João VI Cantacuzeno

João VI Cantacuzeno (1292–1383) foi um imperador bizantino e teólogo envolvido nos debates sobre o hesicasmo, uma tradição mística que enfatiza a oração interior e a experiência direta de Deus.

Nasceu em uma família aristocrática, ascendeu ao trono em 1347 após um período de instabilidade política e conflitos internos no Império Bizantino. Durante seu reinado, Cantacuzeno apoiou a teologia de Gregório Palamas, um dos principais defensores do hesicasmo. Convocou sínodos para discutir as controvérsias teológicas que surgiram entre os hesicastas e seus opositores, contribuindo para a definição da ortodoxia cristã em relação à experiência mística. O primeiro sínodo, realizado em 1341, abordou questões fundamentais sobre a natureza da luz divina e a prática da oração hesicasta.

Cantacuzeno apoiou as ideias de Palamas, que defendiam a possibilidade de uma experiência direta da luz incriada de Deus. Além de suas atividades políticas e teológicas, Cantacuzeno também foi historiador. Escreveu uma obra histórica em quatro volumes que cobre o período de 1320 a 1356, incluindo a controvérsia hesicasta.

Após sua abdicação em 1355, ele se retirou para o Monte Atos, onde se tornou monge sob o nome de Joasaf ou Josafá e continuou a escrever até sua morte.