A palavra “Jeová” é uma invenção relativamente recente, surgida de uma combinação de mal-entendidos e adaptações linguísticas do nome original hebraico de Deus, YHWH (יהוה), também conhecido como o Tetragrama sagrado.
Em hebraico antigo, o nome de Deus era escrito como YHWH, formado por quatro consoantes, sem vogais. A pronúncia exata desse nome foi perdida ao longo do tempo devido à tradição judaica de evitar sua vocalização por reverência.
Entre os séculos VI e X d.C., escribas judeus chamados massoretas buscaram preservar a pronúncia do texto bíblico hebraico adicionando pontos vocálicos ao texto consonantal. Quando encontravam YHWH, inseriam os pontos vocálicos de “Adonai” (Senhor) ou “Elohim” (Deus), para lembrar os leitores de substituir essas palavras ao lerem o texto em voz alta.
Na Idade Média, escribas cristãos transliteraram o texto hebraico para o latim. Eles substituíram a letra hebraica “Yod” (י) pelo “I” ou “J” latinos (intercambiáveis na época), resultando em “IHVH” ou “JHVH”.
Os pontos vocálicos adicionados pelos massoretas, combinados com as consoantes latinizadas, levaram à forma “IeHoVaH”, que eventualmente se transformou em “Jehovah” (Jeová). Essa pronúncia foi influenciada pelas línguas vernáculas da Europa medieval, onde o “J” inicial era pronunciado de forma distinta do latim.
Assim, “Jeová” é um construto artificial, não uma representação fiel da pronúncia original do nome de Deus. A pronúncia mais provável de YHWH é “Yahweh”, baseada em análises linguísticas e transcrições gregas antigas. Contudo, a pronúncia exata permanece incerta.
