Isidoro de Sevilha (c. 560–636) foi um estudioso, arcebispo de Sevilha da Alta Idade Média.
Nascido em Cartagena, na Hispânia, em uma família visigótica proeminente, teve como irmãos Leandro e Fulgêncio, que também se tornaram bispos. Durante mais de três décadas, a partir de aproximadamente 600, exerceu o cargo de arcebispo de Sevilha, dedicando-se ao ensino, à administração e à produção literária.
Teve domínio de diversos campos do saber, Isidoro escreveu sobre teologia, história, gramática, ciência e filosofia, organizando e sistematizando o conhecimento antigo. Sua obra mais conhecida, Etymologiae, é uma enciclopédia que reúne informações sobre gramática, retórica, matemática, astronomia e outros temas, estruturadas segundo a etimologia das palavras. Esse trabalho teve ampla influência, sendo usado como referência educacional por séculos. Também escreveu História dos Godos, Vândalos e Suevos, na qual registra a história dos povos germânicos que se estabeleceram na Península Ibérica, e De natura rerum, em que discute cosmologia, meteorologia e história natural com base em fontes clássicas e cristãs.
Isidoro produziu tratados teológicos, incluindo obras sobre a Bíblia, a patrística e práticas litúrgicas. Sua obra De fide catholica contra Judaeos é um exemplo de seu interesse em questões doutrinárias. Seu trabalho desempenhou um papel fundamental na preservação e transmissão do conhecimento antigo durante um período de transição na Europa.
A contribuição de Isidoro para a educação e a cultura visigótica fez com que ele fosse considerado o pai do aprendizado espanhol. Seu legado perdurou ao longo da Idade Média, influenciando o ensino e a erudição em diversas áreas.
