Marzeaḥ

Marzeaḥ (também escrito mazzeḥ) refere-se a uma reunião social ou festa comumente realizada no antigo Levante, inclusive em Israel e Judá.

A palavra Marzeaḥ significa literalmente “banquete” ou “festa” em hebraico. O Marzeaḥ era tipicamente realizado em homenagem a uma divindade ou divindades e era frequentemente acompanhado por atividades rituais como canto, dança e bebida.

Como nos simpósios greco-romanos, os participantes sentavam-se em esteiras ou almofadas ao redor de mesas baixas e compartilhavam comida e bebida.

Embora o Marzeaḥ fosse uma atividade social comum no antigo Israel, é frequentemente mencionado na Bíblia em um contexto negativo, pois às vezes era associado ao culto idólatra e a práticas reprováveis.

Vemos, por exemplo, em Amós 6:4-7, o profeta condena aqueles que “se deitam em camas de marfim, e se estendem em seus leitos, e comem cordeiros do rebanho, e bezerros do meio do estábulo; que entoam canções ociosas para o som da harpa e, como Davi, inventam para si instrumentos de música; que bebem vinho em taças e se ungem com os melhores óleos, mas não se entristecem com a ruína de José!”

O Marzeaḥ também aparece em várias outras passagens da Bíblia Hebraica, incluindo Jeremias 16:5-9 e 1 Samuel 25:2-8. Nessas passagens, o Marzeaḥ é retratado como um tempo de excesso e indulgência, e como um símbolo do declínio moral e espiritual de Israel.

A festa Marzeaḥ é mencionada em Ugarit (KTU 1.114; 3.9). As taxas eram pagas, as pessoas reunia-se para consumr vinho e uma refeição, não um culto familiar aos mortos. Se havia atividade sexual (algo incerto), não deveria possuir caráter religioso. Geralmente um deus era o patrono a festa e recebia uma oferenda de vinho, mas esse gesto formal era o único elemento religioso do evento. Há um relato de Ugarit que menciona o deus El desmaiando em seu banquete Marzeah depois de beber demasiadamente (KTU 1.114).

Alguns estudiosos especularam se incidente de Baal-Peor (Números 26) teria sido uma Marzeaḥ, um culto aos mortos (cf. Salmo 106:28) e um rito sexual. No entanto, o texto não suporta essa conclusão, tampouco a passagem retrata o que é conhecido sobre o Marzeaḥ.

BIBLIOGRAFIA

קינג, פ. “ה’מרזח’, עדות ספרותית וארכיאולוגית/THE” MARZĒAḤ”: TEXTUAL AND ARCHAEOLOGICAL EVIDENCE.” Eretz-Israel: Archaeological, Historical and Geographical Studies/ארץ-ישראל: מחקרים בידיעת הארץ ועתיקותיה (1989): 98-106.

McLaughlin, John L. The marzēaḥ in the prophetic literature: References and allusions in light of the extra-Biblical evidence. Vol. 86. Brill, 2001.

Noll, Kurt L. “Canaanite religion.” Religion Compass 1.1 (2007): 61-92.

Schorch, Stefan. “Die Propheten und der Karneval: marzeach–maioumas–maimuna.” Vetus Testamentum 53.3 (2003): 397-415.

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