Betel, que significa “Casa de El” ou “Casa de Deus”, além da localidade seria também uma divindade cultuada em diversas culturas do antigo Oriente Médio.
Textos assírios, aquemênidas e helenísticos mencionam Betel como um deus ou um aspecto de uma divindade, associado à proteção e à benção. Em alguns casos, Betel aparece vinculado a outros deuses, como Anat-Betel, indicando uma possível função como consorte ou manifestação complementar. O culto a Betel parece ter se intensificado durante o Império Neobabilônico, com evidências em textos egípcios e papiros aramaicos. Nesses documentos, surgem variantes do nome divino, como Eshembethel (“Nome de Betel”) e Ḥerembethel (“Santuário de Betel”). Na comunidade israelita de Elefantina, Betel aparece em nomes teofóricos como “Ashim-Bethel” e “Herem-Bethel”. Sanchuniathon (em uma citação de Filon de Biblos por Eusébio) descreve Betel como um irmão dos irmãos El, Ashera, Astarte, Baaltis, Dagon e um deus identificado com o Atlas grego.
Na Bíblia Hebraica, o termo “Betel” gera debate se as referências se dirigem a um deus ou a um lugar. Em Jeremias 48:13, a menção a “Betel, sua confiança” pode ser interpretada como uma alusão ao deus Betel ou à cidade de Betel como metáfora para a apostasia. A maioria dos estudiosos, no entanto, considera Betel como um topônimo, com base em passagens como Gênesis 28:19 e 35:1-7, que narram a experiência de Jacó no local.
