Filo, o Velho, foi um poeta e escritor judeu-grego do século II a.C., autor do poema épico Sobre Jerusalém, composto em hexâmetros gregos. Embora as informações sobre sua vida sejam escassas, acredita-se que ele tenha vivido por volta de 170 a.C. Seu trabalho é citado por autores como Alexander Polyhistor, Clemente de Alexandria e Flávio Josefo, sugerindo que seu poema gozava de certo reconhecimento na Antiguidade.
A obra Sobre Jerusalém é hoje fragmentária, com apenas três trechos sobreviventes, totalizando 24 versos. Esses fragmentos foram preservados na Praeparatio Evangelica de Eusébio de Cesareia e abordam episódios bíblicos importantes, como a circuncisão de Abraão, o sacrifício de Isaque, a administração de José no Egito e as fontes de Jerusalém. Apesar de sua fragmentação, o poema reflete a tentativa de integrar a tradição judaica com a forma literária helenística, uma característica marcante da literatura judaica do período helenístico.
O estilo de Filo revela domínio técnico do hexâmetro grego, o que o coloca em diálogo com a tradição épica de autores como Homero e Hesíodo. No entanto, os versos remanescentes são frequentemente descritos como obscuros e desafiadores para a interpretação, seja pela concisão dos fragmentos ou pelas dificuldades em reconstruir o contexto completo de sua obra.
