Quirino Pizzini (c.1888-depois de 1945?), ministro do evangelho e ancião da igreja pentecostal em Roma nos anos 1930 e 1940.
Pizzini nasceu em Norcia, na Úmbria, Itália, e emigrou aos Estados Unidos em 1905, aportando em Ellis Island, Nova York. Lá, ele se converteu ao pentecostalismo, influenciado pelo ancião Antonio Baglio em Wilkes-Barre, Pensilvânia. Retornando à Itália, Pizzini enfrentou a perseguição religiosa, especialmente durante o regime fascista. Trabalhava pelas ruas de Roma como vendedor ambulante com um carrinho de mão de artigos de armarinho e bugigangas.
A comunidade pentecostal em Roma, remontava de um grupo evangelizado por Lombardi perto de São João de Latrão. Ministrada, por Pizzini, lutou contra a opressão, desafiando as tentativas do governo de silenciar sua fé. As reuniões eram realizadas clandestinamente entre 1936 e 1944, em casas de fiéis, sob o olhar vigilante da polícia secreta fascista, a OVRA. Pizzini teve sua casa em Via Foscolo — um local de culto — invadida e saqueada repetidamente por esquadrões fascistas em plena calada da noite. As incursões violentas, que visavam intimidar e silenciar sua crença, não o fizeram retroceder.
Em uma demonstração pública de sua fé, Pizzini se recusou a saudar a bandeira fascista. Essa afronta corajosa desafiou abertamente o regime opressor. Diante da insistência para que se curvasse à ideologia dominante, respondeu com convicção: “Adora o teu Deus e presta culto somente a ele”.
A represália foi imediata e brutal. Pizzini foi espancado publicamente, sofrendo graves ferimentos. As sequelas físicas o acompanhariam pelo resto da vida.
Os locais de culto eram improvisados, mudando constantemente para evitar a detecção. Casas de fiéis serviram de abrigo durante a clandestinidade, seguidas pela Igreja Metodista da Via Firenze e a sala de conferências da YMCA após a queda do fascismo. Mais tarde, uma fábrica de doces na Via Nomentana, cedida por Andrea Cacciotti, se tornou o local de encontro, onde máquinas cobertas e caixas de doces serviam como bancos.
Outros líderes, como Ernesto di Biagio, Domenico Provvedi e Salvatore Gemelli, uniram forças a Pizzini, fortalecendo a comunidade. Giuseppe Petrelli, através de seus escritos, forneceu a base teológica para o grupo.
A perseguição não impediu o crescimento da igreja, que se expandiu com a fusão de outro grupo liderado por Umberto Gorietti, Luigi Arcangeli, Attilio Pagano, Gioacchino Toppi, Giuseppe Giulivi, quando houve a reconciliação entre as igrejas orientadas por Petrelli e Francescon.
A união foi fundamental para a sobrevivência da igreja. No final de 1944, os grupos liderados por Pizzini e Gorietti se fundiram, elegendo o primeiro colégio ministerial da igreja em Roma em 1945. Embora houvesse uma tentativa de unificar o terceiro grupo liderado por Domenico Zaccardi e Antonio Serlenga, não obteve sucesso.
