Michele De Simone (1901-1942) foi um ministro pentecostal ítalo-americano.
Originário de San Giorgio a Liri (Frosinone), na região do Lácio, nos meados dos anos 1920 ouviu o evangelho por meio de Giovanna de Matteis Pagano. Emigrou, em seguida, para os Estados Unidos
Radicado em Shelton, Connecticut, onde serviu como ancião provavelmente desde 1925, também na igreja italiana de Himroad Street no Brooklyn, New York. Integrou a Unorganized Italian Christian Churches desde sua primeira convenção em 1928. Em 1931, foi enviado a Roma para avaliar o estado da igreja italiana. Criticou a falta de liberdade religiosa e o regime de Concordata entre os governos italiano e da Santa Sé.
Culto, hábil em grego e hebraico, De Simone buscou aproximar o movimento pentecostal italiano com as igrejas evangélicas norte-americanas, especialmente as Assemblies of God. Defendia que os jovens buscassem formação em escolas bíblicas americanas. Sua posição gerou oposição e certo isolado do movimento italo-americano, então avesso a um estudo formal da Bíblia, favorencendo a experiência carismática. Morreu pregando na igreja italiana de Syracuse, New York.
Giovanni Sola (1885–1973) foi ministro do evangelho e pioneiro do movimento pentecostal na Sicília.
Retornou dos Estados Unidos em 1919, compelido por uma ordem divina para evangelizar. Iniciou a comunidade pentecostal em Riesi em 1921. Sob sua liderança, o movimento se expandiu, alcançando cidades vizinhas e a região de Agrigento. Em 1923, Sola conheceu Vito Melodia, um colportor de Vittoria, que se converteu à fé pentecostal.
Em 1929, enquanto pregava em Vallelunga, foi preso, sofrendo abusos físicos brutais por parte dos carabinieri. Apesar da perseguição, Sola permaneceu firme, proclamando a mensagem de salvação. Num relato da sua prisão, ele contou a agressão física e a humilhação que sofreu pela sua fé.
Michael ou Michele D’Angelo (1880-1962) compositor, hinista e pioneiro da obra pentecostal italiana em Gary, Indiana, onde foi ancião, além de evangelista itinerante.
Michele D’Angelo nasceu em Partanna, Sicília, e emigrou aos Estados Unidos, estabelecendo-se na Pennsylvânia. Naturalizou-se americano em 1907 em Allegheny City. Pouco depois, mudou-se para Gary, próximo à Chicago, no estado de Indiana, onde Michele Iacovetti veio evangelizar e formou uma congregação italiana logo após o avivamento de Chicago em 1907.
Casou-se com Maria d’Angelo e tiveram filhos.
Poeta e compositor, compilou o hinário Nuovi Inni per la Gloria di Dio, dos quais o hino 476 “Deixai a Mim vir os pequeninos…” consta no Hinos de Louvores e Súplicas a Deus No. 5; além dos hinos 110, 182, 183, 243, 245, 248, 249, 250 252, 253, 262, 263, 272, 280, 326, 345, 352, 389, 437 da Harpa Cristã, todos traduzidos por Paulo Leivas Macalão.
Originalmente ordenado no movimento pentecostal italiano, obteve credenciais da Pentecostal Church of God em 1922, da qual seria um dos nove primeiros curadores (trustee). No final dos anos 1920, D’Angelo deixou o ministério fixo da igreja em Gary para dedicar-se a um ministério itinerante e em rádio. Em 1951 transferiu suas credenciais para as Assemblies of God. Em 1956 aposentou-se e mudou-se para a Califórnia, onde morreu em North Hollywood.
Antônio Valério (1914 – 2000) foi um ministro evangélico, ancião da Congregação Cristã no Brasil, atuando no Paraná.
Antônio nasceu em São Carlos, São Paulo, filho de Joaquim Valério e Filomena Todaro. Seus pais eram ambos brasileiros cujas famílias emigraram do sul da Itália para o Brasil durante o auge do café no final do século XIX. A família era devota do catolicismo.
Em 24 de junho de 1933, Antônio casou-se com Angelina Cezarino Valério, em Ribeirão Bonito, localidade no interior de São Paulo. Tiveram onze flhos. Juntamente com seus pais, o casal mudou-se para o Norte do Paraná para um assentamento da Companhia de Terras do Norte do Paraná em Jaguapitã, por volta de 1937. No entanto, pouco tempo depois, Antônio veio a Pirapó, um distrito de Apucarana, Paraná, onde havia também um projeto de colonização.
Por volta de 1942, Antônio Valério foi convidado a participar de um serviço da Congregação Cristã, momento em que se converteu à fé. Foi batizado em janeiro de 1943. Cinco anos depois, a 3 de maio de 1948, foi ordenado para o ministério de ancião em Apucarana. Ao longo de sua vida, desempenhou um papel fundamental na expansão da fé, batizando milhares de convertidos no norte e noroeste do estado do Paraná.
Antônio exerceu seu ministério por dez anos em Jaguapitã, treze anos em Cascavel, quinze anos em Apucarana e quatorze anos em Maringá. Seu ministério foi significante para a consolidação e expansão da Congregação Cristã nessas cidades. Durante mais de 33 anos, foi o ancião que presidia o conselho de anciãos no Estado do Paraná. Na ocasião de sua morte, detinha a posição de ancião mais antigo da Congregação Cristã no Brasil.
Além dele, seus irmãos Orlando e José Valério também foram ordenados, e alguns de seus filhos seguiram o caminho do ministério. Antônio Valério faleceu em Maringá, aos 86 anos.
Felice Lisanti (1889-1964) foi um ministro pentecostal ítalo-canadense e missionário na Itália.
Felice Lisanti nasceu em Matera, no sul da Itália. De família pobre, teve pouca educação formal. Aprendeu sozinho a ler e escrever.
Em 1913 migrou ao Canadá. Estabeleceu-se em Toronto, onde conheceu o evangelho por meio dos metodistas, quando fazia cursos em uma missão. Lisanti trabalhou tanto no comércio quanto na construção civil.
Em 1914, os primeiros crentes pentecostais ítalo-canadenses de Hamilton, Ontário, enviaram Carlo Pavia, Ferdinando Zaffuto e Frank Rispoli a Toronto para divulgar a mensagem da obra do Espírito Santo. Depois de alguns meses, já no começo de 1915, os metodistas Felice Lisanti e Luca di Marco foram os primeiros na cidade a aceitar essa mensagem.
Em 1917, Felice casou-se com Catarina Piedimonte de Holly, Nova York. Junto com seu concunhado, Luigi Ippolito, passaram a ministrar nas igrejas italianas como ancião em Toronto, além de atenderem Saint Catherines, Welland, Hamilton e Thorold. Nessa época, frequentou aulas noturnas no Eastern Pentecostal Bible College, em Toronto. Seu trabalho seria embrionário tanto na formação da Italian Pentecostal Church of Canada, hoje Canadian Assemblies of God, quanto na Christian Congregation in Canada.
Lisanti em 1921 retornou à sua nativa Matera, onde um missionário proveniente de Chicago (ou Nova Iorque), Antonio Plasmati, tinha iniciado a igreja. A missão de Lisanti provou-se frutífera, com um grande número de convertidos. Felice adquiriu e preparou um lugar de culto numa gruta. Logo, foi registrada a Chiesa Cristiana Evangelica, a qual seria uma das primeiras a ter uma declaração de fé dentro do movimento da obra pentecostal italiana.
Lisanti também proporcionava apoio (inclusive arranjos de casamento) para crentes da Basilicata. Além disso, providenciava conexões que resultavam em migrações, especialmente para o Canadá. Dentre essas famílias, destacam-se os Manafò em Montreal e os Susca no Brasil.
Esteve na Itália em missões por cinco vezes. Depois da 2a Guerra Mundial, foi à Itália junto com seu sobrinho Daniele Ippolito, atendendo principalmente a região de Matera e organizando as primeiras escolas dominicais estruturadas nas igrejas da região. Por ocasião dessa viagem, em 1948 batizou 25 pessoas em Matera.
Depois do desligamento de Francescon da CCNA em 1948-1949, Lisanti manteve sua comunhão com a Congregazione Cristiana de Chicago, embora se mantivesse filiado à Italian Pentecostal Church of Canada. Contudo, nos anos 1950 houve uma divisão na igreja italiana de Toronto. E em 1962 Felice Lisanti foi o principal condutor do grupo que organizou a Congregazione Pentecostale Italiana (Italian Pentecostal Congregation), em plena comunhão com a rede informal ligada à Congregazione Cristiana de Chicago. Receberiam visitas do Brasil, como João Finotti, Miguel Spina e Victório Angare. Dessa igreja, viria depois formar a Christian Congregation in Canada- Toronto e a Weston Road Pentecostal Church. Dois anos depois, Lisanti faleceu.
BIBLIOGRAFIA.
Bracco, Roberto. Il Risveglio Pentecostale in Italia. Roma: ADI, 1956.
Castiglione, Miriam. I Neo-Pentecostali in Italia : (Dal Jesus Movement Ai Bambini Di Dio). Claudiana, 1974.