O conceito de Juízo Final e o Dia do Senhor (em grego: ημέρα του Κυρίου, hēmera Kyriou; em hebraico: יום יהוה, Yom Yahweh, ou יום הדין, Yom HaDin, “Dia do Juízo”) representam um tema central nas escatologias judaica e cristã, descrevendo o julgamento divino final sobre toda a humanidade.
Eras bíblicas
O conceito do “Dia do Senhor” ( Yom Yahweh ) originou-se como um topos profético central no século VIII a.C., provavelmente emergindo de uma crença popular israelita de que Yahweh derrotaria decisivamente os seus inimigos nacionais e exaltaria Israel. No entanto, profetas como Amós subverteram radicalmente esta expectativa, declarando que o Dia seria de trevas e julgamento não para as nações estrangeiras, mas para o próprio Israel, devido à sua infidelidade à aliança, injustiça social e idolatria (Amós 5:18-20).
Este tema de um julgamento purificador foi subsequentemente ampliado por profetas posteriores. Figuras como Isaías e Sofonias alargaram o alcance para visionar um julgamento universal contra todas as nações, que seria seguido pela purificação e restauração de um remanescente fiel dentro de Israel. Após o exílio, o conceito sofreu uma transformação significativa, adquirindo uma característica apocalíptica pronunciada. Em textos como Joel 2–3, o Dia do Senhor evoluiu de um dia histórico de batalha para um evento cósmico e escatológico que abalaria os próprios fundamentos da criação.
Este desenvolvimento teológico está intimamente ligado à evolução das crenças sobre a vida após a morte. O pensamento hebraico inicial, refletido na era davídica, sustentava um conceito vago de Sheol, um submundo sombrio para todos os mortos, onde o julgamento do Dia do Senhor era entendido em termos primarily corporativos e históricos (ex.: derrota militar nacional ou exílio).
Uma mudança crítica ocorreu durante o Período do Segundo Templo (c. 515 a.C.-70 d.C.). Sob a influência do pensamento persa e da profunda reflexão teológica sobre o problema do mal e a vindicação dos justos, emergiram novas crenças. Este período viu o desenvolvimento da retribuição individual, da ressurreição dos mortos e de um julgamento final post-mortem, como explicitamente declarado em Daniel 12:2-3. Esta mudança de paradigma permitiu a vindicação de mártires justos e a punição dos ímpios na vida após a morte, resolvendo assim a crise teológica da justiça não recompensada dentro de uma única vida humana.
No Novo Testamento, essa visão é intensificada como a advertência de um julgamento iminente sobre todos, vivos e mortos, decidindo o destino eterno entre o céu e a condenação eterna. Ele é um momento necessário para o estabelecimento final e completo do Reino de Deus (em grego: βασιλεία τοῦ θεοῦ, basileia tou theou). Os crentes, nesta tradição neotestamentária, podem esperar com alegria o Dia do Juízo, sabendo que sua redenção se aproxima (Lucas 21:28), pois Cristo, em seu retorno, já vindicou a reta justiça na cruz (Mateus 8:17), uma ideia que ecoa nos sinais de julgamento vistos durante sua Paixão.
O Novo Testamento, contudo, compreende uma diversidade: os evangelhos sinópticos descrevem um julgamento final presidido pelo Filho do Homem (Mt 25:31-46); João acentua o “julgamento realizado” no presente, segundo a resposta a Cristo (Jo 3:18-19); Paulo postula um juízo com dois aspectos, o do “tribunal de Cristo” para os crentes (2 Co 5:10) e da “ira de Deus” sobre os ímpios (Rm 2:5-8). A exegese acadêmica vê nessas passagens multivocais um desenvolvimento progressivo, do juízo nacional ao julgamento universal e individual, de alcance escatológico.
Todas as falas de Jesus preservadas nos evangelhos estão situadas no contexto histórico da expectativa escatológica e do julgamento pendente, seguindo, em parte, o ambiente e a sucessão de João Batista. O Evangelho de Mateus descreve o Juízo Final, onde Jesus, como juiz, separa os justos dos injustos, afirmando aos primeiros: “Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes,” e aos segundos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos,” concluindo que “Eles irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:31–46).
A Apocalipse de João desenvolve uma escatologia com imagens visionárias. O Juízo Final é posicionado no final do χιλιαετη˙ ς (chiliaetēs), o reinado de mil anos do Messias (milênio ou quiliasmo), que começa com Sua primeira vinda. Em uma “primeira ressurreição” (Apocalipse 20:5), os mártires ascendem primeiro ao domínio. Durante esse milênio, Satanás está preso. O Milênio termina com a soltura de Satanás e sua condenação eterna após a vitória final sobre ele e suas hostes em uma batalha derradeira (Apocalipse 20:7–10). A batalha entre as forças do bem (Anjos) e o Diabo ou Satanás já é parte do Juízo Final, que se conclui com Cristo como o Juiz de todos os mortos e a superação e aniquilação da própria Morte: “Eles foram julgados, cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 20:13). Após o Juízo Final, seguem-se o “novo céu” e a “nova terra,” a “Nova Jerusalém” (Apocalipse 21:1), como o cumprimento derradeiro de todas as promessas do Reino de Deus.
Diferentes perspectivas cristãs sobre o juízo
As principais tradições cristãs mantêm a confissão credal de que Cristo “há de vir para julgar os vivos e os mortos”, mas divergem quanto à natureza e ao mecanismo do julgamento.
Na teologia ortodoxa oriental, o Dia do Senhor coincide com a Parousia (παρουσία, “presença”) gloriosa de Cristo. O juízo é ontológico: a presença divina, “fogo consumidor” (Hb 12:29), é experimentada como luz e alegria pelos justos e como tormento pelos que rejeitaram o amor de Deus — imagem conhecida como “teoria dos dois sóis”. Ícones do Juízo Final mostram Cristo libertando os justos do Hades, enfatizando a vitória sobre a morte.
Na teologia católica romana, o juízo tem caráter soteriológico. Distingue-se o Juízo Particular, ao morrer, que decide o destino imediato (céu, purgatório ou inferno), e o Juízo Universal, no fim dos tempos, que confirma publicamente a justiça divina e revela as consequências históricas das ações humanas. O purgatório representa a purificação final dos salvos.
A teologia luterana interpreta o juízo à luz da dialética entre Lei e Evangelho: a Lei condena, o Evangelho absolve. O julgamento final será a proclamação pública da justificação pela fé, ou a vindicação em Cristo. Para os ímpios, ele manifesta a justa sentença da Lei; para os crentes, a confirmação da graça.
Na tradição reformada, o juízo expressa a soberania divina em justiça e misericórdia. A predestinação serve de pano de fundo: a condenação dos ímpios manifesta a justiça de Deus, e a salvação dos eleitos, Sua misericórdia. O exame das obras dos crentes não afeta seu destino final, mas revela a autenticidade da fé.
Os anabatistas interpretam o Dia do Senhor como a consumação do reinado de Cristo, o Rei pacífico que estabelecerá plenamente o Reino de Deus em termos de justiça, paz e reconciliação. Sua ênfase recai no discipulado radical e na não-violência, refletindo a convicção de que o seguimento de Jesus implica ruptura com as estruturas de poder, vingança e coerção que caracterizam o mundo. O Juízo Final, nesse horizonte, será o momento em que a ordem violenta das nações será revertida e a autoridade de Cristo, baseada no amor e no serviço, será plenamente manifestada. O critério central do julgamento não é a ortodoxia doutrinária nem a pertença institucional, mas a prática concreta do discipulado: “como trataste o pobre, o inimigo e o marginalizado” (cf. Mt 25). Assim, o julgamento é tanto pessoal quanto sistêmico — Deus julga indivíduos e também as estruturas sociais, políticas e econômicas que perpetuam a violência e a injustiça. A “ira do Cordeiro” (Ap 6:16) é entendida não como uma reação punitiva divina, mas como a consequência autodestrutiva do pecado e da violência humana, da qual o povo de Deus é chamado a se separar. O Juízo Final, para os anabatistas, não apenas revela o destino eterno de cada pessoa, mas inaugura a paz messiânica que o discipulado autêntico antecipou no presente.
Na tradição wesleyana-arminiana, o juízo é interpretado à luz da graça preveniente de Deus e da liberdade humana. Deus oferece Sua graça a todos; o julgamento é o momento em que as respostas humanas a essa graça são reveladas e fixadas. A ênfase não recai sobre uma eleição incondicional, mas sobre a responsabilidade moral diante do amor divino oferecido universalmente. Cada pessoa será julgada conforme reagiu à luz de Cristo que recebeu — seja pela consciência, pela criação ou pela pregação do evangelho. Assim, o Juízo Final manifesta a justiça e a equidade divinas: Deus não condena sem ter antes oferecido meios de salvação. A possibilidade de arrependimento após a morte é geralmente negada, pois a morte sela o caráter da alma e sua orientação definitiva diante de Deus. O juízo é, portanto, a revelação última do que cada um se tornou ao responder (ou resistir) à graça. A misericórdia de Deus é universal em alcance, mas condicional em eficácia — depende da livre cooperação humana. O Juízo Final confirma essa reciprocidade entre graça e liberdade, mostrando que a salvação é dom, mas também responsabilidade.
A teologia anglicana, fiel à sua via media entre as tradições católica e reformada, aborda o Juízo Final com reverência e sobriedade, evitando esquemas excessivamente detalhados. Suas orações e liturgias, especialmente no Book of Common Prayer, moldam uma visão esperançosa e contemplativa do fim, centrada na restauração e renovação de toda a criação. O juízo é afirmado como realidade última, mas seu mecanismo permanece envolto em mistério. A liturgia do Advento, por exemplo, lembra a vinda de Cristo “para julgar o mundo com justiça”, mas também proclama a esperança da redenção universal. Teólogos contemporâneos como N. T. Wright sublinham que o Juízo Final não é mera punição, mas a confirmação da vitória do amor de Deus e a restauração da ordem criada. A ênfase anglicana repousa na esperança escatológica da apokatástasis — a renovação de todas as coisas (At 3:21) — sem fazer dela uma doutrina dogmática. O juízo, assim, é visto como o momento em que Deus põe o mundo em ordem, reconcilia o que foi fragmentado e manifesta publicamente Sua fidelidade à criação. Mais do que um tribunal, é a proclamação definitiva de que o amor divino triunfa sobre o pecado, o mal e a morte, estabelecendo o Reino de Deus “na terra assim como no céu.”
Teologias contextuais reinterpretam o tema em horizontes sociais e culturais. A teologia da libertação entende o Dia do Senhor como a grande revolução de Deus em favor dos pobres, julgamento das estruturas opressoras e vindicação dos marginalizados. A teologia negra o vê como o “grande dia do jubileu”, fim definitivo da escravidão e do racismo, expressão da esperança dos espirituais afro-americanos. Nas teologias do Sul Global, africanas e asiáticas, o juízo aparece como restauração comunitária e cósmica, reconciliação total e libertação dos ciclos de mal e sofrimento; o Shalom é sua plenitude.
A tradição pré-milenista mantém a iminência da vinda de Cristo e o caráter missionário da expectativa escatológica. Mantém com vigor a iminência da vinda de Cristo e o caráter missionário da expectativa escatológica, vendo a história humana como orientada para o clímax do retorno visível e glorioso do Senhor. Essa expectativa imprime urgência ética e evangelística à vida cristã: o tempo é breve, e a missão da Igreja é preparar as nações para o juízo e para o Reino vindouro. As diversas correntes do pré-milenismos históricamente não fragmentam o retorno de Cristo em múltiplos eventos (como arrebatamentos secretos), mas concebe a Parousia como um único e abrangente acontecimento divino, que inclui a ressurreição dos mortos, o julgamento universal e a instauração do milênio.
Na compreensão pré-milenista clássica ou temática, há um único evento de retorno de Cristo, ressurreição e julgamento, mas administrado em duas fases — primeiro para os justos, depois para os ímpios — dentro de um único plano escatológico. Essa leitura mantém a unidade do juízo final, mas com uma sequência ordenada: os crentes são ressuscitados para reinar com Cristo durante o milênio; já os ímpios são ressuscitados para o juízo (Ap 20:11–15).
O dispensacionalismo ainda que pré-milenista, por sua vez, separa dois julgamentos: o Tribunal de Cristo ou Bemá e o Grande Trono Branco. Com base em passagens como 2 Coríntios 5:10 e Romanos 14:10-12, os dispensacionalistas entendem o Trono de Bema como um julgamento para os crentes (os salvos) após o Arrebatamento. Não é um julgamento pelo pecado (visto que o sacrifício de Cristo já expiou por aqueles), mas um julgamento vindicatório para sancionar a fé, as obras, o serviço e a fidelidade dos crentes. Já o julgamento do Grande Trono Branco teria por base em Apocalipse 20:11-15, este é entendido como o julgamento final para os não redimidos (os condenados). Ele ocorreria após o Reino Milenar. Os livros são abertos, incluindo o Livro da Vida, e qualquer pessoa cujo nome não for encontrado lá é lançada no lago de fogo. O resultado é a separação eterna de Deus.
O juízo na escatologia pentecostal
A escatologia pentecostal é notavelmente diversa, dinâmica e experiencial, refletindo a ênfase do movimento na atualidade do Espírito Santo e na expectativa viva do retorno de Cristo. Em geral, os pentecostais leem a história à luz de Atos 2, vendo o derramamento do Espírito como o início dos “últimos dias” (At 2:17). Assim, a escatologia não é apenas uma doutrina sobre o futuro, mas uma realidade presente — “já e ainda não” — em que o Reino de Deus irrompe no tempo presente por meio de curas, profecias e libertações, antecipando a consumação futura. O foco prático recai sobre o imperativo missionário: o tempo é curto e o Espírito capacita a Igreja para testemunhar antes da vinda do Senhor. Cronologias complexas, gráficos proféticos e sistemas dispensacionalistas, embora presentes em certos ramos populares, são secundários diante da urgência espiritual e ética da missão.
Entre os teólogos pentecostais, Gordon Fee (1934–2022) representa uma vertente exegética e paulina, menos sistemática e mais centrada no texto bíblico. Fee via o “tribunal de Cristo” (2Co 5:10) e o “grande trono branco” (Ap 20:11) como dois aspectos de um mesmo evento escatológico: o julgamento final, único, em que todos os seres humanos comparecem diante de Deus, mas com desfechos distintos — vida eterna ou condenação (Jo 5:28–29). Para ele, a Segunda Vinda (Parousia) é um único e grandioso evento, abrangendo a ressurreição, o juízo e a renovação da criação. Rejeitava esquemas cronológicos e interpretações que fracionassem o retorno de Cristo em múltiplas fases. Em vez disso, via a esperança cristã como a “bem-aventurada esperança” (Tt 2:13) — a plena redenção do corpo e da criação, não uma fuga dos julgamentos. A ressurreição é, em sua leitura de 1 Coríntios 15, corporativa e transformadora: o destino do crente não é escapar do juízo, mas ser transformado “em Cristo”. A “ira” e o “fogo” do juízo não são castigos arbitrários, mas a revelação da verdade de cada existência diante do amor de Deus.
Já Frank Macchia e Amos Yong representam uma geração posterior de teólogos pentecostais que desenvolveram o que se pode chamar de uma “escatologia pneumatológica”, isto é, uma reflexão centrada na obra do Espírito como o princípio e o fim da história da salvação.
Para Macchia, a efusão do Espírito em Pentecostes é as “primícias” e o penhor do Reino vindouro (Rm 8:23; Ef 1:13–14). O batismo no Espírito é o início de um processo que culminará na plena participação na vida divina, quando o Espírito consumar a santificação dos crentes e purificar toda a criação. O juízo, portanto, não é meramente legal ou forense, mas transformador e hospitaleiro: o fogo do juízo é o mesmo fogo do Espírito que purifica, acolhe e consuma. A metáfora da hospitalidade é central — Deus, no juízo, acolhe e transforma em vez de simplesmente excluir. O juízo é o momento em que somos finalmente “revestidos de imortalidade” (1Co 15:53–54), e toda a criação é libertada da corrupção (Rm 8:19–23). A justiça divina é, para Macchia, inseparável da santidade e do amor, e seu escopo é cosmicamente inclusivo, abrangendo não apenas indivíduos, mas sistemas, ecologias e relações sociais.
Amos Yong, por sua vez, propõe uma escatologia marcada pela imaginação pneumatológica e por uma forma moderada de inclusivismo carismático. Ele parte da convicção de que o Espírito de Deus está ativo em todas as culturas e religiões, testificando de Cristo mesmo onde o evangelho não foi explicitamente anunciado. O juízo final, portanto, revelará a amplitude surpreendente da redenção, manifestando a ação do Espírito em lugares inesperados. Yong sustenta a singularidade de Cristo, mas entende que o Espírito, sendo soberano e universal, prepara corações e sociedades para o encontro final com Deus. No juízo, essa obra se tornará manifesta. Assim, o fogo escatológico é visto como purgativo e reconciliador, não apenas destrutivo: ele refina, cura e reconcilia “todas as coisas” com Deus (At 3:21). Sem cair num universalismo dogmático, Yong descreve o juízo como a reconciliação cósmica que refaz a criação, pondo fim à alienação entre Deus, humanidade e mundo.
Teologia bíblica
Do ponto de vista exegético, a Escritura apresenta um único evento de ressurreição e julgamento, ainda que com uma multivocalidade. O Dia do Senhor do Antigo Testamento, conforme acima indicado, possui várias funções escatológicas. Já nas passagens do Novo Testamento, como em João 5:28-29, Cristo anuncia uma hora (hōra) em que todos os mortos ressuscitarão: os que fizeram o bem para a vida, os que praticaram o mal para a condenação. Paulo elabora sobre esse evento único em 1 Co 15:22-23, com uma só sequência — Cristo nas primícias, e depois, na Parousia, os que lhe pertencem. Em 2 Ts 1:6-10, o castigo dos ímpios e a recompensa dos justos ocorrem “no dia em que ele vier”. 1 Ts 4:13-17 descreve a ressurreição dos crentes e seu encontro com o Senhor.
Em Ap 20:4-6, a “primeira ressurreição” (anástasis prōtos) refere-se à ressurreição para a vida e o reinado, não necessariamente a um evento cronologicamente separado; indicando a exaltação dos mártires e a vitória dos fiéis. O “resto dos mortos” permanece em morte espiritual até o juízo final. O trono branco de Ap 20:11-15 é outro aspecto do juízo universal: todos os mortos comparecem diante de Deus, e cada um é julgado segundo suas obras.
Assim, a Parousia marca o retorno visível de Cristo, a ressurreição dos santos e o juízo das nações. O milênio representa o reinado dos ressuscitados, após o qual Satanás é derrotado, os mortos restantes ressuscitam e ocorre o juízo final.
Na síntese bíblica, o Dia do Senhor é simultaneamente evento de juízo e de esperança. Ele revela a justiça de Deus, pune o mal e consuma a salvação. A mesma presença divina que queima o mal ilumina os justos. O Juízo Final não é apenas o término da história, mas sua revelação plena — quando toda a criação será julgada, restaurada e reconciliada em Cristo.
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Uma consideração sobre “Juízo Final”