Jejum

O jejum, prática presente em diversas culturas e religiões, ocupa um lugar de destaque na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A palavra hebraica para jejum, צוֹם (tzom), e o termo grego νηστεία (nēsteia) carregam consigo a ideia de abstinência, seja de alimentos, água ou outros prazeres.

No Antigo Testamento, o jejum aparece como um ato de contrição, arrependimento e busca por Deus. Moisés jejuou quarenta dias no Monte Sinai (Êxodo 34:28), e o rei Davi o fez em momentos de luto e aflição (2 Samuel 12:16). O jejum também era praticado em ocasiões de perigo nacional, como no livro de Ester, onde o jejum de três dias de todos os judeus precedeu a intervenção divina.

Os profetas Isaías e Joel enfatizam a importância do jejum sincero, acompanhado de justiça e misericórdia, e não apenas como um ritual externo. O jejum, portanto, está ligado à transformação interior e à busca por uma vida de retidão.

No Novo Testamento, Jesus jejuou quarenta dias no deserto antes de iniciar seu ministério (Mateus 4:2). Ele também ensinou sobre a importância do jejum em secreto, como um ato de devoção pessoal a Deus (Mateus 6:16-18). A prática do jejum era comum entre os primeiros cristãos, como vemos em Atos dos Apóstolos, onde os discípulos jejuavam e oravam em momentos de decisão e necessidade (Atos 13:2-3).

O jejum, na perspectiva bíblica, não é apenas uma prática de abstinência, mas um meio de se humilhar perante Deus, buscar sua vontade e fortalecer a vida espiritual. Ele pode ser acompanhado de oração, confissão de pecados e busca por direção divina.

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