As festas bíblicas eram eventos religiosos e sociais de grande importância na vida do antigo Israel. Prescritas na Torá, essas festas celebravam momentos históricos e agrícolas significativos, reforçando a identidade do povo e sua relação com Deus. As principais festas bíblicas eram:
Páscoa (Pessach): Celebrada no 14º dia do mês de Nisan (março-abril), a Páscoa comemorava a libertação dos israelitas da escravidão no Egito. O cordeiro pascal, sacrificado e consumido com pães ázimos e ervas amargas, simbolizava o sangue que marcou as portas dos hebreus, protegendo-os da morte dos primogênitos egípcios. A Páscoa era um momento de gratidão pela libertação e de renovação da aliança entre Deus e seu povo.
Festa dos Pães Ázimos (Matsot): Iniciava-se no dia seguinte à Páscoa e durava sete dias. Durante esse período, os israelitas comiam apenas pães sem fermento, relembrando a pressa com que saíram do Egito, sem tempo para esperar o crescimento da massa. A Festa dos Pães Ázimos simbolizava a purificação e a renúncia aos costumes pagãos.
Festa das Semanas (Shavuot) ou Pentecostes: Celebrada sete semanas após a Páscoa, no 50º dia, a Festa das Semanas marcava o início da colheita do trigo e a entrega da Torá no Monte Sinai. Era um momento de gratidão pela provisão divina e de reafirmação da aliança. No Novo Testamento, o Pentecostes marca a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, inaugurando a era da igreja.
Festa das Trombetas (Rosh Hashaná): Celebrada no primeiro dia do mês de Tishrei (setembro-outubro), a Festa das Trombetas marcava o início do ano civil e era um dia de descanso, adoração e toque de trombetas. Era um momento de reflexão, arrependimento e preparação para o Dia da Expiação.
Dia da Expiação (Yom Kippur): O dia mais solene do calendário judaico, o Dia da Expiação era um dia de jejum, oração e confissão de pecados. O sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos para oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, buscando a purificação e a reconciliação com Deus. Era um momento de introspecção e de busca por perdão e renovação espiritual.
Festa dos Tabernáculos (Sucot): Celebrada durante sete dias, a partir do 15º dia de Tishrei, a Festa dos Tabernáculos comemorava a peregrinação dos israelitas pelo deserto após a saída do Egito. Durante essa festa, os israelitas construíam cabanas (sucot) com ramos de árvores, onde viviam temporariamente, relembrando a fragilidade da vida e a dependência de Deus. Era um momento de alegria, gratidão e celebração da provisão divina.
As festas bíblicas, além de seu significado religioso, desempenhavam um papel importante na vida social e cultural de Israel. Eram momentos de reunião familiar, de celebração comunitária e de reafirmação da identidade cultural.