Cornelius Heinrich Wedel (1860-1910) foi um pastor, educador e historiador da Igreja Menonita, primeiro presidente do Bethel College.
Nascido em uma comunidade menonita alemã na Rússia, perdeu sua mãe aos seis anos de idade, mudando-se para os Estados Unidos com a família em 1874. Estudou em diversas escolas em Kansas para obter certificação de professor, além de estudos no McKendry College e no Bloomfield Theological Seminary, onde aprofundou seus conhecimentos teológicos e lecionou. Em 1893, assumiu a presidência do Bethel College, cargo que manteve até sua morte, lecionando disciplinas como Bíblia, história da igreja e literatura alemã.
Uma contribuição de Wedel foi seu trabalho como historiador e autor. Realizou viagens de pesquisa pela Europa. Esses esforços resultaram na publicação de obras notáveis, como Randzeichnungen zu den Geschichten des Alten Testaments (1899) e Randzeichnungen zu den Geschichten des Neuen Testaments (1900). Sua obra mais importante, entretanto, foi a enciclopédica de quatro volumes Abriss der Geschichte der Mennoniten (1900-1904), a primeira história abrangente do povo menonita escrita e publicada nos Estados Unidos.
A teologia de Wedel se distinguia por sua abordagem progressista e menos dogmática, contrastando com o fundamentalismo crescente da época, exemplificado por figuras como Daniel Kauffman. Cunhou o termo Gemeindechristentum (cristandade da congregação) para descrever a sua visão de uma igreja de crentes, independente do estado e focada nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, em oposição à Staatskirchliche (igreja estatal).
Wedel considerava a confissão de fé externa de importância relativa, focando na crença em uma linhagem ininterrupta de crentes desde a igreja primitiva. Embora aceitasse a divindade e humanidade de Jesus, ele via as formulações dos concílios, como o de Calcedônia, como baseadas em conceitos filosóficos de difícil comprovação bíblica, demonstrando uma cautelosa disposição para se envolver com novas perspectivas acadêmicas. Sua vasta produção literária, que inclui mais de 180 artigos, bem como obras teológicas e educacionais, consolidou seu legado como uma figura central na história menonita americana.
