Rosario Di Palermo

Rosario Di Palermo (1905–1988) foi ministro no movimento pentecostal siciliano.

Di Palermo nasceu em uma família de agricultores em Corleone, Itália. Sua conversão ocorreu em 1936 durante a perseguição ao Movimento Pentecostal, quando foi apresentado à mensagem evangélica mediante a igreja conduzida por Gaspare Grasso. Em meio à violenta perseguição de 1938, cuidou da comunidade quando o ancião Giuseppe Piraino esteve preso.

Após a Segunda Guerra Mundial, Di Palermo desempenhou um papel vital no restabelecimento das conexões regionais entre as igrejas e tornou-se tesoureiro na comunidade pentecostal siciliana. Em 1947, com a formação da Assemblee di Dio na Itália, Di Palermo continuou seu serviço. Apesar de ter perdido o braço direito em um acidente, persistiu em seu trabalho evangélico, suportando perseguições até a decisão judicial de 1954 favorecendo o pentecostalismo.

Reconhecido como ancião em 1955, serviu como tesoureiro nacional até 1963. A partir desse ano, retirou-se da Assemblee di Dio e ingressou na Congregazioni Cristiane Pentecostali, ministrando posteriormente em Catânia até sua morte.

Assemblee di Dio in Italia

As Chiese Cristiane Evangeliche “Assemblee di Dio in Italia” (ADI) é uma denominação pentecostal italiana.

O movimento pentecostal na Itália nasceu em vários pontos no início do século XX. No entanto, a ADI traça suas origens à viagem missionária de Giácomo Lombardi em 1908. Essas igrejas foram agrupadas na Congregazione Cristiana Pentecostale em 1928, mas foram fechadas durante a perseguição fascista e conservadora democrata-cristã, além de sofrer cismas.

A ADI resulta um acordo de cooperação estabelecido em 1947 entre a maioria das congregações pentecostais italianas e as Assembléias de Deus americanas. Embora este acordo não implique uma identificação estrita – os missionários das Assembleias de Deus americanas operam na Itália através da “International Christian Fellowship” em Roma e outros locais – o contexto histórico da denominação é digno de nota. A ADI é afiliada à World Assemblies of God Fellowship e à sua associação regional europeia. Contudo, mantém total autonomia interna. É também membro da comunhão de igrejas de origem no movimento pentecostal italiano filiadas à International Fellowship of Christian Assemblies.

O movimento pentecostal italiano, inicialmente entre ítalo-americanos, conectou-se formalmente com as Assembleias de Deus em 1947. Enfrentando desafios, a denominação resistiu à perseguição do pós-guerra e, em 1955, já tinha crescido para mais de 300 comunidades com mais de 20.000 membros. O reconhecimento legal de 1959 marcou um marco e as décadas subsequentes testemunharam expansão, iniciativas educacionais e esforços de caridade, incluindo o estabelecimento do Instituto Bíblico Italiano e do Orfanato Betânia-Emaús.

Na década de 1980, a ADI enfrentou desafios internos e questões mais amplas dos movimentos carismáticos. O reconhecimento legal em 1988 e os acordos subsequentes com o governo italiano solidificaram o seu estatuto. A denominação, liderada por figuras como Umberto Gorietti, Francesco Toppi e Felice Antonio Loria, continuou a crescer, a estabelecer afiliações e a envolver-se em missões internacionais.

Em 2023, a ADI compreende 1.094 igrejas, grupos e missões em toda a Itália, incluindo várias missões étnicas. Com 653 pastores servindo comunidades italianas e mais 184 pastores liderando missões étnicas, a ADI estima sua membresia em 120.000 indivíduos, constituindo a maior denominação evangélica na Itália.

Francesco Toppi

Francesco Toppi (1928-2014) foi um ministro, escritor e presidente da Assemblee di Dio in Italia (Assembléias de Deus na Itália), além de deixar contribuições para historiografia do movimento pentecostal italiano.

Francesco Toppi nasceu em Roma, filho de Gioacchino e Gina Gorietti. Criado numa casa modesta perto do Coliseu, seu pai já tinha aceitado o Evangelho, enquanto sua mãe, na ocasião, não havia experimentado a conversão evangélica. Seguindo a fé de sua mãe, Francesco foi batizado na tradição católica romana na vizinha igreja de Sant’Alfonso.

Em 1935, começou a era de perseguição fascista devido à circular “Buffarini-Guidi”, que visava as minorias religiosas. Em 6 de junho de 1943, o jovem Francesco sofreu a prisão de seus pais, avó e outros crentes durante uma batida policial em seu reunião de oração clandestina. Eles passaram vinte e três dias sob custódia.

Já adolescente, um dia Toppi se ajoelhou em sua casa vazia. Com medo e sozinho,  orou pela salvação. Sua conversão, em 16 de dezembro de 1945, marcou o início de sua jornada de fé.

Depois de concluir o ensino médio e obter um diploma em contabilidade, Francesco Toppi optou por continuar seus estudos no Instituto Internacional de Treinamento Bíblico (IBTI), na Inglaterra. O IBTI, localizado em Leamington Spa. Francesco iniciou seus estudos em 1947 e os completou em 1949. Durante esse período, foi batizado no Espírito Santo e recebeu uma profecia que seria usado em sua terra natal. Ainda obteria um diploma em pedagogia pela Universidade La Sapienza em Roma.

O retorno de Francesco Toppi à Itália em 1949 coincidiu com os primeiros esforços organizacionais da Assemblee di Dio na Itália (ADI). Foi inicialmente recebido com ceticismo devido à sua educação teológica formal. No entanto, foi inscrito como ministro em 21 de dezembro de 1949, tornando-se o primeiro ministro em tempo integral totalmente apoiado pela ADI.

Foi enviado para a Calábria para assistir a grupo de crentes. Mais tarde, ministrou na região de Valle Caudina, na província de Benevento. Em 1953, Toppi foi designado para substituir o casal Zizzo em Turim. Essa cidade passava um crescimento significativo devido à migração para o sul da Itália em busca de oportunidades de trabalho, especialmente na indústria automotiva. Entre esses migrantes havia muitos crentes ou recém-convertidos.

Em Torino conheceu Anna Maria Ferretti, uma musicista com quem se casou em 14 de junho de 1959. Tiveram a filha Lucila.

Em 1958 e 1960, Francesco Toppi embarcou em extensas visitas aos Estados Unidos para arrecadar fundos para a construção do edifício do Instituto Bíblico Internacional (IBI). Estas viagens envolveram visitas a 122 igrejas nos Estados Unidos. Firmou as relações de colaboração com Assemblies of God americanas e a Fundação Italiana de Educação Cristã (ICF).

Em 1958, Toppi, ao lado de Roberto Bracco e Umberto N. Gorietti, participou da Conferência Pentecostal Mundial em Toronto. Em seguida, integrou o Comitê Consultivo para a preparação da VI Conferência Pentecostal Mundial marcada para Jerusalém em 1961.

A partir de 1954, Francesco Toppi estabeleceu-se em Roma. Atuou no Instituto Bíblico Italiano (IBI) além de atender a igreja da Via dei Bruzi, que mais tarde se tornou a sede nacional da ADI. Serviu como ministro titular dessa igreja de 1960 até 2007, quando renunciou por questões de saúde e mudou-se para uma cidadezinha aos arredores de Roma. Entre 1977 e 2007 foi presidente da ADI e nessa capacidade assinou em 1986 junto com o presidente da república italiana Bettino Craxi, o acordo (intesa) depois aprovado pelo Parlamento italiano na Lei 22 de novembro 1988, n. 517, reconhecendo a ADI como um ente morale religioso.

Escreveu vários livros de história do movimento pentecostal italiano, sobretudo biografias dos pioneiros. Também faria obras de caráter doutrinário, além de influenciar na redação e interpretação dos pontos de doutrina adotado pela ADI.

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