Heresia

Heresia, em seu sentido grego original restringia-se à opinião, mas ganhou conotações de doutrinas infundadas ou contrárias à base apostólica encontrada nas Escrituras..

O termo “heresia” deriva da palavra grega “hairesis”, que significa “seita” ou “escola de pensamento”.

Contemporaneamente seria a adesão insistente a uma crença falsa ou pouco ortodoxa que contradiz os ensinamentos fundamentais do cristianismo.

A heresia é muitas vezes distinguida do erro, que é um erro não intencional de crença ou compreensão. Embora os erros possam ser perdoados, a heresia é vista como uma rejeição intencional dos ensinamentos comumente aceitos pela Igreja.

Ao longo da história cristã, surgiram várias heresias, desafiando os ensinamentos da igreja sobre temas como a natureza de Deus, a pessoa de Cristo e a ação contínua do Espírito Santo.

Alguns exemplos notáveis de heresias na história cristã incluem:

Arianismo: negou a plena divindade de Cristo, alegando que ele seria um ser criado, subordinado e não um Deus encarnado.

Gnosticismo: diversos movimentos, grupos e tendência de pensamento que reivindicavam um conhecimento secreto, dualista, separando o reino espiritual do mundo material.

Marcionismo: seita e heresia surgida no século II que negava a bondade do Deus criador retratado no Antigo Testamento.

Apostasia

Apostasia, do grego ἀφίστημι, “ficar afastado”, significando deserção, abandono, rebelião. No contexto bíblico refere-se ao abandono da fé enquanto em contextos teológicos adquiriu outros significados.

O termo parece como ato de infidelidade de Israel a Deus (Jr 2:19;Jr 5:6;Js 22:22;2Cr 29:19; 33:19) ou abandono da fé cristã (Hb 6:6). Em Atos 21:21, a raiz grega da palavra “apostasia” aparece no suposto abandono Moisés por Paulo. O termo em 2 Tessalonicenses 2:3 geralmente é interpretado como um abondono da fé generalizado entre crentes em um futuro escatológico.

Na epístola de Judas há um elenco de características dos apóstatas. Um apóstata seria ímpio, dissoluto e negador de Criso (v4), rejeita o domínio e autoridade divinas (v8), sem temor, carregado pela situação, infrutífero (v12), impetuoso e errante (v13), comete obras e palavras de impiedade (v15), murmurador, queixoso, imoral, arrogante, admirador por interesse (v16), escarnecedor (v18)  faccioso e seguidor de seus impulsos (v19).

Na história do cristianismo o termo apostasia ganhou outros sentidos. Virou o epíteto do imperador Juliano, o apóstata, (331-363), governante romano que, criado no cristianismo, voltou-se ao paganismo.

Várias fases históricas ou escatológicas são consideradas como uma apostasia da igreja. Nessa interpretação, ainda que sob forma e identidade cristã, instituições seriam tão corrompidas que figurativamente correponderiam a uma apostasia.

Apostasia não se confunde com cisma, dissidência, heresia ou corrupção eclesiástica generalizada.

Arianismo

Doutrina que declara que o Filho foi criado pelo Pai, sendo subordinado. E que o Espírito Santo do Filho, sendo seu atributo, mas não possuíndo pessoalidade. Cada manifestação da Trindade seria de um substância diferente. Este movimento surgiu em Alexandria, Egito, no século IV d.C., foi condenado como heresia nos concílios de Niceia e Constantinopla, sobreviveu como uma denominação independente entre povos germânicos até o século VII d.C. O bispo ariano Ulfilas (c.311-c.380) fez uma das mais antigas traduções compreendendo o Novo Testamento e partes do Antigo Testamento para língua gótica, servindo de importante testemunho para a crítica textual bíblica.