Absinto, termo derivado do grego apsinthion, refere-se a diversas plantas lenhosas e herbáceas, de sabor amargo e aroma intenso, pertencentes principalmente ao gênero Artemisia. Na Palestina, a variedade mais comum é a Artemisia herba-alba, arbusto de pequeno porte que prospera em solos áridos e rochosos.
O Absinto é frequentemente mencionado na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, geralmente como símbolo de amargura, sofrimento e juízo divino. Em Provérbios 5:4, a infidelidade é comparada ao amargor do absinto. Jeremias lamenta em 9:15 que Deus tenha alimentado seu povo com absinto, representando a punição pela desobediência. O livro de Lamentações (3:15,19) evoca o absinto para descrever a profunda tristeza e o exílio dos judeus. No Apocalipse (8:11), a estrela que cai sobre as águas e as torna amargas é chamada “Absinto”, prenunciando calamidades e aflições.
Apesar de sua conotação negativa, o absinto também era utilizado medicinalmente na antiguidade. Infusões e extratos eram empregados no tratamento de problemas digestivos, febres e vermes intestinais. Seu uso medicinal, porém, é raramente mencionado na Bíblia.
É crucial distinguir o absinto bíblico da bebida alcoólica homônima, popular na Europa no século XIX. Esta bebida, embora contivesse extrato de Artemisia absinthium, era formulada com diversas outras ervas e seu consumo excessivo causava efeitos alucinógenos e danos neurológicos. A bebida absinto não possui qualquer relação com o absinto bíblico.
