Berilo

Berilo (בָּרֶקֶת, bareqet; βήρυλλος, bēryllos), pedra preciosa translúcida de brilho vítreo, é mencionada na Bíblia em contextos que evocam beleza, valor e santidade. Encontrado em diversas cores, como verde, azul, amarelo e vermelho, o berilo era apreciado na antiguidade por sua raridade e brilho.

Em Êxodo 28:20, o berilo é listado como uma das doze pedras preciosas que adornavam o peitoral do sumo sacerdote, cada uma representando uma das tribos de Israel. Essa associação do berilo com o vestuário sacerdotal ressalta seu valor e sua conexão com o sagrado.

Ezequiel, em sua visão do carro celestial (Ez 1:16), descreve as rodas como “semelhantes à cor do berilo”, evocando a beleza e a grandiosidade da criação divina.

No livro do Apocalipse, o berilo é mencionado como uma das pedras preciosas que adornam os fundamentos da Nova Jerusalém (Ap 21:20), simbolizando a perfeição e a glória do Reino de Deus.

Safira

Safira (סַפִּיר, sappir; σάπφειρος, sappheiros), pedra preciosa de grande valor e beleza, é mencionada diversas vezes na Bíblia como símbolo de preciosidade, sabedoria e divindade. Em Êxodo 24:10, a safira é descrita como parte do pavimento celestial que Moisés contemplou no Monte Sinai, representando a glória e a transcendência de Deus.

No livro de Jó, a safira é mencionada como um tesouro de grande valor (Jó 28:16), e em Ezequiel 28:13, ela faz parte da vestimenta do rei de Tiro, simbolizando riqueza e poder.

O apóstolo João, em sua visão da Nova Jerusalém (Ap 21:19), descreve a safira como uma das pedras preciosas que adornam os fundamentos da cidade santa, representando a beleza e a perfeição do Reino de Deus.

O termo hebraico traduzido como “safira” é סַפִּיר (sappir) (Êxodo 24:10; 28:18; 39:11; Jó 28:6, 16; Cânticos 5:14; Isaías 54:11; Lamentações 4:7; Ezequiel 1:26; 10:1; 28:13). A Septuaginta traduz sappir como σάπφειρος (sappheiros), e a Vulgata como sapphirus. A “safira” moderna (uma variedade de coríndon) é geralmente transparente e de cor azul clara, características que não se encaixam nas descrições bíblicas.

As descrições de sappir na Bíblia sugerem uma pedra opaca, de cor azul escura, frequentemente com inclusões douradas de pirita, que se assemelham a estrelas. Por exemplo, em Jó 28:6, é dito que a sappir contém “pó de ouro”. Essa descrição é consistente com o lápis-lazúli, não com a safira. Além disso, o lápis-lazúli era amplamente utilizado no antigo Oriente Médio, sendo importado do Afeganistão, a principal fonte conhecida na época.

As principais passagens bíblicas que mencionam sappir (“safira”, mas provavelmente lápis-lazúli) incluem:

  • Êxodo 28:18 e 39:11: Sappir é uma das pedras preciosas no peitoral do sumo sacerdote.
  • Jó 28:6, 16: Sappir é associada à sabedoria e ao valor inestimável.
  • Ezequiel 1:26 e 10:1: A aparência do trono de Deus é comparada a sappir.
  • Isaías 54:11 e Lamentações 4:7: Sappir é mencionada como material de construção, e, por comparação, ao brilho e formosura.

No Novo Testamento, a palavra grega σάπφειρος (sappheiros) aparece em Apocalipse 21:19 como a segunda pedra fundamental da Nova Jerusalém. Embora a tradução usual seja “safira”, a referência histórica aponta para o lápis-lazúli.

Embora a Bíblia não especifique a cor das safiras mencionadas, é provável que se trate da variedade azul, a mais conhecida e apreciada na antiguidade.

Topázio

O topázio (פִּטְדָה, pitdah, em hebraico; τοπάζιον, topázion, em grego) é uma pedra preciosa mencionada na Bíblia em ambos os Testamentos.

Em Êxodo 28:17 e 39:10, o pitdah é a segunda pedra da primeira fileira do peitoral do sumo sacerdote, representando uma das doze tribos de Israel. Ezequiel 28:13 também lista o pitdah entre as pedras preciosas que adornavam o rei de Tiro, um símbolo de sua opulência. Jó 28:19 menciona o “topázio da Etiópia” (pitdah-kush) como algo de valor incomparável à sabedoria. A Septuaginta traduz consistentemente pitdah como τοπάζιον (topázion).

No Novo Testamento, em Apocalipse 21:20, o τοπάζιον (topázion) é o nono fundamento da Nova Jerusalém, simbolizando a glória e a beleza da cidade celestial.

A identificação exata do pitdah bíblico com o topázio moderno, um mineral cristalino de fluossilicato de alumínio, é incerta. O topázio moderno destaca-se por sua dureza e transparência, superando até mesmo o quartzo. Alguns estudiosos sugerem que o termo antigo poderia se referir a outras pedras amarelas ou esverdeadas, como o crisólito (peridoto). A associação com a Etiópia (Cuxe) em Jó pode indicar uma origem geográfica específica, possivelmente a ilha de Zabargad (antiga Topazios ou Topázion) no Mar Vermelho, conhecida por suas jazidas de peridoto. Independentemente da identificação mineralógica precisa, o topázio bíblico, seja pitdah ou topázion, representava beleza, raridade e valor, sendo digno de adornar o sumo sacerdote, reis e a cidade de Deus.

Na Bíblia, o topázio é mencionado como uma das pedras preciosas que adornavam o peitoral do sumo sacerdote Aarão, representando a tribo de Simeão (Êx 39:10). É também listado entre as pedras fundamentais da Nova Jerusalém descrita em Apocalipse 21:20. Em Jó 28:19, o topázio da Etiópia é citado como símbolo de grande valor, inferior apenas à sabedoria.

Ágata

Ágata é uma pedra semipreciosa mencionada em textos bíblicos como Êxodo 28:19, Êxodo 39:12, Isaías 54:12 e Ezequiel 27:16. Trata-se de uma variedade de calcedônia, composta predominantemente por sílica cristalina finamente granulada. Caracteriza-se por sua formação em camadas alternadas de diversas cores, como branco, azulado e marrom claro.

A pedra recebe seu nome do grego, derivado do rio Achates na Sicília, e também pode estar relacionada a termos fenícios e hebraicos que se referem a aspectos de sua aparência manchada. Na Bíblia, a ágata é identificada como o segundo elemento na terceira fileira do peitoral do sumo sacerdote, utilizado em cerimônias religiosas descritas na Torá.

Geologicamente, as ágatas são encontradas em cavidades de rochas vulcânicas antigas, especialmente nas proximidades do Lago Tiberíades e regiões adjacentes ao nordeste da Síria. Sua formação ocorre por deposição de gel de sílica, que se coagula a partir de água rica em sílica em contato com rochas adjacentes ricas em ferro. As camadas sucessivas se formam paralelamente às paredes das cavidades, resultando em padrões únicos.