O adjetivo teândrico, derivado do grego “θεανδρικαὶ ‘ενέργειαι” e do latim “operações deiviriles”, denota o estado de ser humano e divino. Encontra as suas raízes na tradição teológica, especificamente na união da operação divina e humana em Cristo. Resume as atividade característica do Deus-homem, onde as naturezas divina e humana cooperam.
A teologia teândrica investiga a compreensão das ações de Cristo, enfatizando o uso de sua natureza humana como instrumento da divindade. Afirma que as duas naturezas e as duas vontades de Jesus Cristo funcionam como uma Pessoa invisível – simultaneamente Deus e homem. Este conceito teológico emergiu com destaque na tradição teológica bizantina e é considerado uma contribuição significativa para o pensamento religioso cristão.
Empregada pela primeira vez por Pseudo-Dionísio para descrever as ações únicas de Cristo como nem puramente divinas nem puramente humanas, mas como uma nova operação teândrica. Inicialmente, o termo foi mal utilizado e associado às teorias monofisistas e monotelíticas.
Na controvérsia monotelita, Sérgio I, Patriarca de Constantinopla, incorporou o termo em seus esforços para reconciliar os monofisitas egípcios e os católicos. No entanto, a controvérsia levou à condenação da interpretação monotelita dos atos teândricos pelo papa Martinho I em 649 e posteriormente confirmada pelo papa Ágato.
O termo encontrou uma interpretação ortodoxa através das obras de Máximo, o Confessor, que via os atos teândricos como as energias divina e humana trabalhando juntas para produzir um único efeito. João Damasceno também empregou o termo corretamente, enfatizando a harmonia das operações divinas e humanas em Cristo.
A teologia escolástica distinguiu três tipos de operações em Cristo: atos puramente divinos, propriamente humanos e atos mistos. As operações puramente divinas envolvem as processões internas do Verbo e a atividade criativa externa, excluindo a natureza humana. As operações propriamente humanas são atos suscitados pela natureza humana, mas atribuídos à Pessoa Divina do Verbo. Os atos teândricos, em sentido estrito, são operações mistas onde ambas as naturezas se unem para produzir um único efeito, servindo a natureza humana como instrumento do divino.
