Rasgar roupas

O ato de rasgar as roupas na tradição bíblica expressa profunda tristeza ou arrependimento diante de eventos marcantes, como morte ou calamidade.

A prática, conhecida no hebraico como “qeṟi’ath begadim”, aparece em diversas narrativas bíblicas. Rubem, ao descobrir que José estava desaparecido, rasgou suas roupas em sinal de angústia (Gênesis 37:29). Os filhos de Jacó repetiram o gesto ao enfrentar uma grave acusação no Egito (Gênesis 44:13). Em outra ocasião, um mensageiro que trouxe a notícia da derrota de Israel e da morte de Hofni e Finéias para Eli também realizou esse ato (1 Samuel 4:12).

Além de expressar luto, rasgar as roupas era uma forma de demonstrar indignação ou pesar diante de circunstâncias que desafiassem a fé ou a ordem divina. Em Números 14:6, Josué e Calebe rasgaram suas vestes como resposta à rebelião dos israelitas contra Deus. O rei Davi, ao ouvir que seu filho Absalão havia matado seus irmãos, manifestou sua dor com o mesmo gesto (2 Samuel 13:31).

No Novo Testamento, o sumo sacerdote Caifás rasgou suas vestes ao ouvir Jesus declarar sua identidade messiânica, considerando suas palavras como blasfêmia (Mateus 26:65). Esse exemplo revela o uso do ato como uma expressão de protesto diante de declarações ou eventos considerados ultrajantes.

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