo cristão chamado Adamâncio e um grupo de filósofos não cristãos. Divide-se em cinco livros e três debates. A obra apresenta argumentos em favor da fé cristã e aborda objeções comuns às crenças cristãs. Debate com proponentes do marcionismo, bardaisanismo e valentianismo.

Discute sobre astrologia, a qual via como uma forma de adivinhação incompatível com as crenças cristãs. Argumentou que somente Deus tinha controle sobre os movimentos das estrelas e planetas e que seu estudo e interpretação não eram uma busca legítima para os cristãos.

O livro foi traduzido para o latim por Rufino de Aquileia no século IV.

Karl Adam

Karl Adam (1876-1966) foi um padre e teólogo católico alemão.

Adam desevolveu muito de seu trabalho na Bavária, onde foi ordenado padre em 1900.

O trabalho teológico de Adam centrava-se na cristologia e no papel de Cristo na vida da Igreja. Adam rejeitava a teologia liberal e racionalista de sua época. Embora defendese uma teologia natural racional, seria na Igreja em que Cristo seria conhecido.

Adam argumentou que a relação entre Cristo e a Igreja não era meramente legal, mas mística na qual a Igreja participava da vida de Cristo. A doutrina ficou conhecida como o “Corpo Místico de Cristo” e influenciou o desenvolvimento da teologia católica e do ecumenismo. Acreditavaque os cristãos de todas as denominações deveriam trabalhar juntos para promover a unidade cristã. Ele participou das Conversas Malines, uma série de diálogos entre teólogos católicos e anglicanos na década de 1920.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Adam foi um oponente vocal do regime nazista e se manifestou contra suas políticas. Após a guerra, ele continuou a trabalhar pela unidade dos cristãos e participou da fundação do jornal ecumênico “Unitas”.

A obra mais famosa de Adam é seu livro “O Espírito do Catolicismo”, publicado em 1924 e traduzido para vários idiomas.

Madame Acarie

Madame Acarie (1566–1618), também conhecida como Maria da Encarnação, foi uma mística francesa e freira carmelita que viveu no final do século XVI e início do século XVII.

Nasceu Marie Guyart em Paris em 1566, em uma família rica da nobreza católica.

Marie se casou com um advogado rico e teve seis filhos. Ela era conhecida por sua devoção à oração e ao trabalho de caridade, e usava sua posição social para ajudar os pobres e enfermos. Fávoravel à reforma religiosa, foi atraída para a ordem carmelita descalça, que enfatizava uma vida de oração contemplativa.

Em 1604, Marie experimentou um profundo despertar espiritual que a levou a buscar uma vida de maior devoção e contemplação. Tornou-se freira carmelita em 1615, assumindo o nome de Maria da Encarnação, e desempenhou um papel fundamental no estabelecimento da ordem carmelita na França.

As experiências místicas de Marie foram notórias, mas seu conteúdo permanece desconhecido. Seus escritos sobre a vida espiritual foram amplamente respeitados em seu tempo.

Acácio de Cesareia

Acácio de Cesareia (c. 310 – 366) foi um bispo e teólogo cristão envolvido nas disputas cristológicas do século IV, como expoente dos homeanos.

Nasceu na Palestina e tornou-se bispo de Cesareia no início dos anos 340. Acácio afirmava a divindade de Jesus Cristo e desempenhou um papel significativo na controvérsia ariana do século IV.

Era um forte oponente da teologia ariana, que atribuia uma divindade subordinada de Jesus Cristo. No entanto, Acácio também estava associado a um grupo de bispos conhecidos como homoeanos, para quem o credo de Niceia deveria ser corrigido.

Quanto ao credo niceno, os homoeanos rejeitaram o termo “consubstancial” (homoousios) que foi usado no Credo Niceno, argumentando que era muito preciso e potencialmente divisivo. Em vez disso, preferiram o termo “similar em substância” (homoiousios).

A doutrina dos homoeanos foi favorecida pelo imperador Constâncio II. Concílios em Esmira (22 de maio de 359), Rimini (outubro de 359) e Selêucia (inverno de 359) promulgaram a doutrina homoeana. Assim, foi posição dos bispos do cristianismo majoritário, exceto no Egito. Contudo, foi abandonada após a morte de Constâncio em 361. Renasceu no Oriente durante o reinado do imperador Valente (364-378), mas foi finalmente condenada pelo Concílio de Constantinopla em 381.

Mikael Agricola

Mikael Agricola (c. 1510-1557) foi um bispo finlandês, reformador e autor pai da literatura finlandesa.

Nascido na cidade de Pernå, onde hoje é a Finlândia, Agricola foi educado na Universidade de Turku e mais tarde estudou teologia em Wittenberg, Alemanha.

Inspirado pelos ensinamentos de Martinho Lutero, Agricola se tornou uma figura chave na Reforma Protestante na Finlândia e trabalhou para traduzir a Bíblia e outros textos religiosos para o finlandês.

Publicou sua tradução do Novo Testamento para o finlandês em 1548. Esse trabalho foi um marco na literatura finlandesa e desempenhou um papel importante no desenvolvimento da língua finlandesa. Agricola também escreveu uma série de outras obras, incluindo catecismos e hinos.