Coroa

Vários adereços para a cabeça são traduzidas como “coroa” na Bíblia. Tais adereçõs possuíam conotações diversas nas sociedades do Antigo e Novo Testamento.

Em hebraico, “coroa” é representada por diversos termos, cada qual com nuances específicas: qāḏāqōḏ refere-se ao topo da cabeça (Jó 2:7); nezer a uma grinalda ou coroa (Êxodo 29:6); zer a uma borda ou anel (Êxodo 25:11); ‘aṭārāh e keter à coroa real (2 Samuel 12:30, Ester 1:11); e ‘āṭar ao verbo coroar (Salmo 8:5). Em grego, diádēma denota a coroa de realeza (Apocalipse 19:12), enquanto stéphanos representa uma grinalda ou coroa de flores (Mateus 27:29), e stephanóō significa coroar (2 Timóteo 2:5).

No Antigo Testamento, a coroa simboliza realeza, tanto para os governantes de Israel (Salmo 21:3) quanto para os de nações gentias (Ester 1:11; 6:8). A coroa do rei amonita, tomada por Davi (2 Samuel 12:30), representa a soberania sobre o povo conquistado. A coroação de Joás (2 Reis 11:12) simboliza a restauração da linhagem legítima ao trono. O Salmo 8:5 descreve o homem coroado de glória e honra como imagem e vice-regente de Deus, governando a criação. Essa imagem encontra seu cumprimento em Cristo, o homem ideal (Hebreus 2:6-9).

No Novo Testamento, diádēma simboliza tanto a poderes malignos (Apocalipse 12:3; 13:1) quanto a realeza de Cristo (Apocalipse 19:12). A coroa de espinhos imposta a Jesus (Mateus 27:29) representa zombaria e tortura, contrastando com a verdadeira realeza.

stéphanos simboliza a vitória, derivado dos jogos atléticos gregos. Cristo recebe a coroa (Apocalipse 6:2), “saindo vitorioso e para vencer”. A “coroa da vida” (Apocalipse 2:10) e a “coroa da justiça” (2 Timóteo 4:8) representam a vitória sobre a morte e o pecado, prometidas aos fiéis.