George Lindbeck (1923-2018) foi um teólogo americano conhecido por seu trabalho sobre teologia pós-liberal, enfatizando a importância da linguagem e da tradição religiosa no discurso teológico.
George A. Lindbeck nasceu na China filho de missionários luteranos americanos de ascendência sueca. Realizou seus estudos iniciais na China e na Coreia antes de ingressar no Gustavus Adolphus College, em Minnesota, onde obteve o título de bacharel em 1943. Depois, mudou-se para New Haven, Connecticut, onde cursou o Bacharelado em Divindade em 1946 e concluiu o doutorado em 1955 na Universidade de Yale.
Durante seus estudos de doutorado, Lindbeck foi orientado por Étienne Gilson, em Toronto, e Paul Vignaux, em Paris, ambos especialistas em pensamento medieval. Sua dissertação abordou questões de essência e existência na teologia filosófica de John Duns Scotus. Em 1952, ainda como estudante de doutorado, foi nomeado para o corpo docente de Yale, onde lecionou até 1993, alcançando o título de Pitkin Professor of Historical Theology.
Lindbeck participou como observador no Concílio Vaticano II, representando a Federação Luterana Mundial. Seu papel no concílio refletiu sua dedicação ao diálogo ecumênico, em especial entre as igrejas luterana e católica romana. Ele escreveu os livros The Future of Roman Catholic Theology e Infallibility, além de diversos artigos relacionados à reconciliação doutrinária entre confissões cristãs. Também integrou comissões de diálogo luterano-católico em níveis nacional e internacional.
Em 1984, publicou The Nature of Doctrine: Religion and Theology in a Postliberal Age. Nesta obra, apresentou uma abordagem cultural-linguística da religião, definindo doutrinas como regras que moldam discurso, atitudes e ações na vida religiosa. Introduziu o conceito de intratextualidade, que descreve a interpretação da realidade a partir do texto bíblico. Lindbeck defendeu a aplicação dessa perspectiva à teologia sistemática e à apologética, propondo a fidelidade à tradição cristã sem recorrer a fundamentos externos.
Lindbeck aposentou-se de Yale em 1993, mas continuou contribuindo para o pensamento teológico, recebendo cinco doutorados honorários. Ele faleceu em 2018, deixando um legado marcante no campo da teologia cristã e no movimento ecumênico.
