Hadade (divindade)

Hadade (הדד, hdd) é uma divindade da tempestade do noroeste mesopotâmico e sírio, um dos primeiros deuses desse tipo venerados no Levante, também conhecido como Baal.

Na Bíblia, “Hadad” ocorre apenas uma vez, em Zacarias 12:11, como Hadad-rimom (הדד־רמון, hddrmwn), cuja interpretação varia entre uma referência à morte do rei Josias, uma manifestação local da divindade, ou um topônimo. “Rimon” provavelmente deriva do acádio ram(m)an, “trovejador”, e não do hebraico “romã”, como atestam nomes teofóricos como Tabrimom e a “Casa de Rimom”.

Baal, título comum de Hadade, aparece frequentemente no Antigo Testamento, notadamente em 1 Reis 18:20–40, onde seus profetas são derrotados, enfatizando a impotência de Baal e o poder de Yahweh. Baal manifesta-se localmente como Baal de Peor, Baal-berite e Baal-zebube, provavelmente Baal-zebul. Seu nome integra topônimos e nomes pessoais, como Baal-gad e Baal-hanan. No primeiro século d.C., Baal persiste no pensamento judaico, mas com conotações demoníacas, como Beelzebul no Novo Testamento.

A Bíblia registra a adoração de Baal/Hadade entre os israelitas, indicando uma interação com a sociedade israelita e judaíta, embora em conflito com a adoração exclusiva de Yahweh. A mitologia de Baal/Hadade pode ter influenciado o desenvolvimento teológico do yahvismo, com Yahweh assumindo atributos de deus guerreiro e controlador dos elementos, comparáveis a Baal, mas Yahweh é distinto por sua intervenção histórica e não cíclica.

O nome “Hadade” aparece em nomes pessoais como Hadorã, Hadadezer e Ben-Hadade, atestando seu culto na Síria e entre os edomitas. Hadade é atestado desde o final do quarto milênio a.C. na Suméria, com o elemento teofórico Adad. No período Ur III, “dIM” representava Ishkur e Adad. Em iconografia mesopotâmica, Adad é retratado como um touro ou um guerreiro barbudo.

Na Síria, Hadade, filho de Dagon, era centralizado em Yamhad (Alepo). Em Ugarite, Hadade, chamado Baal, é proeminente nos épicos míticos, como o Ciclo de Baal, que narra suas batalhas e morte/ressurreição, ligadas ao ciclo sazonal. Estelas de Ugarite o representam como um guerreiro.

Em Canaã, Hadade era conhecido desde o segundo milênio a.C., com nomes teofóricos em textos egípcios e nas Cartas de Amarna. No período da Idade do Ferro II, seu culto é evidenciado pelas narrativas bíblicas de rivalidade com Yahweh e nomes pessoais teofóricos.

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