Peste

Peste traduzido do hebraico dever (דֶּבֶר), e do grego loimós (λοιμός), refere-se a epidemias de doenças contagiosas com alta mortalidade, frequentemente interpretadas como castigo divino.

A Septuaginta, em muitos casos, utiliza θάνατος (thánatos, “morte”) para dever, indicando a severidade dessas pragas. As narrativas bíblicas apresentam as pestes como manifestações da ira de Deus, como nas dez pragas do Egito (Êxodo 7-12), onde dever é explicitamente mencionado, e na punição subsequente ao censo realizado por Davi (2 Samuel 24).

Embora a etiologia específica dessas doenças permaneça incerta em muitos casos, descrições como a de 2 Samuel 24:15, mencionando a ação de um anjo exterminador, sugerem uma compreensão sobrenatural da causa. No contexto profético, as pestes são anunciadas como parte dos juízos divinos contra a idolatria e a injustiça (Jeremias 21:6, Ezequiel 14:19), enquanto no Novo Testamento, em Apocalipse, as pestes integram o cenário escatológico dos últimos tempos. A compreensão bíblica da peste, portanto, transcende a mera descrição de enfermidades, ligando-se ao conceito de retribuição divina e à necessidade de arrependimento.

Saúde

Na Bíblia, a saúde não se limita à ausência de doenças, mas abrange o bem-estar físico, mental e espiritual do indivíduo. A saúde física é frequentemente associada à obediência aos mandamentos divinos e à vida em harmonia com a criação. Provérbios, por exemplo, relaciona a saúde do corpo ao temor a Deus e à prática do bem (Pv 3:7-8). A saúde mental e emocional também é valorizada, com ênfase na paz interior, na confiança em Deus e no controle das emoções.

A existência de doenças e aflições recebe causas como acidentes e envelhecimento, e a causas sobrenaturais, como o pecado e a ação de espíritos malignos. A cura, por sua vez, é frequentemente associada à intervenção divina, demonstrada através de milagres realizados por figuras como Moisés, Elias e Jesus. No entanto, a Bíblia também menciona práticas medicinais como o uso de ervas, a aplicação de unguentos e a realização de cirurgias rudimentares, indicando a existência de um conhecimento empírico de saúde. O deuterocanônico livro de Siraque 38:1-15 reconhece o papel do médico e o valor da medicina.