Safira

Safira (סַפִּיר, sappir; σάπφειρος, sappheiros), pedra preciosa de grande valor e beleza, é mencionada diversas vezes na Bíblia como símbolo de preciosidade, sabedoria e divindade. Em Êxodo 24:10, a safira é descrita como parte do pavimento celestial que Moisés contemplou no Monte Sinai, representando a glória e a transcendência de Deus.

No livro de Jó, a safira é mencionada como um tesouro de grande valor (Jó 28:16), e em Ezequiel 28:13, ela faz parte da vestimenta do rei de Tiro, simbolizando riqueza e poder.

O apóstolo João, em sua visão da Nova Jerusalém (Ap 21:19), descreve a safira como uma das pedras preciosas que adornam os fundamentos da cidade santa, representando a beleza e a perfeição do Reino de Deus.

O termo hebraico traduzido como “safira” é סַפִּיר (sappir) (Êxodo 24:10; 28:18; 39:11; Jó 28:6, 16; Cânticos 5:14; Isaías 54:11; Lamentações 4:7; Ezequiel 1:26; 10:1; 28:13). A Septuaginta traduz sappir como σάπφειρος (sappheiros), e a Vulgata como sapphirus. A “safira” moderna (uma variedade de coríndon) é geralmente transparente e de cor azul clara, características que não se encaixam nas descrições bíblicas.

As descrições de sappir na Bíblia sugerem uma pedra opaca, de cor azul escura, frequentemente com inclusões douradas de pirita, que se assemelham a estrelas. Por exemplo, em Jó 28:6, é dito que a sappir contém “pó de ouro”. Essa descrição é consistente com o lápis-lazúli, não com a safira. Além disso, o lápis-lazúli era amplamente utilizado no antigo Oriente Médio, sendo importado do Afeganistão, a principal fonte conhecida na época.

As principais passagens bíblicas que mencionam sappir (“safira”, mas provavelmente lápis-lazúli) incluem:

  • Êxodo 28:18 e 39:11: Sappir é uma das pedras preciosas no peitoral do sumo sacerdote.
  • Jó 28:6, 16: Sappir é associada à sabedoria e ao valor inestimável.
  • Ezequiel 1:26 e 10:1: A aparência do trono de Deus é comparada a sappir.
  • Isaías 54:11 e Lamentações 4:7: Sappir é mencionada como material de construção, e, por comparação, ao brilho e formosura.

No Novo Testamento, a palavra grega σάπφειρος (sappheiros) aparece em Apocalipse 21:19 como a segunda pedra fundamental da Nova Jerusalém. Embora a tradução usual seja “safira”, a referência histórica aponta para o lápis-lazúli.

Embora a Bíblia não especifique a cor das safiras mencionadas, é provável que se trate da variedade azul, a mais conhecida e apreciada na antiguidade.

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