Eugène Ménégoz

Eugène Ménégoz (1838 – 1921) foi um teólogo luterano alsaciano nascido em Algolsheim, Alto Reno. Estudou teologia em Estrasburgo e tornou-se pároco na paróquia de Billettes, em Paris, em 1866.

Ménégoz desenvolveu o movimento do fideo-simbolismo. A salvação foi alcançada através do ato de fé, independente de credo. Em 1877, Ménégoz foi nomeado professor titular da Faculdade Protestante de Teologia de Paris, onde continuou a lecionar e escrever sobre teologia. Suas publicações, como “L’autorité de Dieu, réflexions sur l’autorité en matière de foi” (1892), “La notion biblique du Miracle” (1894), “Étude sur le dogmas de la Trinité” (1898), e “Publicações diversas sobre le fidéisme et son application à l’enseignement chrétien tradiçãonel” (1900-1921), foram influentes na formação do discurso sobre fé e razão na teologia.

Fideo-simbolismo

O fideo-simbolismo foi um movimento teológico originário dentre evangélicos francófonos do século XIX que insistia na fé – na relação com Deus – e diminuía a importância da doutrina. No fideo-simbolismo conhecimento de Deus é algo além da capacidade das fórmulas e expressões humanas apreenderem.

Meio às querelas teológicas entre evangélicos “ortodoxos” e “liberais”, dois professores da Faculdade de Teologia Protestante de Paris: Eugène Ménégoz, da Igreja Luterana, e Auguste Sabatier, da Igreja Reformada elaboraram o fideo-simbolismo como uma terceira via.

Ménégoz argumentava o fideísmo, de que a salvação era uma questão de fé e não de credo. Desse modo, os credos resultavam da experiência e do pensamento circunscritos a um período histórico, permanecendo sempre abertos a críticas e revisões. Proposições doutrinárias não afetam a essência ou o cerne da fé cristã.

Auguste Sabatier propôs simbolismo crítico influenciado por Kant, conciliando fé, ciência, história, psicologia, um cristianismo ativo e liberdade de pensamento. Argumentava que o conhecimento teológico é de natureza simbólica, pois Deus permanece além de nossas idéias, nossas imagens e nossas proposiçõs. Por essa razão, a mente humana é receptiva a questões espirituais e inexprimíveis. Doutrina e dogmas são relativos à evolução da experiência religiosa básica nutrida pela Bíblia e fundamentada em Cristo.

Os crentes deveriam ser unidos pela fé, na relação do ser humano com Deus. Rejeitava a uma religião fundada em uma autoridade (quer a do clero, quer de dogmas — mesmo considerar o texto bíblico como fonte de autoriadde) em benefício de uma religião intelectualizada resultante na experiência espiritual.

Como movimento, ganhou adesão das classes média e alta protestantes francesas. Sendo um movimento mais intelectual, foi substituído por outras correntes de pensamento ao longo do século XX.