Valerie Saiving (1921–1992) foi uma teóloga feminista americana, cujo influente ensaio, “The Human Situation: A Feminine View” (1960) foi um marco nos estudos de gêneros.
Publicado como um artigo de 18 páginas no The Journal of Religion, o ensaio de Saiving ofereceu uma crítica da teologia contemporânea por meio de observações psicológicas. Destacou as expectativas contrastantes colocadas em meninas e meninos. Enquanto as meninas são ensinadas que se tornariam mulheres naturalmente, os meninos são socializados para provar constantemente sua masculinidade.
Saiving questionou a interpretação cristã agostiniana do pecado, argumentando que ele refletia principalmente as experiências masculinas e abordava inadequadamente as realidades da maioria das mulheres. Defendeu uma redefinição radical do pecado que reconhecesse a experiência feminina distinta e encorajasse as mulheres a se afirmarem como indivíduos. Questionou o que aconteceria com a teologia se as experiências das mulheres por mulheres – ou por teólogas – fossem discutidas e tivessem um lugar dentro da teologia. Apontou até que ponto os temas teológicos foram até então abordados a partir de uma perspectiva masculina, ‘androcêntrica’, e tomaram forma na teologia dominante.
Apesar de ser respeitado dentro da teologia feminista, o trabalho de Saiving tem sido muitas vezes negligenciado pelos teólogos em posições hegemônicas. O ensaio de Saiving continua a moldar a teologia feminista e a contribuir para discussões sobre soteriologia, hamartiologia e antropologia teológica.
Depois de obter seu bacharelado em teologia e psicologia no Bates College em 1943, Saiving obteve seu doutorado na University of Chicago Divinity School. Ela co-fundou o Departamento de Estudos Religiosos e o programa de Estudos Femininos nas Faculdades Hobart e William Smith.
