Epístola de Jeramias

A Carta ou Epístola de Jeremias é um texto profético apócrifo ou deuterocanônico que adverte contra a adoração de ídolos. Destinada aos israelitas exilados, apela para afastarem-se de sua idolatria e retornarem à adoração do único Deus verdadeiro. A carta condena os falsos profetas e suas mentiras e encoraja o povo a confiar na sabedoria e no poder de Deus.

Mivne haEven haGadol

Mivne haEven haGadol ou Grande Estrutura de Pedra é nome dos restos arqueológicos encontrados na Cidade de Davi, em Jerusalém.

A arqueóloga Eilat Mazar anunciou as descobertas da escavação em 2005 como datada do século X a.C. e possivelmente parte do palácio de Davi.

Foram encontradas duas bulas (selos). Uma pertencia ao funcionário Jeucal, filho de Selemias, filho de Sevi. Essa pessoa parece ser mencionada em Jeremias 37:3 e 38:1. Outra bula pertence a Gedalias, filho de Pasur, desse mesmo período, também citado no Livro de Jeremias 38:1-4.

A datação e a identificação do sítio gerou várias controvérsias. Alguns arqueólogos discordam que seja uma só edificação.

BIBLIOGRAFIA

Finkelstein, Israel; Herzog, Ze’ev; Singer-Avitz, Lily; Ussishkin, David (2007). “Has King David’s Palace in Jerusalem Been Found?”. Tel Aviv: Journal of the Institute of Archaeology of Tel Aviv University. 34 (2): 142–164.

Mazar, Eilat (2006). “Did I Find King David’s Palace? Biblical Archaeology Review. 32:1 (January/February): 16–27, 70.

Gedalias

Gedalias filho de Aicão. (morte c.585 a.C.), governador nomeado pelos babilônios para administrar Judá após a captura de Jerusalém em 586 a.C. , sendo assassinado (Jr 40:7–41:18).

Membros de sua família ocuparam cargos importantes durante as últimas décadas do reino de Judá. Seu avô Safã e seu pai Aicão apoiaram Josias durante as reformas (2 Re 22). Aicão continuou na corte durante o reinado de Jeoiaquim e foi capaz de salvar Jeremias da ira do povo após seu discurso no portão do Templo (Jeremias 26:24).

Uma impressão de selo diz “Gedalias, encarregado da casa”, foi encontrada no portão da cidade de Laquis, uma cidade queimada e destruída nos últimos dias do reino de Judá.

Gedalias residia em Mizpá, no território de Benjamim. O restante do povo de Judá que se reuniu ao redor dele incluía oficiais que haviam escapado da captura e deportação pelos babilônios. O centro de Mizpá não durou muito e Gedalias, junto com os judeus e os babilônios estacionados em Mizpá, foi assassinado por Ismael filho de Netanias, aliado de Baalis, rei dos amonitas. Os que sobreviveram fugiram para o Egito, levando Jeremias com eles, com medo da retaliação dos babilônios (2 Reis 25: 25–26; Jr 41 e 43) .

O dia da morte de Gedalias foi observado como “o jejum do sétimo mês” (Zc 7: 5; 8:19) e, em uma data posterior, o Jejum de Gedalias. De acordo com a tradição, é observado no terceiro dia de Tishri (RH 18b).

Joanã

  1. Um dos heróis gaditas que se juntou a Davi no deserto de Judá (1 Cr 12:12).
  2. O primogênito do rei Josias (1 Cr 3:15).
  3. Joanã, filho de Careá, um dos líderes judeus durante o governo de Gedalias, a quem Nabucodonosor havia nomeado governador em Jerusalém (2 Re 25:23; Jr 40:8). Joanã alertou Gedalias sobre os planos de Ismael contra ele, mas foi ignorado (Je 40:13, 16). Atacou o assassino do governador e resgatou os cativos (41: 8, 13, 15, 16). Ele e seus seguidores fugiram para Tapanes, no Egito (43: 2, 4, 5), levando Jeremias, temerosos da represália babilônica.

Baruque

Baruque filho de Nerias foi amigo e secretário (amanuense) de Jeremias.

Baruque aparece como membro da uma família importante em Jerusalém. Seu irmão, Seraías, era ministro do rei Zedequias (Jr 51:59). Em 605–604 a.C, Jeremias ditou suas profecias a Baruque, que bravamente leu o pergaminho para o povo no Templo e novamente para os ministros de Jeoiaquim (608–598 a.C). O pergaminho foi então lido ao rei, que o queimou, ordenando a captura de Jeremias e Baruque. Ambos se esconderam e reescreveram seu pergaminho (Jr 36). Baruque é mencionado uma segunda vez quando Jeremias resgata o campo de Hanamel em Anatote (Jr 32:12-16), e uma terceira e última vez (Jr 43:3) quando, apesar das advertências de Jeremias, “os comandantes das forças” fogem. para o Egito, levando Jeremias e Baruque com eles.

Os livros que levam seu nome tiveram uma história de recepção canônica complexa.

Duas bulas (impressões em argila) possivelmente são de Baruque, embora suas autenticidades sejam disputadas.

Livro de Baruque

O nome Livro de Baruque refere-se à vários livros associados a Baruque, o escriba de Jeremias (Jr 36:4).

1 Baruque. Uma pequena coleção de orações e poemas de diversas fontes. Aparece em edições da Septuaginta (Old Greek), sendo canônico nas Bíblias etíopes e na versão grega de Teodotion. Apesar de não inclusas na Vulgata por Jerônimo, em recensões tardias o livro aparece, sendo incorporada na Vulgata Sixto-Clementina.

Em algumas edições (como na Igreja Ortodoxa), o capítulo 6 de Baruque aparece como um livro distinto, a Epístola de Jeremias.

CANONICIDADE

Não é citada na literatura rabínica, nem faz parte de nenhuma edição do Texto Massorético. Entre os Manuscritos do Mar Morto aparece a Epístola de Jeremias, mas nada do resto do Livro de Baruque.

É citada por autores patrísticos como Atenágoras de Atenas e Irineu de Lyon, mas como pertencentes ao livro de Jeremias. Atanásio e Agostinho citaram o livro como canônico, mas foi explicitamente rejeitado por Jerônimo. Está presente nos Grandes Códices, exceto no Codex Sinaiticus, o qual possui uma lacuna depois de Lamentações.

Desde os concílios de Florença e Trento é tido como (deutero)canônico para a Igreja Católica. É empregado para uso litúrgico entre anglicanos e cristãos ortodoxos.

Aparece em várias edições protestantes da Bíblia, como na King James de 1611 ou na Biblia del Oso, a tradução de Casiodoro de Reina, na Bíblia de Lutero de 1534, a francesa de Olivetan de 1535. O anabatista Ludwig Haetzer defendeu sua canonicidade. A partir do século XVII Baruque aparece somente em algumas edições anglicanas ou luteranas.

DATAÇÃO

A linguagem e os temas remetem à época de redação do Livro de Daniel e de Siraque. O livro é datado entre 200 a.C. a 100 a.C.

ESBOÇO

  • Narrativa introdutória (1:1-14)
  • Confissão e Oração (1:15-3:8)
  • Elogio da Sabedoria (3:9-4:4)
  • Discurso a Israel (4:5-9a)
  • O consolo de Sião para seus filhos na Diáspora (4:9b-29)
  • Exortação para Jerusalém (4:30-5:9)
  • Epístola de Jeremias (6)

2 Baruque. Apocalipse siríaco de Baruque. Texto pseudoepígrafo do final do século I dC ou início do século II dC. Os capítulos 78–87, chamado de a Carta de Baruque às Nove e Meia Tribos, circulou separadamente. É atestada em 36 manuscritos siríacos. Escrita em siríaco e traduzida para o árabe, possui trechos fragmentários em latim e grego. No ocidente foi conhecido quando descoberto por Antonio Ceriani na Biblioteca Ambrosiana em Milão em 1866. É uma coletânea de orações, lamentações e visões.

3 Baruque. Apocalipse grego de Baruque. É um livro pseudoepígrafa composto depois da destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos. Apresenta uma visão do Templo nos céus, atendido por anjos. Discorre sobre o sofrimento e teodiceia.

4 Baruque ou Paralipômena de Jeremias é um Livro pseudoepígrafe, embora parte da Bíblia Ortodoxa Etíope. É conhecida por manuscritos grego, ge’ez, armênio, romeno e eslavo eclesiástico. Relata um sono de 66 anos de Abimeleque, sobrevivente da Queda de Jerusalém. Contém fábulas e relatos fantásticos. É estimado ser do século II d.C.

Resto das palavras de Baruque ou Lamentações Etíopes de Jeremias. é um texto pseudepigráfico, lido nos cânones menores da Igreja Ortodoxa Etíope e dos Beta Israel. Trata-se de uma recensão de outros textos do corpus jeremíada. Contém uma versão de Lamentações, Epístola de Jeremias, uma profecia contra Passur e a Paralipômena de Baruque (4 Baruque).

Livro de Jeremias

Nos turbulentos anos que antecederam a queda do Reino de Judá, o profeta Jeremias apela para que depositem a confiança em Deus meio às desaventuras, não em alianças políticas ou nas forças militares. Também denuncia as falsas profecias que apregoavam uma prosperidade que Deus não prometeu.

Embora não haja uma organização estritamente cronológica ou temática no arranjo do livro de Jeremias, os seguintes blocos são discerníveis: vocação de Jeremias e profecias contra Judá e Jerusalém (1-24), juízo contra Jerusalém e as nações (25:1-14), o copo da ira (25:1-15–38), Jeremias lida com outros profetas (26-29), o livro da Consolação e oráculos da esperança (30-33), queda de Jerusalém e fuga ao Egito (34-35), juízo contra as nações (46-51), destruição de Jerusalém (52).

Lamentações

Séries de poemas de lamentos acerca da queda de Jerusalém. Apesar de seu desesperador, renova esperanças de uma restauração vindicada por Deus.

Na homilética, uma frase resume o livro: “em sua justa ira, ó Senhor, lembre-se da misericórdia!”

Tradicionalmente atribuído a Jeremias, seu teor e linguagem é semelhante aos escritos da escola jeremíada, como o apócrifo livro de Baruque. No cânone hebraico, no entanto, é listado entre a hagiógrafa ou ketuvim (Escritos).