O sal (מֶלַח, melaḥ, em hebraico; ἅλς, háls, em grego) é uma substância mineral de grande importância, mencionada frequentemente na Bíblia, tanto em sentido literal quanto simbólico.
No Antigo Testamento, melaḥ era essencial para a vida cotidiana, usado como tempero e conservante de alimentos. Era também um componente importante nas ofertas religiosas (Levítico 2:13: “E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal (melaḥ); e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal (melaḥ) da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal (melaḥ)”). O “pacto de sal” (berit melaḥ) mencionado em Números 18:19 e 2 Crônicas 13:5 simbolizava uma aliança perpétua e inviolável, provavelmente devido às propriedades preservativas do sal. A região do Mar Morto, rica em sal, é frequentemente mencionada (Gênesis 14:3; Josué 3:16). A mulher de Ló, transformada em estátua de sal (Gênesis 19:26), serve como um lembrete da desobediência e do juízo divino. O sal também podia ter um uso destrutivo, sendo espalhado em cidades conquistadas como símbolo de desolação permanente (Juízes 9:45).
No Novo Testamento, ἅλς (háls) mantém os significados do Antigo Testamento, mas Jesus introduz uma nova dimensão simbólica. Em Mateus 5:13 (Sermão da Montanha), Jesus diz a seus discípulos: “Vós sois o sal (háls) da terra; ora, se o sal (háls) se tornar insosso, com que se há de salgar? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.” Aqui, o sal representa a influência positiva dos cristãos no mundo, preservando-o da corrupção moral e dando sabor à vida. Em Marcos 9:50, Jesus diz: “Bom é o sal (háls); mas, se o sal (háls) se tornar insípido, com que o haveis de temperar? Tende sal (háls) em vós mesmos, e paz uns com os outros.” Colossenses 4:6 instrui: “A vossa palavra seja sempre com graça, temperada com sal (háls), para saberdes como deveis responder a cada um.” Aqui, o sal simboliza sabedoria, discernimento e a capacidade de comunicar a verdade de forma eficaz e atraente.
