Queretitas

Os queretitas eram um dos ramos ou clãs que compunham o povo filisteu. Eles são frequentemente mencionados em conjunto com os peletitas, formando um grupo que servia como guarda-costas pessoal e força especial do rei Davi (2 Samuel 8:18; 15:18; 20:23; 1 Reis 1:38, 44; 1 Crônicas 18:17).

A origem dos queretitas é debatida. Uma teoria sugere que eles eram filisteus que migraram para o sul de Canaã a partir de Creta, assim como o restante dos filisteus. O nome “Creta” é associado a “Querete” em algumas passagens bíblicas (Ezequiel 25:16; Sofonias 2:5), o que reforça essa ligação.

Outra perspectiva considera que os queretitas poderiam ser um grupo mercenário ou aliado que se juntou aos filisteus. Sua associação próxima com os peletitas no serviço de Davi sugere que eles formavam uma unidade coesa e de confiança.

Independentemente de sua origem exata, os queretitas tiveram um papel relevante na corte de Davi, atuando como uma força leal e possivelmente estrangeira, o que poderia explicar sua posição especial como guarda pessoal do rei. Sua menção em conjunto com os filisteus em algumas profecias (Ezequiel 25:15-17; Sofonias 2:4-7) indica que eram considerados parte do contexto cultural e político filisteu.

Quiteus

Os quiteus eram os descendentes de Quitim, o terceiro filho de Javã (Gênesis 10:4; 1 Crônicas 1:7). Javã é identificado como o ancestral dos povos gregos ou jônicos. Portanto, os quiteus eram um povo com origens ligadas às regiões costeiras e ilhas do Mediterrâneo oriental, especialmente Chipre.

O nome “Quitim” é frequentemente usado na Bíblia para se referir a Chipre ou, por extensão, a outras ilhas e regiões costeiras do Mediterrâneo. Em algumas passagens, pode também se referir a povos marítimos ou a navios em geral.

Há menções de Quitim em contextos proféticos que indicam seu poder naval e sua possível participação em eventos históricos e conflitos na região. Por exemplo, em Isaías 23:1, 12, Tiro é lamentada como tendo cruzado para Quitim. Jeremias 2:10 menciona as “ilhas de Quitim”. Em Ezequiel 27:6, pranchas de navios são feitas de ciprestes de Quitim. Daniel 11:30 fala de “navios de Quitim” que se oporiam ao rei do norte.

Os quitim aparecem nas óstracas de Arade, indicando a presença de mercenários gregos no sul de Judá pré-exílico.

Essas referências sugerem que os quiteus eram um povo marítimo com influência na região do Mediterrâneo, possivelmente envolvidos em comércio e poder naval. Sua origem como descendentes de Javã os conecta ao mundo grego e às culturas do Egeu.

Qiyna

O qiyna, קינה, termo hebraico para “elegia” ou “lamento fúnebre”, representa um gênero poético distinto no Antigo Testamento, expressando profunda tristeza e luto, frequentemente em resposta à morte ou a calamidades.

Caracterizado por linguagem emotiva, imagens vívidas e ritmo cadenciado, o qiyna lamenta não apenas a perda individual, mas também tragédias coletivas, como a destruição de Jerusalém.

Embora permeado de dor e sofrimento, o qiyna não se limita ao desespero. Em meio ao lamento, emergem elementos de esperança, fé e questionamento da justiça divina, revelando a complexidade da experiência humana diante da finitude. Exemplos notáveis de qiyna incluem o livro de Lamentações e diversos Salmos, como o Salmo 137, que expressa o luto do exílio babilônico.

Querubim

Querubim (כְּרוּבִים, keruvim; χερουβιμ, cheroubim), seres angelicais mencionados diversas vezes na Bíblia, desempenhando papéis na relação entre Deus e a humanidade.

Descritos como guardiões da santidade divina, os querubins aparecem pela primeira vez em Gênesis 3:24, guardando o caminho para a árvore da vida no jardim do Éden, após a expulsão de Adão e Eva.

No tabernáculo e no templo de Salomão, imagens de querubins adornavam a arca da aliança (Êx 25:18-22) e o véu do Santo dos Santos (Êx 26:31), simbolizando a presença de Deus e a proteção do lugar sagrado.

Ezequiel 1 e 10 descrevem os querubins com grande detalhe, com quatro rostos (homem, leão, boi e águia), quatro asas e mãos humanas sob as asas. Eles se moviam com rapidez e agilidade, transportando o trono de Deus e cumprindo suas ordens.

Em Salmos 18:10 e 99:1, os querubins são associados às nuvens e às tempestades, representando o poder e a majestade divinos.

Quisleu

Quisleu, o nono mês do calendário religioso judaico e o terceiro do calendário civil, corresponde ao período entre novembro e dezembro, marcando o início do inverno em Israel. Após o exílio babilônico, o nome “Quisleu” substituiu a antiga designação numérica “nono mês”, como se observa em Neemias 1:1 e Zacarias 7:1. É um mês de frio e chuva, caracterizado por um clima mais rigoroso. Em Quisleu, ocorreu a rededicação do Templo de Jerusalém após sua profanização pelos gregos, um evento comemorado pela Festa da Dedicação ou Hanucá (1 Macabeus 4:52-59). Essa festa, que dura oito dias, celebra a vitória da fé judaica sobre a opressão e a retomada do culto no Templo. A narrativa de Hanucá em Quisleu relembra a importância da resistência à perseguição religiosa e a dedicação à preservação da identidade judaica. Quisleu também é mencionado em relação a eventos como a leitura pública da Lei por Esdras após o retorno do exílio (Neemias 8:2) e a profecia de Zacarias sobre o jejum do décimo mês (Zacarias 7:1). A