Epístola de Jeramias

A Carta ou Epístola de Jeremias é um texto profético apócrifo ou deuterocanônico que adverte contra a adoração de ídolos. Destinada aos israelitas exilados, apela para afastarem-se de sua idolatria e retornarem à adoração do único Deus verdadeiro. A carta condena os falsos profetas e suas mentiras e encoraja o povo a confiar na sabedoria e no poder de Deus.

Testamento dos Doze Patriarcas

O Testamento dos Doze Patriarcas é um livro apócrifo e pseudepigráfa. Seriam os conselhos de despedidas dos doze filhos de Jacó.

São ensinos exortatórios. José desempenha um papel de exemplo de um homem ético, e as ações dos patriarcas são muitas vezes comparadas com ele.

Faz parte da Bíblia Ortodoxa Armênia Oskan de 1666. Fragmentos de escritos semelhantes foram encontrados em Qumran.

Os Testamentos foram escritos em hebraico ou grego e alcançaram sua forma final no século II aC. No século XIII, eles foram introduzidos no mundo ocidental. Tertuliano parece citar uma passagem do texto grego do Testamento de Benjamim em sua polêmica contra Marcião de Sinope. Foi citado por reformadores e mais tarde por reformadores.

Foi aludido por Paulo e outros escritores do Novo Testamento. Em particular:

  • 1 Ts 2:16 é uma citação de Test. Patr., Levi, 6:10-11;
  • Rm 12:19 cita Gade 6:7.
  • Rm 12:21 cita Benjamim 4:3.
  • 2 Co7:10 é uma citação de Gade 5:7.
  • Ef 5:6 alude a Naftali 3:1.

Evangelho de Nicodemos

O Evangelho de Nicodemos também chamado de Atos de Pilatos é um livro apócrifo que relata os eventos que cercam o julgamento, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo.

O Evangelho de Nicodemos contém um relatório oficial do procurador a respeito de Jesus. Apresenta um relato do julgamento, crucificação e sepultamento de Jesus, bem como a descida ao inferno e a libertação dos justos Pais do Hades.

A ideia central deste livro é antiga e era comum no segundo século. Embora não possa ser anterior ao século IV, sua influência na literatura e na arte foi grande durante a Idade Média. As origens do livro permanecem obscuras, tendo sofrido diversas adaptações ao longo da história. Durante os tempos da Reforma, uma tradução alemã foi publicada por Philip Ulhart em Augsburg em 1525. Foi lido pelos anabatistas desde o século XVI, sendo sua última tradução para uso devocional feita em 1947 para a língua inglesa.

3 Coríntios

A epístola apócrifa de 3 Coríntios é um texto atribuído a Paulo. Seria uma carta para a comunidade de Corinto.

Terceiro Coríntios foi tido como canônico pelas igrejas síria e armênia do século IV em diante. Foi citado como tal por Efrém e Afraate. Todavia, sua canonicidade na igreja síria passou a ser desconsiderado a partir do século V.

O conteúdo de 3 Coríntios é derivado do também apócrifo Atos de Paulo, conforme a descoberta de uma versão copta em 1894 . Contrasta com a apócrifa Epístola aos Laodicenses, feita com o rearranjo das cartas paulinas.

É preservado em manuscritos armênios do Novo Testamento, alguns fragmentos latinos e uma cópia grega do século III no Bodmer Papyrus X. 

O conteúdo de 3 Coríntios denuncia dois homens, Simão e Cleóbio que chegaram recentemente a Corinto, pervertendo a fé de muitos. Os dois teriam propagado que Deus não é todo poderoso, nem criou os humanos ou mesmo este mundo. Nega que Jesus não veio em carne nem nasceu de Maria.

BIBLIOGRAFIA

NASSCAR. Third Corinthians. 2019. https://www.nasscal.com/e-clavis-christian-apocrypha/3-corinthians/

Evangelho de Pedro

Evangelho de Pedro é uma obra pseudepígrafa (falsamente atribuída) a Pedro, datada de cerca de 150 d.C.

Esse evangelho apócrifo é um evangelho da paixão, ou seja, discorre sobre a condenação, crucificação e ressurreição de Jesus. Como a obra infere de que o corpo de Cristo tinha apenas a aparência da realidade, Serapião, bispo de Antioquia (c. 190),diz que era de autoria de um docetista.

Apresenta a crucificação sem constar um ato de expiação. Afirma que os soldados romanos e autoridades judias testemunharam sua crucificação. Jesus é levado da cruz, mas sua morte não é mencionada explicitamente.
Dois seres sobrenaturais entram na tumba e três emergem. Não há menção de testemunhas que viram Jesus vivo depois da cena da tumba.

Apesar de muitos eruditos associarem esse escrito com os gnósticos, não possui a cosmologia característica da maioria desses movimentos.

Kerygma Petri

A Pregação de Pedro (Kerygma Petri, sigla KP) consiste em fragmentos citados por Clemente e Orígenes. Seria uma coleção de ensinos de Pedro, coletadas no Egito no início do século II.

Clemente cita KP como legítima, mas Orígenes não.

Apresenta similaridades temáticas com Atos e os Escritos Paulinos, mas com um teor transicional entre a pregação missionária inicial e a apologética comum a partir do século II.

Não deve ser confundido com outras literaturas apócrifas e pseudopígrafas atribuídas a Pedro: evangelho de Pedro, Apocalipse de Pedro e Kerygmata Petrou, as homílias petrinas na Literatura Pseudoclementina.