Luis de Molina (1535–1600) foi um teólogo jesuíta espanhol nascido em Cuenca em 1535. Ingressou na Companhia de Jesus aos dezoito anos e prosseguiu estudos teológicos em Coimbra. Mais tarde, Molina tornou-se professor na Universidade de Évora, em Portugal, e acabou ocupando a cátedra de teologia moral em Madrid.
Molina é mais conhecido por sua obra “Liberi Arbitrii cum Gratiae Donis, Divina Praescientia, Providentia, Praedestinatione et Reprobatione Concordia” (1588). Nesta obra, tentou reconciliar as doutrinas agostinianas de predestinação e graça com o semipelagianismo efetivamente predominante na Igreja Católica. Molina afirmou que o livre arbítrio humano não tornava a graça de Deus desnecessária ou impossível.
De acordo com a sua “scientia media” (conhecimento médio), Deus prevê como os indivíduos usarão o seu livre arbítrio e responderão à Sua graça, permitindo-lhe estabelecer decretos predestinadores. Os ensinamentos de Molina geraram debates, principalmente com os dominicanos. O Papa Clemente VIII interveio em 1598, formando a “Congregatio de Auxiliis Gratiae” para resolver a disputa. No entanto, a congregação não conseguiu chegar a uma conclusão, e o Papa Paulo V suspendeu as suas reuniões em 1607. Posteriormente, o papa proibiu mais discussões sobre o tema. Mais tarde, o molinismo desempenhou um papel na controvérsia jansenista.

Uma consideração sobre “Luis de Molina”