John Goldingay

John Goldingay (nascido em 20 de junho de 1942) é um estudioso britânico do Antigo Testamento, teólogo e clérigo anglicano. Seu trabalho acadêmico concentra-se principalmente na teologia e interpretação do Antigo Testamento. Ele foi professor emérito David Allan Hubbard de Antigo Testamento no Fuller Theological Seminary, na Califórnia. Goldingay obteve o título de Bachelor of Arts pela Universidade de Oxford e concluiu o doutorado em Filosofia pela Universidade de Nottingham. Foi ordenado na Igreja da Inglaterra em 1966 e iniciou sua carreira acadêmica no St John’s College, em Nottingham, onde atuou como diretor de 1988 a 1997. Posteriormente, ingressou no Fuller Theological Seminary, onde teve influência significativa no campo dos estudos do Antigo Testamento.

Goldingay publicou amplamente sobre diversos livros do Antigo Testamento, incluindo comentários sobre Daniel, Isaías e Salmos. Sua produção acadêmica é reconhecida por tornar compreensíveis e acessíveis as principais questões teológicas, tanto para estudiosos quanto para leitores leigos. Entre 2010 e 2016, ele produziu a série Old Testament for Everyone, publicada pela Westminster John Knox Press, que inclui traduções e guias de estudo voltados a auxiliar o público geral na leitura e compreensão do Antigo Testamento. Em 2018, ele lançou The First Testament, uma tradução completa do Antigo Testamento que enfatiza as qualidades narrativas do texto.

Seu método de interpretação bíblica integra diversas abordagens hermenêuticas, mantendo o compromisso com a autoridade teológica do texto. Goldingay sustenta que a exegese bíblica é, essencialmente, um esforço teológico, desafiando os estudiosos a reconhecerem os significados diversos das Escrituras sem perder de vista sua coerência interna. Em seu livro Biblical Theology: The God of the Christian Scriptures (2016), ele buscou articular uma compreensão abrangente da teologia do Antigo Testamento em relação à fé cristã.

De acordo com Goldingay, a inspiração da Bíblia é um processo dinâmico que envolve tanto Deus quanto autores humanos. Ele vê a Bíblia como uma coleção de diversos escritos que foram produzidos durante um longo período de tempo e em diferentes contextos históricos. Goldingay afirma que Deus inspirou os autores da Bíblia a escrever, mas também reconhece que os autores humanos contribuíram com suas próprias perspectivas, experiências e origens culturais para os textos.

A visão de inspiração de Goldingay é semelhante em alguns aspectos à de Orígenes. Orígenes acreditava que a Bíblia foi inspirada por Deus, mas também reconheceu que os autores humanos tinham um papel a desempenhar em sua composição. Orígenes argumentou que a Bíblia contém múltiplas camadas de significado que podem ser discernidas por meio de estudo e interpretação cuidadosos.

As contribuições de Goldingay têm impacto significativo tanto no meio acadêmico quanto nas comunidades eclesiásticas. Ele é reconhecido por sua capacidade de integrar pesquisa acadêmica e teologia prática, promovendo uma leitura das Escrituras que dialoga com a fé contemporânea. Seu trabalho incentiva os leitores a se engajarem profundamente com o Antigo Testamento como um documento vivo que informa crenças e práticas cristãs. Sua influência é amplamente reconhecida em sociedades acadêmicas como a Society of Biblical Literature e a Society for Old Testament Study. Por meio de seu ensino, publicações e envolvimento pastoral, Goldingay continua a moldar discussões sobre a teologia do Antigo Testamento e suas implicações para o cristianismo moderno.

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