Nisã

Nisã, o primeiro mês do calendário religioso judaico e o sétimo do calendário civil, corresponde ao período entre março e abril, marcando o início da primavera em Israel. Originalmente chamado de “Abibe” (Êx 13:4), que significa “espigas verdes”, Nisã passou a ser chamado por esse nome após o exílio babilônico, como se observa em Neemias 2:1 e Ester 3:7.

É um mês de grande significado para o povo judeu, pois marca a saída do Egito e o início da jornada rumo à Terra Prometida (Êx 12:2). Deus designou Nisã como “o primeiro dos meses do ano” (Êx 12:2), estabelecendo uma distinção entre o calendário sagrado, que começa com a libertação do Egito, e o calendário civil, usado para fins agrícolas.

Em Nisã, os judeus celebram a Páscoa (Pessach), relembrando a libertação da escravidão e a proteção divina (Êx 12:14). A Festa dos Pães Asmos, que se inicia em Nisã, complementa a Páscoa, simbolizando a purificação e a renovação (Êx 12:15).

Nisã é mencionado em diversos contextos bíblicos, desde o dilúvio (Gn 8:4) até o retorno do exílio (Ed 7:9).

Quisleu

Quisleu, o nono mês do calendário religioso judaico e o terceiro do calendário civil, corresponde ao período entre novembro e dezembro, marcando o início do inverno em Israel. Após o exílio babilônico, o nome “Quisleu” substituiu a antiga designação numérica “nono mês”, como se observa em Neemias 1:1 e Zacarias 7:1. É um mês de frio e chuva, caracterizado por um clima mais rigoroso. Em Quisleu, ocorreu a rededicação do Templo de Jerusalém após sua profanização pelos gregos, um evento comemorado pela Festa da Dedicação ou Hanucá (1 Macabeus 4:52-59). Essa festa, que dura oito dias, celebra a vitória da fé judaica sobre a opressão e a retomada do culto no Templo. A narrativa de Hanucá em Quisleu relembra a importância da resistência à perseguição religiosa e a dedicação à preservação da identidade judaica. Quisleu também é mencionado em relação a eventos como a leitura pública da Lei por Esdras após o retorno do exílio (Neemias 8:2) e a profecia de Zacarias sobre o jejum do décimo mês (Zacarias 7:1). A

Etanim

Etanim, o sétimo mês do calendário religioso judaico e o primeiro do calendário civil, corresponde ao período entre setembro e outubro, marcando o início do outono no hemisfério norte. É um mês de grande significado para o povo de Israel, associado a eventos importantes e festas religiosas. Em 1 Reis 8:2, lemos que Salomão reuniu todos os homens de Israel no mês de Etanim para a dedicação do Templo em Jerusalém, culminando com a chegada da Arca da Aliança à sua nova morada.

Etanim também marca a celebração de três festas importantes: Rosh Hashaná (Ano Novo), Yom Kipur (Dia do Perdão) e Sucot (Festa dos Tabernáculos). Essas festas convocam o povo à reflexão, ao arrependimento e à ação de graças, marcando um período de renovação espiritual e de reconciliação com Deus.

Após o exílio babilônico, Etanim passou a ser chamado de Tishri, mas sua importância no calendário judaico permaneceu.

Elul

Elul, o sexto mês do calendário religioso judaico e o décimo segundo do calendário civil, corresponde ao período entre agosto e setembro, marcando o fim do verão no hemisfério norte. Após o exílio babilônico, o nome “Elul” substituiu a antiga designação numérica “sexto mês”. É um mês de preparação para as festas de Rosh Hashaná (Ano Novo) e Yom Kipur (Dia do Perdão), um período de introspecção e arrependimento.

Em Elul, Moisés subiu ao Monte Sinai pela segunda vez para receber as segundas tábuas da Lei (Êx 34:27), após o episódio do bezerro de ouro. Essa associação confere a Elul um caráter de reconciliação e renovação da aliança com Deus. É um mês propício para a teshuvá, o retorno a Deus por meio do arrependimento e da emenda dos caminhos. Tradicionalmente, durante Elul, os judeus intensificam as orações, o estudo da Torá e as práticas de caridade, buscando purificar o coração e se preparar para o julgamento divino no ano que se inicia.

Bul

Bul, o oitavo mês do calendário civil judaico, corresponde ao período entre outubro e novembro, marcando o outono no hemisfério norte. Embora não haja festas religiosas importantes associadas a Bul, ele é mencionado na Bíblia em relação a um evento significativo: a conclusão da construção do Templo de Salomão em Jerusalém. Segundo 1 Reis 6:38, Salomão finalizou a obra no oitavo mês, Bul, do décimo primeiro ano de seu reinado, após sete anos de trabalhos. Essa informação revela a importância de Bul na história de Israel, associando-o à consagração do primeiro Templo e ao apogeu do reino davídico. A construção do Templo representou a consolidação da fé em Yahweh e a centralização do culto em Jerusalém.