Aveus

Aveus, talvez o mesmo que heveus, designam um grupo de povos que habitavam a região de Canaã antes da chegada dos israelitas. São mencionados em diversos livros bíblicos, incluindo Deuteronômio, Josué, Juízes e Reis.

Em Deuteronômio 2:23, os aveus são descritos como habitantes da faixa costeira ao sul de Gaza, tendo sido desalojados pelos filisteus. Josué 13:3 menciona os aveus como um dos povos que ainda restavam para serem conquistados pelos israelitas na região ao norte de Canaã. Já em 2 Reis 17:31, os aveus são listados entre os povos que os assírios trouxeram para Samaria após a conquista do reino de Israel.

Atalaia

O termo atalaia remete a um ponto estratégico de observação, como torres ou lugares elevados, usados para vigilância e proteção. Nas Escrituras, ele adquire significados simbólicos, representando responsabilidade espiritual e prontidão.

2 Samuel 18:24-27: Durante a batalha contra Absalão, Davi espera notícias no portão da cidade. Um vigia no alto avista um homem correndo sozinho, destacando a importância do atalaia em comunicar informações cruciais.

2 Reis 9:17-20: Em Jezreel, um vigia avista Jeú e seu exército, informando ao rei Jorão. Sua observação atenta reflete a relevância da vigilância em tempos críticos.

Isaías 21:6-12: O profeta Isaías age como atalaia, transmitindo uma mensagem divina ao povo. Essa passagem ressalta a responsabilidade de anunciar a verdade, mesmo que difícil.

Isaías 52:8: A alegria do vigia ao avistar o mensageiro com boas novas simboliza a esperança e expectativa pela salvação.

Ezequiel 3:17-21; 33:1-9: Deus designa Ezequiel como atalaia para Israel, incumbindo-o de advertir sobre o pecado e suas consequências. Sua missão é alertar sobre o perigo iminente, independentemente da reação do povo.

Habacuque 2:1: Habacuque se coloca em sua torre de vigia, buscando respostas divinas em oração e reflexão. A atalaia aqui simboliza discernimento espiritual e comunhão com Deus.

Profetas como Ezequiel e Isaías são comparados a atalaias espirituais, encarregados de alertar o povo sobre perigos e conduzi-los ao arrependimento. A metáfora destaca a vigilância constante e a prontidão na vida espiritual. Como Habacuque afirma: “Sobre a minha torre de vigia me colocarei… e vigiarei para ver o que me dirá”.

Adufe

O adufe, instrumento de percussão quadrangular com cerca de 50 cm, originário da Mesopotâmia, é confeccionado em madeira e couro. Sua estrutura consiste em uma armação de madeira leve, geralmente quadrada, sobre a qual se estende uma pele de animal curtida. No interior, pequenas placas metálicas presas à armação produzem um som tintinante quando o instrumento é percutido ou agitado.

Embora sua origem remonte à Mesopotâmia, o adufe se disseminou por diversas culturas do Oriente Médio e Mediterrâneo, incluindo o Egito e Israel. Na Bíblia, o adufe é mencionado em contextos de festa, celebração e alegria. Em Gênesis 31:27, Labão repreende Jacó por ter partido sem lhe permitir celebrar sua partida com cânticos, adufe e harpa. Êxodo 15:20 descreve Miriã e as mulheres de Israel celebrando a travessia do Mar Vermelho com cânticos e adufes. Salmos 150:4 exorta os fiéis a louvar a Deus com adufe e dança.

O adufe era tocado principalmente por mulheres, que o utilizavam em festas familiares, casamentos e celebrações religiosas. Seu ritmo vibrante e seu som metálico contribuíam para a atmosfera festiva e a expressão de alegria.

Passagens que mencionam o adufe:

  • Gênesis 31:27: Labão repreende Jacó por partir sem permitir uma despedida festiva com música, incluindo o adufe. (Contexto de possível lamentação pela partida)
  • Êxodo 15:20: Miriã e as mulheres celebram a travessia do Mar Vermelho com cânticos e adufes. (Celebração e alegria)
  • Juízes 11:34: Jefté volta para casa após a vitória, e sua filha sai ao seu encontro com adufes e danças. (Contexto ambíguo: alegria pela vitória, mas prenúncio de tragédia)
  • 1 Samuel 18:6: Mulheres celebram a vitória de Davi sobre Golias com cânticos, danças e adufes. (Celebração e alegria)
  • 2 Samuel 6:5: Davi e a casa de Israel celebram a arca da aliança com música, incluindo adufes. (Celebração religiosa)
  • 1 Crônicas 13:8: Similar a 2 Samuel 6:5, descrevendo a celebração da arca. (Celebração religiosa)
  • 1 Crônicas 15:28: Novamente a celebração da arca, com o adufe entre os instrumentos. (Celebração religiosa)
  • 2 Crônicas 29:25: Ezequias restaura o culto no templo e ordena música com adufes, conforme instruções de Davi. (Celebração religiosa)
  • Salmos 68:25: Procissão com cantores, seguidos por tocadores de adufe. (Contexto de louvor e possivelmente procissão religiosa)
  • Salmos 81:2: Cânticos de louvor a Deus com adufes. (Celebração e louvor)
  • Salmos 149:3: Louvor a Deus com danças e adufes. (Celebração e louvor)
  • Salmos 150:4: Exortação ao louvor com instrumentos, incluindo o adufe. (Celebração e louvor)
  • Isaías 24:8: O profeta descreve um cenário de juízo e lamentação onde “cessou o som alegre dos adufes”. (Implica que o adufe era usado em momentos alegres que agora findaram)
  • Jeremias 31:4: Deus promete restaurar a alegria de Israel, e as virgens sairão com danças e adufes. (Restauração e alegria após um período de luto)
  • Juízes 11:34: A filha de Jefté o recebe com adufes e danças, mas ele a sacrificará em cumprimento a um voto imprudente. A música e a dança podem expressar tanto alegria pela vitória quanto lamentação pela tragédia iminente.
  • Isaías 24:8: A menção do silêncio dos adufes num contexto de juízo e destruição pode implicar que o instrumento era usado em tempos de luto, que agora cessaram junto com outras alegrias.