Cecil Charles Polhill (1865–1946) foi um missionário cristão, pioneiro na Missão do Interior da China (China Inland Mission – CIM) e o movimento pentecostal britânico e chinês no início do século XX.
Nascido em 1865 na família dos squires de Howbury Hall, Polhill foi um dos membros do Cambridge Seven, um grupo de sete jovens que, oriundos de famílias abastadas, renunciaram a uma vida de privilégios para se dedicarem à missão evangelística na China. Polhill, após se formar em Cambridge, casou-se em 1888 com Eleanor Agnes Marston, uma missionária da CIM. O casal foi enviado para a província remota de Gansu, no noroeste da China, mais precisamente para Sining, situada a 30 milhas da fronteira tibetana, onde desenvolveram atividades missionárias em um ambiente de grande isolamento e desafios.
Em 1900, após o levante Boxer, que envolveu ataques a missionários estrangeiros, Polhill retornou à Inglaterra para cuidar de sua esposa, que ficou gravemente doente. Ela faleceu logo após a chegada ao Reino Unido. Durante esse período, Polhill entrou em contato com o movimento pentecostal, quando viajou aos Estados Unidos em 1907 e recebeu o batismo no Espírito Santo, falando em línguas durante um encontro com George B. Studd (irmão de um jogador de críquete C. T. Studd). Esse evento transformou sua vida e sua visão sobre missões, levando-o a se aproximar de Alexander Boddy, um dos líderes do pentecostalismo no Reino Unido.
De volta à Inglaterra, Polhill fundou a Pentecostal Missionary Union (PMU) em 1909, junto com Boddy e outros líderes. A PMU foi uma das primeiras organizações pentecostais a se envolver formalmente em missões, principalmente na China. Polhill e seus colaboradores buscavam criar uma missão que seguisse o modelo da CIM, mas com uma ênfase pentecostal, que incluía o batismo no Espírito Santo e a fala em línguas como parte integral do trabalho evangelístico. Sob sua liderança, a PMU enviou dezenas de missionários, com destaque para a província de Yunnan, no sudoeste da China, onde Polhill e outros missionários pentecostais trabalharam em estreita colaboração com a CIM.
Polhill também enfatizou a importância de treinar líderes locais, adotando uma abordagem missionária que procurava transferir a responsabilidade da evangelização para os chineses e outras etnias locais, em vez de continuar a depender exclusivamente de missionários estrangeiros. Ele acreditava que o futuro das missões dependia de igrejas autossustentáveis e autossuficientes, dirigidas por líderes locais, que poderiam alcançar seus compatriotas com maior eficácia do que os missionários estrangeiros.
Em 1910, Polhill levou a primeira leva de missionários da PMU para a China, e a missão cresceu rapidamente, com vários missionários sendo enviados também para outros lugares, como Índia, África e América do Sul. Apesar das dificuldades, o trabalho de Polhill foi pioneiro no movimento pentecostal, tanto em termos de missão quanto em termos de organização. Ele foi um dos primeiros a entender a importância do batismo no Espírito Santo como um evento transformador que preparava os missionários para uma missão mais eficaz.
BIBLIOGRAFIA
Usher, John. Cecil Polhill: Missionary, Gentleman and Revivalist Vol. 1 (1860-1914). Brill, 2020.

Uma consideração sobre “Cecil Polhill”