Pentecostes

Pentecostes, do grego pentēkostē (πεντηκοστή), que significa “quinquagésimo”, é uma festa bíblica celebrada cinquenta dias após a Páscoa. No Antigo Testamento, é conhecida como a Festa das Semanas (חַג שָׁבוּעוֹת, Chag Shavuot), uma das três festas de peregrinação do calendário judaico. Originalmente, era uma festa agrícola, marcando o fim da colheita do trigo e oferecendo os primeiros frutos a Deus (Êxodo 23:16; Deuteronômio 16:9-12). Posteriormente, passou a comemorar a entrega da Lei a Moisés no Monte Sinai.

No Novo Testamento, Pentecostes assume um novo significado. Atos 2 descreve o evento em que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos em Jerusalém, capacitando-os a falar em outras línguas e a pregar o evangelho com ousadia. Este evento é considerado o nascimento da Igreja Cristã.

A conexão entre a Festa das Semanas e o Pentecostes cristão reside na ideia de uma nova aliança e uma nova lei. Assim como a Lei foi dada a Moisés no Sinai, o Espírito Santo é dado aos discípulos no Pentecostes, inaugurando uma nova era na relação entre Deus e a humanidade. O dom do Espírito Santo capacita os crentes a testemunharem de Jesus Cristo e a viverem uma vida transformada.

Páscoa

A Páscoa, ou Pesach (פֶּסַח) em hebraico, é uma das festas mais importantes do calendário judaico, comemorada anualmente para recordar a libertação dos israelitas da escravidão no Egito. A narrativa da Páscoa está registrada principalmente no livro de Êxodo (capítulos 12 e seguintes).

A palavra “Páscoa” deriva do verbo hebraico pasach, que significa “passar por cima” ou “poupar”. Refere-se ao fato de que o anjo da morte “passou por cima” das casas dos israelitas, cujas portas estavam marcadas com o sangue do cordeiro pascal, poupando seus primogênitos da morte.

A Páscoa é uma festa rica em simbolismo. O cordeiro pascal, sacrificado e consumido durante a ceia pascal (Seder), representa o cordeiro cujo sangue protegeu os israelitas da morte. Os pães ázimos (matsot), não fermentados, simbolizam a pressa com que os israelitas fugiram do Egito, sem tempo para que o pão levedasse. As ervas amargas (maror) lembram a amargura da escravidão.

A Páscoa não é apenas uma comemoração histórica, mas também um evento com profundo significado teológico. Ela aponta para a redenção e a libertação do povo de Deus, tanto física quanto espiritualmente. A Páscoa também prefigura a obra redentora de Jesus Cristo, que, como o Cordeiro de Deus, se ofereceu em sacrifício para a salvação da humanidade (1 Coríntios 5:7).

A celebração da Páscoa envolve uma série de rituais e tradições, incluindo a leitura do Hagadá, que narra a história da Páscoa, o consumo dos alimentos simbólicos e a partilha de histórias e ensinamentos sobre a liberdade e a fé.

No Novo Testamento, a Última Ceia de Jesus com seus discípulos é celebrada como uma refeição pascal (Mateus 26:17-30; Marcos 14:12-26; Lucas 22:7-23). A conexão entre a Páscoa judaica e o sacrifício de Jesus é central para a teologia cristã, que vê em Jesus o cumprimento da promessa de redenção simbolizada na Páscoa.

Purim

Purim é uma festa judaica que comemora a salvação do povo judeu de Hamã, que planejou matá-los na antiga Pérsia.

A história de Purim é contada no Livro de Ester, um dos cinco Megillot, na terceira seção do Tanakh (a Bíblia Hebraica). O festival é celebrado no 14º dia do mês hebraico de Adar, que geralmente cai no final de fevereiro ou início de março. O nome “Purim” significa “sorte” em persa antigo, referindo-se à sorte que Hamã lançou para selecionar a data de seu genocídio proposto. Purim é conhecido por fantasias extravagantes, troca de cestas de presentes, apresentações e banquetes. É um feriado alegre que celebra a sobrevivência e a resiliência judaica.

Festivais

As festas bíblicas eram eventos religiosos e sociais de grande importância na vida do antigo Israel. Prescritas na Torá, essas festas celebravam momentos históricos e agrícolas significativos, reforçando a identidade do povo e sua relação com Deus. As principais festas bíblicas eram:

Páscoa (Pessach): Celebrada no 14º dia do mês de Nisan (março-abril), a Páscoa comemorava a libertação dos israelitas da escravidão no Egito. O cordeiro pascal, sacrificado e consumido com pães ázimos e ervas amargas, simbolizava o sangue que marcou as portas dos hebreus, protegendo-os da morte dos primogênitos egípcios. A Páscoa era um momento de gratidão pela libertação e de renovação da aliança entre Deus e seu povo.

Festa dos Pães Ázimos (Matsot): Iniciava-se no dia seguinte à Páscoa e durava sete dias. Durante esse período, os israelitas comiam apenas pães sem fermento, relembrando a pressa com que saíram do Egito, sem tempo para esperar o crescimento da massa. A Festa dos Pães Ázimos simbolizava a purificação e a renúncia aos costumes pagãos.

Festa das Semanas (Shavuot) ou Pentecostes: Celebrada sete semanas após a Páscoa, no 50º dia, a Festa das Semanas marcava o início da colheita do trigo e a entrega da Torá no Monte Sinai. Era um momento de gratidão pela provisão divina e de reafirmação da aliança. No Novo Testamento, o Pentecostes marca a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, inaugurando a era da igreja.

Festa das Trombetas (Rosh Hashaná): Celebrada no primeiro dia do mês de Tishrei (setembro-outubro), a Festa das Trombetas marcava o início do ano civil e era um dia de descanso, adoração e toque de trombetas. Era um momento de reflexão, arrependimento e preparação para o Dia da Expiação.

Dia da Expiação (Yom Kippur): O dia mais solene do calendário judaico, o Dia da Expiação era um dia de jejum, oração e confissão de pecados. O sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos para oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, buscando a purificação e a reconciliação com Deus. Era um momento de introspecção e de busca por perdão e renovação espiritual.

Festa dos Tabernáculos (Sucot): Celebrada durante sete dias, a partir do 15º dia de Tishrei, a Festa dos Tabernáculos comemorava a peregrinação dos israelitas pelo deserto após a saída do Egito. Durante essa festa, os israelitas construíam cabanas (sucot) com ramos de árvores, onde viviam temporariamente, relembrando a fragilidade da vida e a dependência de Deus. Era um momento de alegria, gratidão e celebração da provisão divina.

As festas bíblicas, além de seu significado religioso, desempenhavam um papel importante na vida social e cultural de Israel. Eram momentos de reunião familiar, de celebração comunitária e de reafirmação da identidade cultural.