Acrabim

Acrabim, que significa “escorpiões”, era o nome de uma passagem íngreme e perigosa na fronteira sul de Canaã. Essa passagem, mencionada em Números 34:4, Josué 15:3 e Juízes 1:36, ficava na rota que ligava o Neguebe a Arabá, passando por Berseba.

O nome Acrabim provavelmente se deve à presença de escorpiões na região, criaturas venenosas que representavam um perigo real para os viajantes. A passagem era tão íngreme e difícil que servia como uma barreira natural, dificultando o acesso à região sul de Canaã.

Acrabim é mencionada na Bíblia em contextos de fronteiras e limites territoriais. Em Números 34, a passagem de Acrabim define parte do limite sul da terra prometida aos israelitas. Em Josué 15, ela é citada como um dos pontos de referência na descrição da herança da tribo de Judá. Em Juízes 1, a passagem de Acrabim é mencionada como um dos locais onde os amorreus resistiram aos israelitas.

Apesar dos perigos e dificuldades associados à passagem de Acrabim, ela representava uma rota importante para o comércio e a comunicação entre as diferentes regiões de Canaã.

Açougue

Açougue, traduzido do grego makellon em 1 Coríntios 10:25, referia-se a um mercado de carnes comum nas cidades do Império Romano. Era um local onde se vendiam diversos tipos de carne, inclusive de animais considerados impuros pela lei judaica e carne proveniente de sacrifícios a ídolos.

A presença de açougues em Corinto gerou dúvidas entre os cristãos sobre a permissibilidade de consumir carne vendida nesses locais. Paulo, em sua carta, os aconselha a não se preocupar com a origem da carne, “por causa da consciência”, demonstrando uma postura de liberdade e confiança na soberania de Deus.

Os açougues em Corinto eram parte integrante da vida urbana, representando um local de comércio e abastecimento para a população.

Açoite

O açoite ou azorrague também era usado para castigar e reprimir pessoas, como visto em diversas passagens do Antigo e Novo Testamentos. A lei mosaica prescrevia o açoite como punição para certas ofensas, limitando o número de golpes (Deuteronômio 25:1-3). Jesus foi açoitado antes de ser crucificado (João 19:1), e Paulo também sofreu açoites em seu ministério (2 Coríntios 11:25).

Em João2:15 Jesus utilizou um açoite (em grego phragellíon,
latim flagellum) para expulsar os cambistas e os animais do Templo.

Açoitar

Açoitar designa uma forma de punição física infligida com um chicote ou vara. O Antigo Testamento frequentemente menciona o açoite como punição legal (Deuteronômio 25:1-3), comumente usado pelas autoridades judaicas (1 Reis 12:11; Mateus 10:17). A Lei Mosaica limitava o número de golpes a quarenta (Deuteronômio 25:1-3), e a prática judaica posterior reduziu para “quarenta menos um” para evitar violar a lei por erro de contagem (2 Coríntios 11:24).

No Novo Testamento, o açoite também aparece como prática romana (João 19:1; Atos 22:24). Jesus foi açoitado antes da crucificação, cumprindo a profecia de Isaías 53:5. Paulo também sofreu açoites em diversas ocasiões (2 Coríntios 11:25), mas como cidadão romano, tinha o direito de ser poupado dessa punição (Atos 22:25-29).

O açoite também possui um sentido figurado na Bíblia, representando a punição divina (Josué 23:13), a calúnia (Jó 5:21) e a calamidade (Jó 9:23). Em Provérbios 23:13,14, o açoite é visto como uma forma de disciplina corretiva.

Acepção de pessoas

Acepção de pessoas refere-se ao ato de tratar indivíduos de forma diferente, com base em critérios como riqueza, status social ou aparência, em vez de julgá-los com imparcialidade e justiça. A Bíblia condena veementemente a acepção de pessoas, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

Deus é apresentado como o juiz supremo que não faz acepção de pessoas (Romanos 2:11; Hebreus 6:10; Colossenses 3:25; 1 Pedro 1:17). Ele julga a todos com base em seus atos e intenções, independentemente de sua posição social ou origem étnica.

No Antigo Testamento, Deus ordena aos juízes que ajam com imparcialidade (Levítico 19:15; Deuteronômio 1:17; 16:19), sem favorecer o rico ou desprezar o pobre (Provérbios 24:23; 28:21). Tiago reforça essa exigência no Novo Testamento, condenando o favoritismo na comunidade cristã (Tiago 2:1,9).

A imparcialidade é um princípio fundamental da justiça bíblica, refletindo o caráter de Deus e sua vontade para as relações humanas.