Argila (חֹמֶר, ḥōmer, em hebraico; πηλός, pēlos, em grego) é um material terroso abundantemente mencionado na Bíblia, tanto em sentido literal quanto metafórico.
No Antigo Testamento, ḥōmer refere-se à argila em si, ao barro, e também ao material usado para fazer tijolos (Êxodo 1:14; 5:7-19) e cerâmica (Isaías 29:16; 45:9; Jeremias 18:1-6). A criação do homem a partir do “pó da terra” (עָפָר מִן־הָאֲדָמָה, ‘afar min-ha’adamah) em Gênesis 2:7, embora não use explicitamente a palavra ḥōmer, sugere a ideia da argila como material primordial moldado por Deus. A fragilidade e a maleabilidade da argila são frequentemente usadas como metáforas da condição humana em relação a Deus, o oleiro (Jó 4:19; 10:9; 33:6; Isaías 64:8). Em Jeremias 18, a visita do profeta a uma olaria ilustra o poder soberano de Deus sobre Israel, comparado ao oleiro que molda e remolda a argila (ḥōmer) conforme sua vontade.
No Novo Testamento, πηλός (pēlos) aparece em contextos similares. Em João 9:6-15, Jesus cura um cego de nascença fazendo lodo (pēlos) com saliva e terra, aplicando-o aos olhos do homem. Romanos 9:20-21 usa a analogia do oleiro e da argila (pēlos) para falar da soberania de Deus na escolha e no destino dos seres humanos.
