Aduanas celestes

A doutrina das adunas celestes ou pedágios celestes (telonia em grego) é uma das concepções de estado intermediário, juízo e do pós-vida entre os Ortodoxos Orientais.

Essa jornada da alma após a morte não é um dogma oficial da Igreja Ortodoxa, mas sim uma opinião teológica (teolegúmena) sustentada por vários teólogos desde a era patrística.

De acordo com esta doutrina, depois que uma pessoa morre, sua alma passa por uma série de postos de pedágio no ar, cada uma representando um tipo diferente de pecado ou tentação que a alma pode ter encontrado durante sua vida. Em cada portagem, a alma é julgada por espíritos demoníacos que a acusam dos pecados que cometeu. A defesa da alma contra essas acusações são as boas ações que praticou em vida, bem como as orações e intercessões dos santos e crentes vivos.

Se a alma passa com sucesso por todas as casas de pedágio, ela alcança o céu e se une a Deus. No entanto, se a alma for considerada culpada de muitos pecados, ela será lançada no inferno ou demovida para outro nível inferior do lugar dos mortos.

Esta doutrina não é universalmente aceita dentro do cristianismo ortodoxo oriental e tem sido objeto de debate. Alguns argumentam que não é apoiado pela escritura ou tradição e pode promover uma compreensão legalista da salvação. Outros, no entanto, sustentam que é uma metáfora útil para entender a luta espiritual que continua após a morte e encoraja os crentes a lutar pela santidade na vida.

Normalmente são vinte pedágios, mas o número não é fixo e diferentes fontes fornecem números variados.

Mentiras
Calúnia
Gula
Preguiça
Roubo
Cobiça
Usura
Injustiça
Inveja
Orgulho
Raiva
Foco no mal
Assassinato
Magia
Luxúria
Adultério
Sodomia
Heresia
Falta de caridade

Essa doutrina tem três recepções entre os ortodoxos: aqueles que a consideram como real; os que a pensam como uma metáfora para a jornada espiritual; e o que a rejeitam como errônea.

A doutrina da aduana celeste encontra paralelos em outras tradições. No mandeísmo há diferentes estágios para a jornada pós-vida, as maṭarta.

O Apocalipse copta de Paulo descreve uma ascensão pelos sete céus inferiores, guardados por vários anjos que infligem punições aos pecadores. Os cobradores de pedágio celestiais aparecem no Primeiro Apocalipse de Tiago 33:2-27, e anjos tortures da alma no Livro de Tomé, o Contendor (141,36-39) e na Pistis Sophia. No 2 Enoque 22, Enoque encontra populações de anjos atormentando os malfeitores em diferentes céus até o final de seu translado.

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