Revelação são os atos de autocomunicação de Deus que sejam humanamente compreensíveis. No cristianismo, a revelação é a fonte e norma irredutível, insuperável e suprema da teologia.
A palavra vem do latim revelatio para traduzir a palavra grega apokalypsis ou a remoção de um véu para que algo possa ser visto. A revelação, segundo as Escrituras, ocorre pela consciência moral, na criação, na história, nas manifestações proféticas e carismáticas, na comunhão da Igreja pelo Espírito Santo, por teofanias, pelo próprio conteúdo da Bíblia e na vida terra de Jesus Cristo (o Jesus histórico).
A revelação não corresponde de modo idêntica a qualquer realidade histórica finita, contingente e humana. Em vista disso, qualquer forma de revelação sempre será limitada pelo fato de ser apreendidas pela experiência humana. Por mais que seja algo sempre mediato, a revelação abrange formas manifestacionais e proposicionais, manifestando-se como eventos históricos ou experiências internas.
Na revelação manifestacional, os atos ou aparições divinas transmitem conhecimento, enquanto a revelação proposicional envolve a comunicação de verdades divinas através da linguagem ou cognição.
Os modelos de revelação, adaptado dos propostos por Dulles, oferecem quadros teóricos para a compreensão da revelação, desde feitos históricos até transformações internas.
- Revelação como História: eventos reveladores do caráter divino como a libertação por Ester, ressurreição de Jesus, a história de salvação, testemunhos pessoais.
- Revelação como experiência interior: são vários tipos de experiências internas, o conceito de luz interior do Espírito Santo, elementos pré-conceituais e perceptivos.
- A Revelação como presença dialética: A perspectiva de Karl Barth, com o papel da Bíblia e da Igreja na mediação da revelação plena em Cristo.
- Revelação como nova consciência: a transformação da subjetividade humana na relação entre revelação e autopercepção
BIBLIOGRAFIA
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