Pregação

A pregação, enquanto ato de proclamar uma mensagem teológica, desempenha um papel central na vida religiosa e na transmissão da fé.

Pregação no Antigo Testamento

As referências explícitas à pregação no Antigo Testamento são escassas. No entanto, dois paralelos podem ser traçados: o anúncio de boas novas (בָּשַׂר, basar) e a leitura em voz alta da Torá (קָרָא, qara’). Os discursos proféticos também podem ser considerados uma forma de pregação, pois os profetas eram comissionados por Deus para transmitir mensagens ao povo. Moisés, ao proclamar a lei e exortar o povo de Israel, pode ser visto como um precursor da figura do pregador.

Novo Testamento

A pregação no Novo Testamento (κήρυγμα, kērygma) foi influenciada pelo desenvolvimento da sinagoga e pela tradição greco-romana de discurso. Os discursos de filósofos como Demóstenes e Cícero, com sua ênfase na persuasão e na retórica, serviram como modelo para a homilia (homilia), que se tornou um formato popular na sinagoga. A pregação na sinagoga, porém, se distinguia dos discursos seculares por se concentrar nas Escrituras.

A pregação no Novo Testamento se desenvolveu como um gênero próprio de oratória, combinando o anúncio de uma mensagem com sua explicação e aplicação. Os termos κήρυγμα (kērygma) e εὐαγγέλιον (euangelion) são frequentemente usados para descrever a pregação cristã. João Batista pregava o arrependimento, enquanto Jesus pregava o Evangelho do Reino de Deus, utilizando as Escrituras como base para seus ensinamentos.

O livro de Atos preserva exemplos importantes de pregação cristã primitiva, como os sermões de Pedro no dia de Pentecostes e no Pórtico de Salomão, e os sermões de Paulo em Antioquia da Pisídia e no Areópago. As cartas de Paulo também contêm elementos de pregação, especialmente em relação à morte e ressurreição de Cristo. A pregação cristã se conecta à tradição profética do Antigo Testamento, anunciando o cumprimento das promessas divinas em Cristo.

Deixe um comentário